sábado, 11 de julho de 2009

Cuba, que futuro?

Eis-me de regresso depois de 16 dias de férias por terras de Cuba, férias passadas em casas de cubanos, de Havana, Cienfuegos, playa Girón, Trinidad, Santa Clara e Varadero, em transportes cubanos da Via Azul, ou nas comuns “uauas” apinhadas de gente. Foram umas férias que deram para perceber um pouco de como vive aquele povo, porém como numa fotografia fica-se sem perceber qual a direcção em que as coisas se encaminham.

A ideia com que fiquei é que as coisas em Cuba estão bastante complicadas, a criação de duas moedas, se permite a captação de divisas, gera igualmente situações de desigualdade na aquisição de produtos, o parque habitacional, principalmente em Havana Central e Havana Velha está completamente degradado e se há coisas que podem ser resultado da falta de materiais, outros é por pura negligência. Por toda a parte percebe-se que a maioria dos cubanos procura aceder aos CUC`s (peso convertível) de todas as formas e feitios, procurando enganar o incauto turista e aldrabando o estado à força toda.

Segundo alguns cubanos com quem falei, até 1991 Cuba vivia no paraíso, com o fim do chamado “bloco socialista” o país mergulhou no inferno, percebe-se que actualmente as coisas estão melhor, mas a dependência do turismo tornou a sociedade cubana muito diferente da apregoada sociedade solidária e internacionalista que Che e Fidel sonharam, pelo menos na relação com os turistas. Entre os cubanos percebe-se que existe solidariedade.

A apregoada falta de liberdade em Cuba é completamente falsa, tivemos oportunidade de assistir e participar em discussões sobre política em plena Praça Central de Havana com inúmeras pessoas que se juntavam sem qualquer receio. Por toda a parte falamos com pessoas que sem qualquer receio nos expunham as suas opiniões sobre a situação do País que sendo na generalidade bastante critica, não se sentia uma vontade clara de mudar de regime.

Para terminar este primeiro post sobre Cuba há que falar de uma das causas que mais contribuem para a situação actual desse país, o criminoso bloqueio americano! Ao ver as dificuldades deste povo, ao perceber que muitas delas são provocadas pelo facto de Cuba não poder negociar livremente nos mercados internacionais a venda dos seus produtos e a compra daqueles que necessita, é que se percebe o quanto criminoso é a atitude dos EUA, provavelmente um dos maiores crimes que esse país praticou e continua a praticar.
O Bloqueio deve acabar sem qualquer tipo de condições e quanto mais depressa melhor. Se Obama não fizer nada e depressa está só a ser mais um criminoso que passou pela Casa Branca!

1 comentário:

Silvares disse...

A leitura deste teu texto deixa-me uma pequena dúvida, não percebo bem o que queres dizer com "Por toda a parte falamos com pessoas que sem qualquer receio nos expunham as suas opiniões sobre a situação do País que sendo na generalidade bastante critica, não se sentia uma vontade clara de mudar de regime." Sentiste uma vontade de mudar de regime ou não? A liberdade de expressão permitiu-te ouvir declarações de apoio inquívocas à Revolução? Tenho curiosidade.