quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Acerca da crise

“(…) não podemos compreender as causas da actual crise se não tivermos em conta a sua natureza sistémica. Que a crise é inerente ao modo de produção capitalista, germina dos seus limites e contradições. Que a crise é a súmula de uma acumulação de crises. Que a estagnação económica é tendencial ao sistema capitalista, entre interrupções cíclicas no processo de acumulação de capital. Que a concentração e a financeirização do capital são resultado e resposta à estagnação. Que a questão central para a acumulação capitalista é a taxa de lucro e que esta está na génese da crise. Que o desemprego é seu reflexo e variável estratégica na exploração do trabalho.

O actual momento de crise tem semelhanças com a primeira grande crise estrutural do sistema capitalista mundial – a Grande Depressão dos anos 30. (…)O início do século XX fica marcado pela forte concorrência intercapitalista, por uma elevada concentração e centralização do capital, por um excesso crescente de capacidade industrial instalada e as consequentes pressões sobre a taxa de lucro, ou seja, uma crise de rentabilidade. (…)
Estávamos no culminar de uma crise de sobreprodução e sobre-acumulação, a que se juntava uma crise energética relacionada com o motor energético de então – o carvão.

«E como triunfa a burguesia nas crises?», «pela aniquilação forçada de uma massa das forças produtivas», afirmava Marx, no Manifesto Comunista, a fim de restabelecer as condições de valorização do capital e encetar um novo ciclo de acumulação de capital. O que aconteceu com a primeira guerra mundial.”

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