O Telejornal das 20h. na RTP1, abre com uma noticia sobre a sucessão de Fidel.
Um exercício de pura manipulação e debitar de mentiras sobre Cuba.
É assim que se formata o pensamento, sob a capa de informação.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
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7 comentários:
Porquê? Há algo que não estou a entender.... É mentira que o Fidel foi substituído? Ou será ele insubstituível? O poder passou do Castro I para o Castro II. Mais uma monarquia comunista, passe o paradoxo. A célebre tirada 'a história me absolverá', dita com legitimidade (na altura) ainda se há-de virar contra o homem. Afinal o rapaz já ultrapassou o Salazar tendo em conta o número de anos em que se alapou ao poder, ou não?
mentes formatadas recorrem a argumentos pobres
É claro que não me estava a referir ao facto do Fidel ter sido substituído.
A notícia da RTP1 acabava entrevistando uma cubana, que afirmava gostar de emigrar para os EUA, a imagem da senhora ficava fixa e sobre ela aparecia a sombra de uma grade.
Como se o problema da emigração fosse culpa do governo cubano e não dos EUA que limitam o número de autorizações, ao mesmo tempo que promovem campanhas de persuasão sobre a população da ilha. Facto que o comum dos mortais pode desconhecer, mas que os jornalistas têm o dever de conhecer, nomeadamente a “lei de ajuste cubano”
(ver este vídeo: http://www.cubainformacion.tv/index.php?option=com_content&task=view&id=337&Itemid=86)
Quanto à “monarquia comunista”, acho que é uma análise um pouco básica, que se limita a aproveitar uma questão circunstancial, transformando-a num facto político, não tem sustentação nenhuma, e omite todo o papel que Raul Castro desempenhou, antes e depois da Revolução cubana.
Analisar políticos e politicas por relações familiares ou por tempo que uma pessoa está no poder, é bastante redutor e só por si não significam nada.
"Analisar políticos e politicas ... por tempo que uma pessoa está no poder, é bastante redutor e só por si não significam nada." O gajo de Santa Comba não teria desdenhado a tua opinião. A propósito, porque motivo só em ditaduras ou afins acontece este fenómeno? Já agora, não haverá em toda a ilha algum "jovem", digamos, com menos de 70/75 anos com capacidade para chegar ao poder, considerando que o Fidel tem 81, o Raul (um chavalito ao pé dele) tem 76 e o número dois, José Ramon Machado tem 78?
Outra opinião, no mínimo curiosa é esta: "Como se o problema da emigração fosse culpa do governo cubano e não dos EUA que limitam o número de autorizações." Faz-me lembrar o filme "Adeus Lenine", e o Muro de Berlim, feito para impedir que as hordas de ocidentais desiludidos "invadissem" o paraíso a Leste, mesmo à mão de semear. Finalmente, no que respeita à "monarquia comunista" e ao seu "circunstancialismo", recordo-te a Coreia do Norte, por exemplo, e a dinastia Kim (pai e filho)... Um abraço
Já tinha avisado o Olaio de que aquelas discussões do acerca, não podiam ser travadas de peito aberto, e “dando a escolher ao adversário o campo de batalha” mas, como sabes, ele é um bravo que luta em qualquer campo.
Não sou perito em guerras, mas parece-me elementar que quando o lado que se defende é o mais fraco (e o dele é o mais fraco porque luta por se afirmar num meio hostil), quando não se possuem armas semelhantes às do adversário, não se pode tentar vencê-lo dando-lhe essa vantagem.
O campo de batalha que eu escolheria, teria que ter em conta a definição daquilo que defendo, e o que defendem aqueles com quem debato. Seria qualquer coisa como definir o conteúdo.
Se de facto, pretendesse-mos o mesmo, iríamos então ver se encontrava-mos a forma de o fazer.
É que ao ler-vos fica a sensação de estarem em lados oposto da barricada, a não ser que seja “apenas” uma questão de forma.
Se é o caso, não me parece a melhor maneira de a encontrarem, pois se é verdade que o Olaio se afirma sem se questionar, totalmente ao lado de Cuba, e da sua luta por uma sociedade pretensamente mais justa, avalizando a forma como o faz, ainda não se percebeu, como é que tu pretendes lá chegar. Se tens muita pressa, ou nem por isso, e que meios estás disposto a usar.
