“A questão essencial para o sistema (capitalista) no actual quadro, é qual o grau de destruição que seria necessário das forças produtivas existentes, para repor a valorização do capital ao nível que permitisse iniciar um novo ciclo longo de acumulação de capital? O risco da guerra cresce como saída do sistema para a crise que atravessa. Esta foi aliás a «solução» encontrada para a Grande Depressão dos anos 30 – o nazi-fascismo e a segunda guerra mundial.
A actual crise põe em evidência os limites históricos do sistema capitalista, o seu cariz predador e opressor, gerador de desigualdades e que deixa milhões de seres humanos longe da satisfação das suas necessidades básicas, apesar dos enormes avanços científicos e técnicos. Onde cada vez mais são postos em causa os direitos humanos, nomeadamente os direitos económicos e sociais. Como os inscritos na Declaração Universal dos Direitos do Homem (…).
E é no contexto da crise, que o sistema na sua resposta tradicional, de destruição de uma massa de forças produtivas, fará pressão para novas reduções de direitos, nomeadamente laborais, em nome da gestão da crise, cujos custos recaíram novamente sobre os mesmos – quem trabalha. A questão não pode ser de romper com os direitos para gerir a crise, mas sim afirmar e reforçar os direitos para vencer a crise e romper com o sistema. A ofensiva de classe vai agudizar-se. As saídas destrutivas do sistema são um risco hoje para toda a Humanidade. Esta é a urgência da nossa época, a superação do capitalismo.”
Pedro Carvalho, Economista in Diario.info
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