sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Repressão politica em Espanha

O governo espanhol advertiu que “quem não aceita a constituição fica fora da vida política” e sendo assim, e depois de terem ilegalizado o Batasuna, a Acção Nacionalista Basca (EAE-ANV), agora foi a vez de ilegalizarem o Partido Comunista das Terras Bascas (EHAK).

Recorda-se que no País Basco a constituição foi recusada pela maioria dos votantes no referendo feito para a aprovar.

30 comentários:

Silvares disse...

Mas o país Basco faz parte da Espanha ou não? Cá por estes lados ficamos com os nervos em franja quando o Jardim se põe a arengar lá da ilha dele contra os colonialistas do continente (os cubanos, como ele tão simpáticamente nos denomina) e dizemos que se a Madeira faz de Portugal é obrigada a cumprir a lei fundamental do nosso país. Não é? Um estado democrático não pode admitir que umas regiões cumprarm a lei e outras, porque a maioria dos seus habitantes discorda dela. É o que se está a passar actualmente na Bolívia. Ainda não te ouvi uma palavra de apoio aos secessionistas bolivianos. Porquê?

Silvares disse...

No comentário anterior não terminei o raciocínio quando escrevi "Um estado democrático não pode admitir que umas regiões cumpram a lei e outras, porque a maioria dos seus habitantes discorda dela." faltou concluir "Não a cumpram."

Olaio disse...

Já estive várias vezes para colocar aqui um post a denunciar as atitudes criminosas dos governantes da chamada “meia-lua”, mas por diversas razões isso ainda não aconteceu.

Meu caro Silvares, neste mundo somos livres de comparar tudo, embora me pareça que comparar o caso Boliviano com o Basco é simplesmente abusivo.

Os Bascos não reclamam a independência por no governo de Espanha se encontrar um governo de direita ou de esquerda, nos anos 30 quando a esquerda republicana governava a Espanha, os bascos quase assumiram a independência, podes nunca ter reparado mas Guernica não foi um mero acaso.

O que se passa na Bolívia é a repetição de um comportamento típico da direita quando a esquerda (a verdadeira e não a “moderna”) toma o poder, foi assim em 1974 em Portugal. Ou seja, quando a esquerda toma o poder democraticamente a direita utiliza todos meios para impedir a governação e é assim que na Bolívia os estados da “meia lua” que nunca antes reclamaram mais autonomia, se aprestam a reclama-la assim que Evo Morales decide promulgar leis que visem a DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA.

O que se pretende na Bolívia não é criar estados independentes, mas sim impedir que a riqueza Boliviana seja repartida pelos índios bolivianos. Contrariamente ao caso Basco, o que se passa na Bolívia não é um povo a reclamar o seu direito a governar a sua terra, mas sim os descendentes dos colonizadores a reivindicarem o direito de manterem as relações coloniais, excluindo os naturais dessas terras do acesso aos lucros provenientes da exploração das riquezas da terra. Querem continuar o saque!

É claro que vivemos numa democracia e cada um é livre de apoiar quem quiser, portanto se achas que os governantes da “meia lua” tem direito a continuar a roubar, estás no teu direito.

Quanto muito podias comparar o caso da Bolívia com o que se passa nos EUA onde os estados do Texas e da Luisinana, principais produtores de petróleo a reclamarem para si o grosso das riquezas, ou na Grã-Bretanha com a Escócia a reclamar o mesmo quanto à exploração do off-shore no mar do Norte, ou na Noruega com distritos a reclamar o mesmo ou ainda no Brasil onde o estado do Rio de Janeiro também quer ficar com os proveitos do petróleo explorado nas suas costas.

É claro que destes casos não sabes… porque não vêm na imprensa do sistema.

E por fim só mais um detalhe: Este post não é propriamente para discutir se é correcta ou não a reclamação de independência dos Bascos, mas sim o direito que eles têm de se organizar para reclamar esse direito, na Bolívia Evo Morales nunca proibiu ou prendeu nenhuma organização ou pessoa por reclamar esse direito.

O que está aqui em causa é a LIBERDADE, mas sobre isso tu pareces nem te ter apercebido, ou então não achas importante.

jorge disse...

