sexta-feira, 3 de outubro de 2008

As razões de muitos conflitos

Os grandes objectivos geo-estratégicos das principais potências imperialistas visam expandir o seu domínio a todo o globo: dando cobertura política e militar à expansão e instalação das multinacionais; assegurar o controlo directo das fontes e dos fluxos energéticos, das reservas de minérios, água e terras aráveis, das comunicações e principais vias de transporte de mercadorias a nível mundial; aprofundar o cerco geo-estratégico e militar às «potências emergentes» com especial destaque para a Rússia e a China, de forma a que o seu poder não possa ser posto em causa.
Por outro lado, procura conter processos de afirmação de relações económicas, políticas e estratégicas que fujam ao firme controlo do imperialismo, como sejam os processos que se verificam na América Latina, com a criação do Mercosul ou a ALBA, dai toda a campanha que os principais meios de comunicação do mundo capitalista, logicamente ao serviço dos seus patrões, leva a cabo, procurando denegrir os processos profundamente democráticos que se registam nesses países.

4 comentários:

jorge disse...

Eu acho que o capitalismo está em pânico, pois descobriu que o seu pior inimigo é ele mesmo. Na sua lógica de ganância autodevora-se e não taradará muito já não haverá nada para devorar.... Um reparo: a China é uma potência capitalista, na prática, embora a retórica do Partido ainda seja envervgonhada e pretenda 'vender' um regime como se de outro se tratasse. Mas nisso só acredita quem quiser...

Olaio disse...

Em relação à China tenho muitas dúvidas e uma enorme curiosidade em perceber o que dali vai sair, se é que vou ter tempo para perceber.

Não partilho da ideia de que a China é uma potência capitalista, no entanto não apostaria que a China não se virá a transformar numa potência capitalista.
Na teoria política são considerados vários poderes existentes na sociedade: o poder político e o poder económico são usualmente os mais relevantes (não esquecendo o poder militar), o capitalismo caracteriza-se por o poder económico DOMINAR o poder político. Ora o que julgo que se passa na China, é que por enquanto ainda é o poder político que DOMINA o poder económico e portanto não podemos considerar a China um país capitalista, mas sim um país onde as regras do capitalismo fazem parte (entre outras) das relações de produção, mas não são elas que determinam o poder político.

Mas como disse, isto não significa que com o crescimento e tento em conta a natureza predadora do capitalismo ele não venha a tomar conta do poder político na China.

Silvares disse...

Os teus receios e dúvidas são perfeitamente legítimos quanto ao que se está a formar na China. Um país com aquelas dimensões e um sistema social com aquele génese só poderá parir um monstro! Outro monstro com força suficiente para devorar o próprio sistema capitalista e passar a ser o predador dominante. É que a luta de classes é uma luta inquinada pelo vírus da ganância. Um operário, quando triunfa, de imediato sente crescer dentro dele o monstreco capitalista e transforma-se naquilo que antes combatia. Custa a engolir mas com um pouco de óleo de motor escorrega bem pela goela abaixo...

Olaio disse...

Silvares é nestas tuas análises que eu vejo todo o teu mundo de preconceitos, neste caso culturais.

Tudo o que sai dos limites da sacrossanta cultura ocidental e católica para ti é uma monstruosidade. Os pretos, os árabes, os chineses, os russos, os índios…

Para ti um mundo correcto seria qualquer coisa parecida com o final do séc. XIX, quando esses povos bárbaros eram governados pelos civilizados ocidentais, a partir dai foi uma desgraça.