«George Soros acusa os arautos do neoliberalismo financeiro de mentirosos e manipuladores e assegura, no seu livro The New Paradigm of Financial Market que o sistema actual está a chegar ao fim" [José Vidal-Beneyto, in El Pais], (…)
Soros (…) Poderoso financeiro de ascendência húngara, especulador fadado para ganhar, sempre foi prudente nas afirmações. (...) Realmente, ele não prevê a data do fim. "Está a chegar", diz. Não, agora; talvez daqui a muitas décadas. O capitalismo entreajuda-se: a sua sobrevivência nasce dessa capacidade impressionante de renascer das tormentas históricas. E nunca esteve interessado em promover um novo laço social. Como afirmou Saramago: "A vantagem do capitalismo é que nada promete, enquanto o socialismo promete quase tudo." Quer dizer: não embala esperanças. O individualismo cria cumplicidades estranhas e inesperadas convivências. E a crise espoletada nos Estados Unidos revela que esse elo societário é, sobretudo, uma junção de interesses que nada tem a ver com princípios. As coisas estão mal? Recorre-se ao Estado. Não é o capitalismo que falhou: tropeçou, uma vez ainda. Aquela é a sua natureza, reveladora da crença em si mesma, associada ao lugar da "família." O capitalismo sempre se regenerará. Até à etapa final. Como ensinou Marx, previu Lenine e assevera George Soros.»
B.Bastos, DN - 24.09.08
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