E se em vez de comparar o País Basco com a Bolívia o comparássemos com o Tibete? Há paralelos históricos e culturais que podem ser estabelecidos, bem como se pode discutir o direito dos povos à auto-determinação entre outras coisas, como a 'qualidade' da repressão exercida pelos que os oprimem.... Já agora, a propósito da imprensa do 'sistema', Olaio, porque a criticas tanto (Público) se a ela recorres frequentemente, incluindo imagens, para ilustrar os teus posts? Fica-se com a sensação de que és um habitual leitor dessa imprensa... Já agora, nunca mais houve posts sobre o Chavez? Perdeste uma oportunidade quando utilizou uma linguagem 'colorida' naquele estilo boçal tão popularizado entre nós pelo Possesso das Ilhas, mas agora que expulsou do país a Human Rights Watch por esta ter denunciado a governamentalização do Supremo Tribunal, seria uma boa altura. Ah, talvez estejas à espera do próximo encontro do Chavecito com o seu 'irmão' Sócrates, aquele que nas suas palavras 'concretizou a utopia socialista em Portugal'. Já ouviste coisa mais imbecil? A não ser que estejas à espera que ele acabe de praticar no simulador para pilotar os bombardeiros russos e sobrevoar El Comandante. É bom que se despache, caso contrário corre o risco de sobrevoar o seu funeral. E aí não viria um post neste blog, mas sim uma elegia.

jorge disse...

Ainda mais uma coisa, embora um pouco deslocada: a foto de "uma das muitas prisões construídas pelos americanos no Iraque" (post anterior) não corresponde a uma prisão. As prisões serão decerto muito piores. Esta foto resulta directamente da invasão americana e de uma situação de combate em que foi montado um perímetro de detenção. Obviamente, isso não diminui a desumanidade da imagem nem valida o brutal e violento comportamento dos americanos, mas impunha-se a rectificação.

Silvares disse...

A liberdade, em Democracia, passa por cumprir as leis do estado. Os partidos ilegalizados são acusados de manterem relações com a ETA e isso é mais do que suficiente, na minha óptica. É evidente que sou contra o terrorismo livre e contra a cobardia das execuções sumárias com tiros na nuca de gajos cujo crime principal é serem de direita.
Quanto à Escócia, segundo ouvi dizer, há probabilidades de vir a tornar-se independente. Não me tira o sono.
Nos casos que referes há reclamações. Há revoltas nas ruas? Ou é coisa institucional?
O que se passa na Bolívia tem a ver com a recusa de cumprimento da lei por um grupo de províncias mais ricas que não querem repartir essa riqueza com o resto do país. Durmo bem à noite.
Já as últimas atitudes de Hugo Chávez me parecem menos defensáveis. Mas decerto que ele tem toda a razão em não permitir que venham dois gringos de merda pôr em evidência a forma como interpreta a Democracia lá na terra dele. Mas decerto que ainda não li qualquer coisa fundamental para perceber porque expulsou ele os tipos da Human Rights Watch, uma prova inequívoca de que sao agentes da CIA ou extraterrestres devoradoes de velhinhas e crianças com trissomia 21.

Silvares disse...

Uma anedota retirada do site do Gobierno da Venezuela:

La presidenta de la Asamblea Nacional, Cilia Flores, puntualizó que el informe de Human Rights Watch no puede imponerse ante la desbordante realidad que se vive en el país. "Ellos denuncian que no hay libertad de expresión en el país al mismo tiempo que están ejerciéndola. Esa es la mayor demostración de que en Venezuela, como nunca, hay libertad de expresión", precisó.

Ora bem, a expulsão é a maior "demonstracion" de como são tratados os que se atrevem a usar a liberdade expressão por aquelas bandas. Que palhaçada.

Olaio disse...

Jorge discutir contigo começa a ser um problema, é que pode vir à baila o assunto que vier no post, que para ti tudo se resume a dois ou três temas, de entre os quais o Chavez é o teu preferido, percebo que tu não tenhas muito conhecimento do que se passa no País Basco, mas porra faz lá um esforcinho para te informar.

Sobre o facto de estar eu sempre a pegar em noticias da imprensa do “sistema” especialmente do Público. Meu caro é que se os critico é porque os conheço, porque os leio, não falo sobre eles por preconceito, como tu fazes sobre determinados temas, mas sim porque os percebo.

