segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Ainda a propósito da cimeira UE/África

Imagem do filme: "ABC África", de Abbas Kiarostami
A África é um continente rico em recursos naturais, em particular, este continente detém cerca de um décimo das reservas mundiais de petróleo e gás natural e presentemente satisfaz quase um décimo dessa produção mundial.

É em resultado do muito baixo nível de consumo doméstico que a África dispõe de excedentes importantes para exportação e poderá continuar a fazê-lo até cerca de 2030.

Se a África tivesse um consumo doméstico quatro ou cinco vezes superior, ao nível dos países de rendimento médio, absorveria totalmente a produção e não teria excedentes.

A África é pois cobiçada pelos países desenvolvidos, enquanto simultaneamente rica em recursos e pobre em nível de vida dos seus habitantes.

Não é estranho a este facto as consequentes “guerras por recursos” a que os povos africanos tem sido sujeitos, com impactos devastadores sobre as populações civis e no desenvolvimento das suas sociedades. Conflitos armados travados com armamentos adquiridos em troca de matérias primas e materiais preciosos.

O envolvimento directo de interesses económicos exteriores é um factor de conflito evidente e determinante.

3 comentários:

Anónimo disse...

Essa África de que falas não é a África:
Livre e de paisagens sem fim.
De mar imenso, liso, luminoso,azul turquesa com cheiro a algas e a sal
De pôr do sol de côr púrpura a desaparecer lentamente no horizonte com promessas de amanhãs radiosos.
A África quente de luz doirada, intensa, a derramar-se sobre a natureza farta e criadora.
De cheiros doces quentes, densos, únicos que marcam a nossa alma para sempre.
A África dos caminhos da Liberdade e da simplicidade.

A outra:
È a África da Cimeira UE/A,
a África dos silêncios pesados, dos ollos tristes da crinças, dos ventres dilatados e das almas sem esperança.
É a Áfriaca dos números "negros", mortalidade infantil, fome, miséria "per cápita",do analfabetismo,das doenças, da desilusão, da esperança adormecida.
Das riquizas naturais a serem vendidas e negociadas, vergonhosamente e "fraternalmente", para a Europa e China, por chefes de Governo corruptos,despóticos e "Monárquicos".
A Àfrica dos Mugabe dos Kadhafi, do Darfur...

Somos todos responsáveis pela África que se está a construir.
Devemos esperar que os povos africanos encontrem o seu caminho á sua maneira e no seu tempo?
Ou devemos lutar, informar, influenciar ?

Que África queremos? E que África querem os Africanos?

È este o verdadeiro problema.

Anónimo disse...

Gostei do comentário, ainda que não concorde com a parte final.
Não é que Africa queremos, e que África querem os africanos?
Essa questão põe-se em todos os continentes. Trata-se antes de saber quando é que os que querem a primeira África, conseguem seguir o exemplo do vídeo "uma questão de solidariedade" que pode ser visto aqui no acercadanet.

Olaio disse...

Imelda, quem dera que África fosse
"Livre e de paisagens sem fim.
De mar imenso, liso, luminoso,azul turquesa com cheiro a algas e a sal
De pôr do sol de côr púrpura a desaparecer lentamente no horizonte com promessas de amanhãs radiosos.
A África quente de luz doirada, intensa, a derramar-se sobre a natureza farta e criadora.
De cheiros doces quentes, densos, únicos que marcam a nossa alma para sempre.
A África dos caminhos da Liberdade e da simplicidade."

Talvez um dia, quem sabe, se as pessoas quiserem, sabe-se lá o que a sua vontade é capaz de conquistar.
Como diz o lema dos Fóruns Sociais: Um outro mundo (mais justo) é possível!