domingo, 25 de janeiro de 2009

Boas familias

Júlio Monteiro, (o tio) pôs Charles Smith em contacto com Sócrates.

Na investigação das autoridades inglesas sobre o ‘caso Freeport’, o senhor aparece ligado a uma empresa consultora do outlet, a Smith & Pedro, como intermediário para obter o licenciamento para o projecto...

Completamente falso. Eu conheci o Charles Smith através da sua mulher, que era administradora de um condomínio na Quinta do Lago onde comprei um apartamento em 1992. Esse senhor, mais tarde, estava ligado ao Freeport – e um dia queixou-se-me de que um gabinete de advogados estava a pedir-lhe quatro milhões de contos para obter o licenciamento.

E teve alguma intervenção nisso?

Eu disse-lhe: ‘Eh pá, não acredito que isso seja possível. Vou falar com o meu sobrinho’.

E falou?

Falei e ele disse: ‘Tio, isso é uma mentira pegada, porque eu é que trato desses assuntos. Mande vir esse fulano falar comigo’.

Foi o que fez?

Disse ao Charles para ligar para o Ministério do Ambiente e dizer que ia da parte do ministro José Sócrates.

E o assunto foi resolvido?

Nunca mais soube de nada… Depois até fiquei chateado, porque usou o meu nome e nem obrigado me disse. Nunca soube mais nada sobre o assunto.

Mas os ingleses dizem…

Peço desculpa de a interromper, mas não me interessa o que os ingleses dizem. Só eu é que sei, porque fui eu quem falou directamente com o meu sobrinho. E ele ficou completamente indignado, porque nessas questões era ele quem mandava. Se falar com o Charles, pergunte-lhe o que ele disse e o que lá foi fazer. Estou altamente arrependido de ter proporcionado isto…

Retirado do Jornal Sol


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