Quanto à Human Rights Watch, é entidade que não me merece a minima consideração, é um facto público o ser uma organização financiada por fundos do estado americano. Aliás as suas posições são sempre um eco da voz do dono e surge em alturas precisas para a politica da administração americana.

Silvares, às vezes espantas-me com o “liberalismo” das tuas opiniões, com que então “os partidos ilegalizados são ACUSADOS de manterem relações com a ETA e isso é mais do que suficiente, na minha óptica”.
Já agora, na tua óptica não seria conveniente que as acusações fossem provadas?

Quanto à questão da liberdade de expressão na Venezuela, pô-la em causa depois do que já se discutiu e é do conhecimento público, só pode resultar de desonestidade intelectual ou de uma raiva a Chavez que não vale a pena comentar.

Em relação á expulsão dos elementos da Human Rights Watch da Venezuela, convem lembrar que esse país não é uma das Republicas das bananas que tanto agradam a Bush e companhia, tem regras. Que farias se alguém em tua casa te ofendesse e ainda por cima lá tivesse entrado de forma abusiva?

Olaio disse...

Jorge quanto à questão semântica a propósito da utilização da palavra “prisão” num post anterior, tambem eu na altura tive duvidas se seria correcto aplicar a palavra naquela situação, no entanto pareceu-me que o significado da palavra ia muito para além da sua aplicação a um edificio destinado a alojar prisioneiros. Da pesquisa que fiz obtive os seguinte significados para prisão:

prisão
nome feminino
1.acto ou efeito de prender
2.estado de privação de liberdade
3.cadeia; cárcere
4.encerramento; clausura
5.pena de detenção
6.aquilo que prende
7.figurado dificuldade no movimento
8.figurado tudo o que é vivido como uma perda de liberdade
9.figurado vínculo; laço
10.figurado obstáculo; encargo;

Por estes resultados, julgo que não é descabido de todo utilizar a palavra prisão para descrever o local onde se encontra aquele homem com o filho. No entanto…se calhar tou errado.

jorge disse...

Embora tenhamos o 'nosso' AJJardim o Chavez tem um 'je ne sais quoi' que o coloca num lugar de eleição. E olha que eu nunca achei piada a palhaços. Confessa lá que tu também vês nele qualquer coisa de especial... No que respeita ao País Basco, educadamente, penso que o teu conhecimento não será muito superior ao meu, mas não quero teimar. Quanto ao comentário que fiz, ou não o leste com atençao ou fizeste vista grossa ao que disse quando propus a comparação entre o direito à auto-determinação do povo basco e o mesmo direito relativamente ao povo tibetano, além da comparação entre a brutalidade da repressão dos espanhóis e dos chineses. Se calhar tens os olhos em bico ...

Olaio disse...

Meu caro Jorge, quanto a mim os Bascos tem tanto direito a serem independentes como os Tibetanos, o que é diferente de achar que uma estrutura religiosa que dominou um povo durante séculos tem legitimidade para restaurar uma teocracia, tipo monarquia religiosa. Sou profundamente anti-monárquico, pois dificilmente alguém me convencerá que poderá haver qualquer relação entre esse tipo de sistema e uma democracia.

O que se passa no Tibete, se retirarmos a mundial campanha de desinformação levada a cabo pela máquina de propaganda do sistema (ou do império), por honestíssimas organizações não governamentais tipo Human Rights Watch e as jogadas mais ou menos espectaculares (de espectáculo mediático) levadas a cabo por uma organização religiosa dirigida pelo Dalai Lama, se retirar-mos isso, não me parece que o povo tibetano esteja com grande vontade de independência.

No entanto tu terás informações diferentes, mais detalhadas e devidamente documentadas na imprensa oficial do império.

Quanto à repressão, voltamos à velha questão do preconceito, é que tu funcionas um pouco na base do: “quem não é pela eliminação da China é claramente seu defensor” e por isso posso eu repetir mil vezes que o regime chinês não tem propriamente muito a ver com aquilo que eu defendo, que tu voltarás sempre a repetir a mesma ideia feita, de um mundo a preto e branco e sendo assim a discussão é redundante.

Quanto ao Chavez tu próprio o confessas, tem “qualquer coisa de especial”.

jorge disse...

