segunda-feira, 22 de junho de 2009

Cuba, EUA, Democracia, Liberdade e Fascismo

Brevemente vou de férias para Cuba e uma das coisas que já deu para sentir tem a ver com a questão do (criminoso) bloqueio que os Estado Unidos exercem sobre o povo cubano.

Sendo uma coisa que já há muito é do meu conhecimento, (ainda há muita gente que desconhece), a verdade é que nunca avaliamos ou imaginamos correctamente a reais consequências desse garrote. Ao ficar a saber que terei que pagar 4,80€ por cada minuto de conversação telefónica, comecei a perceber melhor.

A verdade é que para os cubanos adquirirem um produto que tenha uma qualquer componente americana, seja na sua fabricação ou na sua comercialização, primeiro tem de haver uma empresa que compre esse produto, depois uma outra empresa compra à anterior e só por fim o governo cubano pode comprar o produto a essa terceira empresa. Imaginem o que isso acarreta em termos de custos. Isto tanto para medicamentos, material médico, alimentos, etc. Tudo o que tenha a presença dos states. Imagine-se o que isso pode significar, tendo os EUA uma presença avassaladora no comércio mundial, e sendo os principais negociantes e detentores de patentes.
Note-se que as empresas que negoceiam com cuba, é vítima de represálias por parte das autoridades americanas, ou seja, negociar com Cuba é um risco para essas empresas.

Ou seja, para os cubanos conseguirem comunicar com o exterior têm que utilizar satélites que não tenham componentes americanas, o que lhes restringe as hipóteses de comunicação, dai o valor das chamadas. O mesmo se passa com a net, apesar de bem perto da sua costa passar um cabo internacional, Cuba não pode a ele aceder porque os EUA não permitem.
Já sabia que em Cuba não funcionavam cartões de crédito de bancos ligados aos EUA, pensava eu que era uma retaliação cubana contra os americanos, mas não, estava enganado, são os americanos que não permitem as transacções.
Mas verdadeiramente elucidativo sobre este estranho conceito de liberdade, é o facto de em Cuba não carimbarem os passaportes no aeroporto, mas sim os vistos, isto para permitir que os cidadãos americanos possam visitar a ilha, pois caso tivessem um carimbo cubano no passaporte iriam ter bastantes problemas com as autoridades do seu país. Simplesmente os EUA proíbem os seus cidadãos de irem visitar a ilha.

E ainda há quem diga que os EUA são uma democracia. Mesmo com o Super-Obama as coisas continuam na mesma.

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