quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Mensagem de Ano Novo do Sr. Presidente

“Perante as dificuldades de crescimento da nossa economia, perante a angústia daqueles que não têm emprego e a subsistência de bolsas de pobreza, devemos concentrar-nos no que é essencial para o nosso futuro comum, e não trazer para o debate aquilo que divide a sociedade portuguesa.”

Mensagem de Ano Novo de Cavaco e Silva

Portanto vamos lá a deixar-nos de referendos sobre coisas secundárias, como tratados que não interessam a ninguém e que além disso são muito confusos para o povo.
E nada de protestos, manifestações ou greves, só coisas que unam os portugueses. Ou seja: O patronato pede, o governo executa e o pessoal cala-se a bem da nação.

6 comentários:

Albino disse...

Mas “a angústia daqueles que não têm emprego e a subsistência de bolsas de pobreza”, não têm nada a ver com “aquilo que divide a sociedade portuguesa.”?

FJ disse...

Olhe que não sr. Albino olhe que pelos vistos não. Para o nosso Presidente nada disso divide. e sejamos francos... divide mesmo? divide? o povo? Isto é, a sociedade civil? Sim porque o povo já foi demitido.

Anónimo disse...

Que aborrecidos que são os gajos dos Blogs!
Não falem de coisas sérias.
Falem do que verdadeiramente une os Portugueses: das telenovelas,da saudade, do regresso do Desejado,do aumento do custo de vida,do Mourinho, de como lá fora é que é bom, da imprevisibilidade do esférico,do Tempo,da Casa Pia,da vida dos Artistas,de como veste bem a primeira dama... e sobretudo criticar, criticar e .. criticar.

HUMMM!!! ..Antigamente é que era bom, não havia estas liberdades!


Bora lá aborrecê-los mais e mais, pode ser que desistam de nos lixar!

Silvares disse...

Isto faz-me pensar como a luta de classes se mantém bem viva. O problema é que as classes se misturaram e já não dá para falar em patrões e trablhadores porque há aqueles trabalhadores que se tornaram patrões e aqueles patrões que são agora trabalhadores o que fez com que uns ricos tenham ficado pobres e vice-versa. Depois há um outro extracto da realidade onde estas coisas passam à categoria de curiosidades e constituem motivo de análise fria e "objectiva" como o que parece querer fazer o Cavaco. Vai na volta sofre de Alzheimer e já se não se lembra de quem é!

Albino disse...

Ainda dá para falar em patrões e trabalhadores, O esquema pode já não ser o do Marx, mas a luta contínua.
Claro que há muitas diferenças, mas em traços gerais vai dar ao mesmo. O esquema é diferente, e forma um labirinto um tanto mais complicado, contudo, o resultado final é o mesmo, ou parecido.
São uns tantos a usufruir da grande maioria do quinhão, que lhes pertence porque sim, porque são empreendedores (há quem lhes chame também outros nomes).
Alguns a sentirem-se confortáveis com as sobras, e a assobiar para o lado, (quando não a fazer coro com quem canta de galo) porque lhes chega para os gastos.
Muitos a “viverem” como podem, e a grande maioria a arrastar-se pela vida.
Quanto ao Cavaco, talvez pelo Alzheimer e pelo asilo de luxo para onde foi, às vezes assobia para o lado, outras faz coro. Desta vez, tentou armar-se em pinto.

Olaio disse...

Nos anos 80, 90, num momento de fraqueza e ingenuidade, acreditei que poderia haver um capitalismo de rosto humano, que um trabalhador hoje, poderia ser amanhã um patrão. Era o tempo em que os socialismos do leste europeu se desmoronavam, ou não conseguiam resistir à estratégia do capital e os pós-modernos, afirmavam a máxima do “small is beautiful”, que com a revolução tecnológica espalhava pequenas empresas por toda a parte.

Mas a verdade é que o capitalismo tem consciência que só consegue assegurar o seu poder, se muito poucos explorarem o trabalho de milhões e que tem que criar mecanismos, através do aparelho de estado de forma a que essa situação se mantenha e se possível se agrave, para que os seus lucros cresçam, cresçam (como temos assistido) e os seus filhos possam dormir descansados. Sim que os capitalistas também são pais extremosos que zelam pelo futuro dos seus filhos.

Assim voltamos à velha imagem de Marx, dos peixes grandes comendo os pequenos, as OPA`s a sucederem-se e tornarem-se numa espécie de desporto mundial em crescendo.
Depois é ver o estabelecimento de mecanismos que assegurem a que quem quer justiça, tenha que ter muito dinheiro e principalmente, no ensino acabar com a ideia que o conhecimento é para todos. Não as melhores escolas, professores, meios, são para os seus filhos, para que amanhã possam, sossegadamente, tomar o controle das benditas empresas.

Não! por mais que se queira nem todos podemos ser Ulrichs, Belmiros, Berardos, Mellos, Espíritos Santos, Jardim Gonçalves, Amorins… Ou podemos ser, mas para isso temos que mudar o estado e colocar-lhe à frente o adjectivo de socialista.