Obrigado, Olaio, por me esclareceres quanto às diferentes apetências dos povos para a auto-determinação. Fiquei a saber que é algo que o povo basco quer mas que o tibetano nem por isso. É sempre bom ter um profeta. Também fiquei a saber que a minha opinião está errada porque 'consulto' fontes inquinadas e tu não. Também deve ser bom ter um comissário político, mas quanto a isso já não estou tão certo. Finalmente estamos de acordo quanto ao Chavez. Ambos não passamos sem ele, mas por motivos diferentes. Do teu lado, a admiração pela frente que faz aos 'yankees do caralho', do meu a substituição dos Gato Fedorento enquanto estão de 'pousio'. :)

jorge disse...

Desculpa o esquecimento, mas gostava que me esclarecesses sobre outra coisa, misteriosa, que disseste. Afirmas que "quanto a mim os Bascos tem tanto direito a serem independentes como os Tibetanos." Posso assumir que mudando a ordem dos nomes o conceito é igualmente válido ou tentaste fazer a quadratura do círculo com malabarismos verbais à "Pacheco Pereira"?

Olaio disse...

Quanto às fontes, temos uma grande diferença é que eu para além das longas e profícuas conversas com o “comissário político”, também leio o Público, DN, Expresso, El Pais…Pacheco Pereira, Vital Moreira, D. Oliveira, helena Matos, Rui Tavares…portanto da direita neo-conservadora à múltipla e variada esquerda, passando pelos vários tons com que a social-democracia se gosta de transvestir, tu pelos vistos ficas com as opiniões oficiais, que curiosamente a nível mundial te faz estar quase sempre do mesmo lado que Bush. Enfim se isso não te incomoda, ou nunca te despertou curiosidade, tudo bem, estamos num país livre como na Venezuela.

Mas a propósito e recordando o post em que nos encontramos, tens alguma opinião sobre os bascos ou como não é tema que seja regularmente tratado na imprensa oficial, não tens opinião “formada”?

Silvares disse...

O verdadeiro problema é que há sempre um iluminado que sabe oque convém ao povo e a sua missão é fazer luz na escuridão. A escuridão da ignorância e da incompreensão que a ela vem sempre atrelada.
Em Cuba a bondade da revolução castrista não pode ser posta em causa. Quem não a compreende corre o risco de ser preso. Tal como na Europa medieval os infiéis e os "desviados" da VERDADEIRA fé eram atirados para as masmorras ou, mais pideosamente, queimados em praça pública. Uma questão de purificação da alma.
Também para Bush os que não estão a favor da supremacia americana são infiéis que merecem ser tratados como cães. Assim se vive na Venezuela. Quem não está a favor das reformas impostas por Chávez só pode ser um contra-revolucionário merdoso, merecedor de castigo. O mesmo se passa no país basco. Quem não apoia a causa independentista está a pôr em risco a própria vida. Os partidos ilegalizados são tanto perseguidos (pela justiça espanhola) quanto perseguidores implacáveis, dos que ousam fazer-lhes frente. Ou nunca ouviste falar do "imposto" revolucionário cobrado pelos etarras, à boa maneira mafiosa?
Enfim, embora com sinais contrários, todos estes casos prefiguram situações de intolerância e anti-democracia. E não me venhas com tretas relativas a fontes variadas ou mais ou menos credíveis. Estes factos não questionáveis. O que pode variar é a leitura que fazemos deles. E isso é mais do que uma questão de perspectiva. É, como gostas de pensar, uma questão de honestidade intelectual. Se fosses capaz dir-te-ia que metesses a mão na consciência. Mas como não és capaz de ultrapassar o preconceito revolucionário não te digo nada. Digo-te apenas que acima da revilução estão as pessoas e, entre ambas, está a democracia. Á frente da revolução e atrás das pessoas.

jorge disse...

