sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Os bancos privatizam o estado

"A partir de agora, (…), o Governo disponibiliza aos bancos dinheiro dos nossos impostos. Significa isto que eu, como contribuinte, sou fiador do banco que é meu credor. Financio o banco que me financia a mim. Não sei se o leitor está a conseguir captar toda a profundidade deste raciocínio. Eu consegui, mas tive de pensar muito e fiquei com dor de cabeça. Ou muito me engano ou o que se passa é o seguinte: os contribuintes emprestam o seu dinheiro aos bancos sem cobrar nada, e depois os bancos emprestam o mesmo dinheiro aos contribuintes, mas cobrando simpáticas taxas de juro. A troco de apenas algum dinheiro, os bancos emprestam-nos o nosso próprio dinheiro para que possamos fazer com ele o que quisermos. A nobreza desta atitude dos bancos deve ser sublinhada.

Tendo em conta que, depois de anos de lucros colossais, a banca precisa de ajuda, há quem receie que os bancos voltem a não saber gerir este dinheiro garantido pelo Estado. Mas eu sei que as instituições bancárias aprenderam a sua lição e vão aplicar ajuizadamente a ajuda do Governo. Tenho a certeza de que os bancos vão usar pelo menos parte desse dinheiro para devolver aos clientes aqueles arredondamentos que foram fazendo indevidamente no crédito à habitação, por exemplo, e que ascendem a vários milhares de euros no final de cada empréstimo. Essa será, sem dúvida nenhuma, uma prioridade. Vivemos tempos difíceis, e julgo que todos, sem excepção, temos de dar as mãos. Por mim, dou as mãos aos bancos. Assim que eles tirarem as mãos do meu bolso, dou mesmo."

Ricardo Araujo Pereira

2 comentários:

Silvares disse...

Humor quase negro. Cinzento escuro, pelo menos.

Anónimo disse...

Petição a favor dos Banqueiros Nacionais.

WWW.comeramtudoequeremais.dass.pt

A Banca e os Banqueiros precisam da tua ajuda.
Sê solidário, amigo contribuinte, tótó, tanso, teso,esmifrado, insignificante,...

Ajuda quem tanto necessita:
Os Lucros dos bancos são cada vez menos milhões de euros.
Os iates dos banqueiros estão nas docas sem navegar, os seus aviões sem voar.
Já não há festas de caridade dos banqueiros, impedindo assim, de ostentar a sua elegante, discreta e requintada riqueza.

Tu, que tens trabalho, lembra-te dos banqueiros, porque quando eles estiverem bem... ...vão continuar a comer tudo e a exigir o teu sangue como resgate de meia dúzia de euros.