São estes, quanto a mim, os pressupostos da questão, pois que se por um lado não conheço de facto a realidade cubana, de facto conheço a realidade do sítio onde vivemos.
E mesmo assim desconfio que desse, não conheço nem da missa a metade.
Um abraço a ambos, e força…
Por princípio, acho que um politico não se deve manter durante muito tempo num cargo, no entanto acho que isso não deve ser imposto como prática politica, nem constituir regra para uma Democracia, aliás a imposição de limites aos mandatos, constitui para mim, uma limitação ao direito e à liberdade que o cidadão têm de escolher quem quer para um determinado lugar.
Se acredito que há políticos que nem deviam ter um dia de poder, acho que há outros que são exímios governantes e por isso merecem estar nos lugares enquanto para isso tiverem condições.
No entanto percebo que os partidos burgueses gostem de defender essas aparentes regras de democracia, é que assim sempre podem dar um certo ar de mudança, enquanto as coisas continuam na mesma.
Isso permite a LF Meneses vir demarcar-se das práticas de corrupção comuns aos partidos burgueses, só porque foi descoberto um caso de corrupção no PSD, praticado no tempo em que lá estava Barroso, “já não é o mesmo partido”, mudou muito…
E com esta linda tese, Barroso foi-se embora, Santana despedido, agora temos Sócrates, mas as politicas são exactamente as mesmas, ou a continuação umas das outras, mudando apenas alguns dos que usufruem dos tachos.
O mesmo se passa por exemplo nos EUA, Reagan bombardeou entre outros países, Granada e o Panamá, Bush pai bombardeou o Iraque, Clinton para marcar a diferença, bombardeou à vez, o Iraque, o Afeganistão, o Sudão e com especial afinco, a Jugoslávia até pôr o seu povo de joelhos. Bush filho só veio acabar aquilo que o pai tinha começado e Clinton continuado, ocupou o Afeganistão e o Iraque.
Qual a diferença? A Mónica?
Por trás desta gente toda, está um sistema que escolhe o aparente executor da sua politica, de acordo com o que acha que lhe trás mais vantagens.
Acreditas que o Bush manda alguma coisa na política americana?
Ou seja, para mim o que é importante no poder, é a classe que o domina e ao qual ele (poder)serve. Os partidos são a forma das classes se organizarem e as pessoas são lá colocadas conforme os interesses dessas classes.
UM DITADOR NÃO É UMA ESPÉCIE DE SUPER-HOMEM QUE TOMA CONTA DO PODER ISOLADO. UM DITADOR É UM TIPO QUE É COLOCADO NO PODER POR UMA CLASSE PARA SERVIR OS INTERESSES DESSA CLASSE.
O problema de Salazar não foi ter estado no poder 40 anos. Foi o de ter governado contra o povo português. Ter retirado à maioria do povo os seus direitos sociais, políticos, económicos e culturais.
Se Fidel não tivesse o genuíno apoio do povo cubano, de certeza que não tinha sobrevivido nos anos noventa, quando se viu praticamente isolado e com a ilha de pantanas.
Quanto à questão da emigração cubana, já vi que não viste o vídeo que tinha recomendado, vale a pena ver, não é grande (3, 4min.) e para se ter uma opinião o mais isenta possível e esclarecida, convém ver o que os outros têm a dizer sobre os assuntos. Aconselho vivamente a ver. http://www.cubainformacion.tv/index.php?option=com_content&task=view&id=337&Itemid=86
Quanto à questão da “monarquia comunista”, a insinuação é básica e a comparação com a Coreia do Norte forçada, diria que de mau gosto.
Onde está o príncipe herdeiro? Fidel não tem filhos? Fidel tem 81 anos, Raul 76, não era altura do príncipe surgir? È que na Boubónica monarquia vizinha, o borbonzinho há muito que anda a treinar para reinar.
De forma grosseira esqueces que, já em 1955 Raul acompanhava Fidel nas prisões de Fulgêncio Batista.
Para acabar a discussão que já vai longa: não podes falar a sério quando legitimas o Raul por ter estado preso com o Fidel. Quanto à tua definição de ditador, peca por incompleta. Recordo-te o campeão absoluto, primeiro lugar no top dos ditadores, o sujeito do bigodinho ridículo com uma atracção anormal por fardas - venceu eleições representando transversalmente uma nação, não uma classe, embora tenha sido massivamente apoiado pelos trabalhadores. E quanto a Cuba, estamos conversados, compañero...
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