Nunca chegaremos a acordo. Não me respondeste ao post anterior, mas já percebi que quando a conversa não te agrada vais à volta... Quanto ao País Basco, com certeza que tenho uma opinião. Já apoiei a ETA quando combatia um estado fascista numa guerra sem quartel. Continuei a apoiá-la quando reivindicava direitos que os bascos não tinham e eram votados ao desprezo pelo governo central. Hoje tenho algumas dificuldades em entender a sua acção quando leio nos jornais ( do regime ou não, são factos...) que morrem inocentes em consequência das suas acções. Tenho dificuldade em entender ataques que nem sempre são dirigidos contra instituições que simbolizam a repressão de que a ETA se queixa e que acabam por matar ou deixar gravemente deridos inocentes. Resumindo, a 'validade' dos seus actos expirou, no meu entender. Já sei que não aceitas esta opinião e que vais desencantar qualquer argumento rebuscado para justificar a morte de inocentes, mas isso é contigo. Não há teorias que justifiquem as mortes de inocentes. Nem no Iraque nem no País Basco. Agora comparares Portugal à Venezuela na liberdade de expressão já dá vontade de rir. Aqui não poem as pessoas a andar quando dizem coisas que não agradam ao governo. Só se esse paralelo que fazes entre os dois países se deve à amizade entre os respectivos 'queridos líderes', embora o Sócrates ainda assim nos poupe a cantorias na TV...Repito o que te perguntei: afirmas que "quanto a mim os Bascos tem tanto direito a serem independentes como os Tibetanos." Posso assumir que mudando a ordem dos nomes o conceito é igualmente válido? Quando o fizeres não te 'chateio' mais. Acerca deste 'post' :)

Silvares disse...

"Revilução" é uma gralha, claro. E, mais atrás, há uma frase incompleta, queria dizer "Estes factos NÃO são questionáveis." tinha falhado o "não". Enfim, é a força da convicção que me leva a atropelar a gramática na urgência de fazer passar a mensagem. É que vou reflectindo à medida que vou escrevendo e, por vezes, falta-me correcção na escrita. Talvez devesse estudar e preparar melhor o que quero dizer antes de dizê-lo, mas isso não vai com a minha maneira de estar. Não sou comunista.

Olaio disse...

O problema é mesmo a ignorância e baralhar-se tudo, misturar-se tudo. Tentar justificar o caso basco indo buscar a Bolívia, Tibete, Cuba, Chavez…como se cada caso não fosse distinto e merecesse uma análise e resolução própria, como se precisasse do outro para se justificar, criando uma teia de onde nenhum problema alguma vez seria resolvido. Mistura-se verdades com inverdades, suposições com confirmações, tudo numa amálgama em que no final muito se disse para nada.

Silvares, misturas a ETA com a Acção Nacionalista Basca e o Partido comunista das Terras bascas, é falso e nunca foi provado que houvesse qualquer ligação entre estas organizações e a ETA, nem os Tribunais espanhóis se preocuparam alguma vez em provar tal, para eles bastou-lhes argumentar que a actividade destas organizações favorecia a ETA, isso e só!
É completamente falso que os membros destes partidos persigam alguém, informa-te melhor quando fazes afirmações destas, ou achas que todos aqueles que defendem a causa basca são da ETA, no velho estilo Salazarista de “Quem não é por nós é contra nós”
Talvez não saibas mas a Acção Nacionalista Basca é resultado de uma cisão do Partido Nacionalista Basco (actualmente no governo Basco) e já existe desde os anos 30, muito antes da ETA.

NUNCA AQUI DISSE NADA EM APOIO DA ETA; CUJA ACTIVIDADE CONDENO, só o preconceito e a ignorância pode reduzir o caso Basco a uma luta entre o governo espanhol e a ETA, há mais organizações e posições politicas além da ETA!

Silvares, lá voltamos à mentira quando falamos da Venezuela. Na Venezuela não há presos políticos, nem a própria imprensa do sistema se arrisca a fazer tal afirmação (lá virá o tempo), 80% da informação é contra o governo, jornais, TV,s, rádios, mesmo a igreja.
É completamente falsa as afirmações que fazes, o que aconteceu agora foi a expulsão de estrangeiros que estavam na Venezuela a imiscuir-se nos assuntos próprios de um país, tal como em Portugal ou qualquer país do mundo (que não seja uma Republica das bananas) há a prerrogativa do governo expulsar um cidadão de outro país que se imiscua nos seus assuntos, é uma questão de respeito e de dignidade.

Jorge, eu nunca apoiei a ETA, nem NUNCA apoiarei. Apoio o direito dos Bascos a reclamar independência e na verdade nem sei se para eles é melhor serem independentes ou não, ou seja não tenho opinião quanto à questão da independência em si (deve ser confuso esta opinião para quem está habituado a coisas mais lineares).
Essa postura de resumir o caso Basco a uma luta entre o governo espanhol e a ETA é reveladora de quem não percebe minimamente o que se passa naquele país e na Espanha.

