quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Estranhas "ditaduras"

Segundo o Observatório dos Média Venezuelanos, os partidários do “Não” ao recente referente na Venezuela, tiveram uma cobertura mediática de 71%, enquanto que os defensores do “Sim” tiveram uma cobertura de 29%.

Para muita gente que continua a falar em “ditaduras” na Venezuela, ignorando por completo o que se passa nesse país, estes dados demonstram que se houve vantagem, favorecimento, ou quase ditadura mediática no recente referendo, ela foi para os partidários do “Não”.
Ao observar-se o comportamento das principais cadeias de televisão, o estudo detectou que o “Não” teve um total de 73% de noticias favoráveis enquanto que o “Sim” teve 27% (inclui os canais, VTV; Venevisión; RCTV internacional; Televen e Globovisión )

4 comentários:

Silvares disse...

Realmente esses números são muito estranhos. O que são notícias negativas? Seja como for esta história traz-me à memória uma frase que aparecia nos écrãs de televisão durante largos minutos, nos tempos do PREC (se bem me lembro). Letras brancas sobre fundo preto setenciavam no silêncio (ou teriam uma musiquinha por trás?) "LIBERDADE PARA TUDO MENOS PARA DESTRUIR A LIBERDADE". Não sei bem quem patrocinava aquilo ou sequer porque tinha tanto tempo de antena. Ficou-me cá cravada. Talvez se aplique nesta circunstância. Se calhar não.

jorge disse...

Estranho, como tudo o que se passa nesse país. Estranho, porque é do conhecimento público que o Sr. Presidente utiliza despudoradamente os media ao dispor do governo para longas conversas quando e onde lhe apetece. Por vezes, as filhas aparecem a brincar, ao canto da sala. Faz-me lembrar o o famigerado Alberto João, aliás, o 'possesso das ilhas', mestre do insulto e do abuso dos meios de comunicação, que também ganha as eleições na sua ilha com esmagadoras maiorias, e onde larga percentagem da população o apoia incondicionalmente. Vamos ver no que isto dá. Infelizmente, muitos ditadores acabam por escapar à justiça terrena, que a outra é a que menos interessa. No entanto, a história fará o seu julgamento, e, ao contrário do que o guru de Chavez, diz, não os absolverá. Um ditador não passa disso mesmo, cubra-se ele da côr que entender. Bastará para isso recordar outro ditador, Staline, que com o passar dos anos perdeu o brilho, para utilizar um eufemismo que não ofenda. O problema é que ainda há quem acredite em caudilhos benévolos, mas isso também depende da opção política... Recordo, como curiosidade, que no mesmo dia em que a imprensa noticiava a vitória de Chavez no seu propósito de um novo 'Reich para Mil Anos', ficou-se a saber que (não se riam, que é verdade) a kimjongília (flôr renomeada na Coreia do Norte tendo como inspiração já se sabe quem)florescia por todo o país, homenageando assim o ditador o herdeiro do regime. E que a fatwa lançada por Khomeiny contra Salman Rushdie tinha sido confirmada pelas altas esferas religiosas do Irão, desenganando assim quem ainda os vê como um regime com vontade de integração na comunidade internacional. Mas, se calhar, sou eu que estou a ser tendencioso...

PS: Será que o Chavez já aprendeu a pilotar os bombardeiros soviéticos no seu simulador da Microsoft, americano de gema, para sobrevoar Fidel? Ainda bem que o ridículo não mata, caso contrário lá iriam os venezuelanos eleger outro presidente...

Olaio disse...

Não há duvida, há quem tenha posto umas palas na cabeça e não consiga ver mais nada para além delas.

Poderiam contradizer os factos aqui apresentados, pô-los em causa, mas não, é de novo a mesma cassete, a repetição das mesmas tretas, a despropósito vai-se buscar a Coreia do Norte o Irão.

Paciencia continuem em frente que vão bem...

jorge disse...

Qualquer semelhança entre o AJJ e o Chavecito (não) é pura coincidência. Uns fala-baratos populistas que farão os seus eleitores pagar por eles, mais tarde. Ai se o preço do petróleo continua a baixar... O comentário sobre a Coreia do Norte e o Irão foi feito, como dizem os franceses, 'en passant', mais nada. 'Uh, ah, (infelizmente)Chaves no se va'... Ah, as palas servem para duas coisas, complementares em si, mas no entanto diferentes: pode não se ver para os lados, mas também só permite ver-se a direito.