Quanto à comparação entre a liberdade de imprensa aqui e na Venezuela, tens razão é um bocado abusivo fazer essa comparação! Onde é que em Portugal a oposição tem televisões, rádios, jornais de tiragem nacional 24 horas por dia ao seu serviço? Portanto, é claro que há mais liberdade de imprensa na Venezuela que em Portugal!

Por fim e sem retirar o mínimo sentido ao que disse de que “os Bascos tem tanto direito a serem independentes como os Tibetanos”, considero que pelo menos há uma grande diferença entre estes casos e que é de fácil verificação.
Os Bascos não têm o apoio de nenhuma organização internacional, de nenhum país, que suporte ou contribua economicamente para as organizações que defendem a sua independência, não há papas nem lideres de outros países que recebam o Daniel Ortega e a imprensa oficial mundial não faz mais que misturar tudo, ETA e as outras organizações, dando origem a estas lamentáveis confusões.
No caso do Tibete existe toda a imprensa do sistema a apoiar, há Papas, Bushs, todos os líderes da União Europeia que recebem o Dalai Lama, honestíssimas organizações “não governamentais” como a Human Rights Watch e o Repórteres Sem Fronteiras, há muito dinheiro que vem do Capitólio da Casa Branca, do Prémio Nobel... Tanta mas tanta gente com as mais puras das intenções, que a mim me faz desconfiar.

De um lado estão os Bascos só, do outro, estão os filhos da puta todos!
Não é preciso ser muito iluminado para escolher um lado.

Olaio disse...

É claro que o Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, não tem nada a ver com esta história, já basta a estórias que vieram à baila, queria referir-me Arnaldo Otegi, membro do Batasuna.

jorge disse...

Como de costume assobias para o lado. Não discuto os apoios que cada um tem mas sim o direito que lhes assiste. Isso é que interessa, penso eu. Agora se os americanos, os russos ou o diabo a quatro apoiam A, B ou C é que me parece uma questão secundária pois todos estes apoios serão circunstanciais. Para quem analisa estes casos imparcialmente, claro. Para quem não o fizer é que os apoios contam. E conseguiste mais uma vez fugir com o rabo à seringa no que diz respeito à pergunta que te fiz ...

L disse...

Ai, melheres, voçemeceses...Kereeedo.
Sempre a desatinar, a desatinar...
Korrôôre.

Silvares disse...

Reli alguns dos meus comentários e não reparei que tenha alguma vez afirmado que há presos políticos na Venezuela. Talvez tenhas te confundido por referir Cuba como outro exemplo de intolerância para com as vozes discordantes. Mas o "porfessor" Fidel é uma espécie de Santo e se alguém vai dentro por abrir demasiado a boca é porque decerto o merece. Ai não que não merece! As palavras são uma arma perigosa. Mas é evidente (lá estou eu a misturar água com azeite outra vez!) que há causas que não merecem a mínima contemplação. Os cubanos que não alinham com o governo são maus e merecem os piores castigos.
Já agora, juro que esta questão é inocente, a maioria da população do país basco é a favor da independência ou basta-lhe a autodeterminação? Sinceramente não sei. E na parte francesa?
Já agora uma pergunta retórica, se por acaso fosses aos EUA e te manifestasses publicamente contra a administração Bush achas que haveria razões para te meterem no primeiro avião escoltado por forças militarizadas? Ou então, sempre que destas a zurzir no governo de Sócrates, por muito fundamentadas que sejam as tuas opiniões, achas que poderiam fazer-te como ao Charrua e porem-te na alheta do teu lugar na Função Pública? Afinal de contas qual é o limite para a liberdade de opinião? É que, na minha óptica, a liberdade de opinião não tem limites mas, lá estou eu outra vez, leio pouco e não compreendo os superiores interesses das revoluções redentoras que hão-de por em ordem o mundo que nem Deus conseguiu ordenar.
Estas divindades que detêm a sabedoria, que vêem mais longe com o olho do cú do que eu com os dois que tenho abaixo da testa, estão na Terra para fazerem o Bem e não merecem qualquer tipo de reparo nos seus desígnios superiores.
Pobres dos que os não compreendem e têm de viver debaixo da sua alçada.

Silvares disse...

Eh, Lázaro, agora parecias a avó Hermana Josefa.
:-)

Olaio disse...

Como de costume assobias para o lado. Não discuto o direito que lhes assiste (aos povos), mas sim os apoios que cada um (os supostos representantes da vontade do povo) tem, porque a partir dai posso perceber das intenções que estão por detrás dos seus actos.
Como diz um ditado popular : “Diz-me com quem andas, dir-te-ei que és!”, ou se não quisermos ir para a sabedoria popular, podemos sempre recorrer aos princípios dos neo-liberais, dos capitalistas! Como costumam dizer: “não há almoços grátis”, ou seja, se os americanos estão a pagar e bem é porque querem algo em troca e podes ainda não ter percebido, mas se um capitalista oferece um chouriço é porque quer um porco.
Há porra! Já me tinha esquecido, o Bush tá farto de repetir: A razão de todos estes actos da administração só tem um e altruísta objectivo, o espalhar a democracia e a liberdade pelo mundo… Santa ingenuidade com que então circunstancias, quando já vêm deste o final dos anos cinquenta.

Estranhamente sobre os bascos ficas-te calado, posso depreender dai que percebeste e concordas-te com o que te disse na última resposta.

Quanto a trocadilhos…francamente não percebo qual o interesse, não tenho propriamente o gosto por esse tipo de jogos. Enfim não acho que haja diferença nem interesse em alinhar em jogos de trocadilhos

Silvares disse...

Não percebi nadinha do que disseste. Estavas a referir-te ao meu último comentário? Não apanhei o sentido.
É melhor ficarmos por aqui nesta troca de galhardetes uma vez que, pelos vistos, já estamos a ssobiar cada um para seu lado.
Até à próxima polémica.
Inté.

jorge disse...

“Diz-me com quem andas, dir-te-ei que és!” Interessante, mas falacioso neste contexto. Já chega de conversa, que tu recusas-te a ser claro quanto aos direitos dos tibetanos. Pareces o Diácono Remédios a falar dos comunistas! Não é um trocadilho, apenas altero a ordem dos termos numa frase.Eu sei porque não respondes e tu também sabes porque te esquivas à resposta. Daí a nossa discordância nesta matéria.Tu não queres é admitir o que se lê nas entrelinhas dos teus textos: Bascos, autonomia, tibetanos, levam com os chineses que é para aprenderem a não serem amigos de capitalistas! O ditado que cito no início serviria para esclarecer a tua posição, a propósito. Um conselho te deixo: "Free your mind!" (Não foi o Bush que disse.... )Quanto a este assunto, dou as hostilidades por encerradas. Agora só falo quando for um post sobre o meu energúmeno populista preferido, que chega na sexta. Três vezes em 2008! Será que está a pensar vir cá para ver como é que o 'irmão' Sócrates 'implantou o socialismo'? Não haverá nenhum comunista que lhe explique a figura de urso que faz ao dizer estas coisas? Espero que traga o papagaio que usa a boininha e diz 'Viva Chavecito! Viva la revolucion!' Bobo por bobo, ficava a ave com a fama.

Olaio disse...

Silvares aquela resposta não era para ti era para o Jorge, mas aqui vai que é para não ficares sem resposta.

Quanto a Cuba, parece-me muito pouco sério falar do que lá se passa olvidando que há cerca de 50 anos aquele país da dimensão de Portugal está sujeito a uma guerra não declarada pelos EUA.

Quanto aos presos políticos, e já que não descobriste nada nas tuas afirmações eu recordo-te:” Quem não está a favor das reformas impostas por Chávez só pode ser um contra-revolucionário merdoso, merecedor de castigo”, que queres então dizer com castigo?

Mas vamos aos bascos que é essa a razão do post. Vejo que a confusão entre ETA e restantes organizações parece ter-se atenuado, embora acredite que vais (estranhamente) continuar a misturar tudo. Fazes uma pergunta inocente” a maioria da população do país basco é a favor da independência ou basta-lhe a autodeterminação?”

Pois é, eu e muitos bascos também têm a mesma dúvida, por isso é que o Partido Nacionalista Basco (PNV), no governo basco com a Esquerda Unida (IU), propôs um referendo que Zapatero e os Populares vieram já rejeitar e declarar sem validade, caso deixem que se realize. Como podes ver há quem não queira resolver a tua dúvida e garanto-te que o PNV e IU estão muito longe dos terroristas da ETA. Mas para ti deve ser tudo a mesma coisa.

Bem mas não sabemos qual a actual opinião do povo basco, é verdade, mas sabemos uma coisa. A actual estrutura da monarquia espanhola foi deixada em herança por Franco, como ficava mal a uma democracia viver assim sem mais nem menos com herança tão facha, nos anos 70 realizou-se um referendo para legitimar a monarquia e a constituição espanhola. Pois bem, nesse referendo o povo basco votou contra! Ou seja, na única oportunidade que os bascos tiveram de se pronunciar disseram não ao estado espanhol.

É claro que tu já sabes isso, mas preferes ficar nas tuas “dúvidas”. O problema é que a imprensa oficial condena os independentistas bascos e há quem repita essa opinião sem se questionar.

Meu caro, tu se fosses aos EUA e te metesses em política, nem ias, ficavas logo no teu país que eles nem te deixavam lá entrar e se não sabes que qualquer cidadão que no interior de um país estrangeiro interfira nos seus assuntos políticos pode ser corrido, qualquer que seja o país, então pergunta que vais ver que tal acontece e tem acontecido bastantes vezes e quanto a mim correctamente.

Jorge, “Diz-me com quem andas, dir-te-ei que és!” Interessante, mas falacioso neste contexto”, mas porquê? Só porque tu o dizes?... francamente!

O teu problema Jorge é o mesmo do Silvares, é que a imprensa do sistema condena os independentistas bascos e há quem se limite a repetir a mesma opinião sem saber porquê, baralhando as diferentes posições e personagens, reduzindo tudo a um confronto entre a ETA e o bons monárquicos espanhóis, é só isso mais nada!

Silvares disse...

Não resisto a fazer-te notar, se quiseres ver, é claro, que se 50 anos de embargo americano justificam presos políticos em Cuba (acho uma enormidade mas, enfim...) então 3 mil e não-sei-quantos mortos nos atentados das Torres Gémeas justificam Guantanamo (já são duas enormidades...) e o poema do outro post é apenas conversa mole.
O que o Jorge te tem estado a tentar demonstrar ao lonfgo dos seus comentários é isso mesmo: tens tantos pesos e tantas medidas quantos os autocratas "revolucinários" que precisares de justificar. Já reparaste que NUNCA condenas o Chávez? O gajo é mesmo perfeito, é o revolucionário impoluto de fronte limpa e coração amigo.
Pronto, já falei mais do que o que queria falar...

Olaio disse...

Cinquenta anos de embargo, tentativas de assassinato de dirigentes, ataques quimicos, invasões militares, intromissão no espaço radioelectrico, criação apoio e sustentação de grupos opositores, alguns terroristas que levaram acabo vário atentados, nomeadamente contra um avião...

Tudo isso e mais que havia para dizer, para ti não tem importância?

A intromissão americana em Cuba não é um acto pontual de um grupo terrorista marginal, não! É uma acção da MAIOR POTENCIA DO MUNDO contra um PAÌS da dimensão de Portugal. Não achar que isso é um factor a ter em conta quando se fala de democracia, é só refinada demagogia!
Como pode ser livre um povo que está submetido a uma potencia?

Mas o que é que há a dizer do Chavez? O facto de ser populista só por si é crime?
Não ganhou mais que democraticamente o seu poder?
Francamente, não lavem os olhos e não refresquem a mente que não é preciso!

jorge disse...

Cheira-me que, neste blog, o melhor ainda está para vir. Nas Teses ao XVIII Congresso do PCP, entre os países "que definem como orientação e objectivo a construção de uma sociedade socialista" vêm, a par de Cuba e da China, a República Democrática e Popular da Coreia. A Coreia do Norte! Sim, o país onde, quando do nascimento do Kim Il-sung, mil arco-íris surgiram no céu e as andorinhas, voando, formaram o nome do 'querido líder'! A Coreia do Norte onde o poder passa de pai para filho, qual monarquia conservadora! O país da ideologia juche e onde o primeiro ano do calendário (1912) coincide com o ano do nascimento do 'querido líder'! Prevejo confrontos nestas páginas :)