sábado, 4 de outubro de 2008

Bombardeamento do parlamento Russo

Uma das ideias que alguns inocentemente e outros nem tanto gostam de propagar, é a de o fim da União Soviética foi um processo rápido, pacifico e acarinhado entusiasticamente pela população, ideia que não corresponde ao que na verdade se passou na década de 80/90 do século passado.
Faz hoje 15 anos que forças do Exército russo, às ordens de Boris Ieltsin, depois do bombardeamento por artilharia do edifício, assaltaram o Parlamento russo, eleito democraticamente (segundo as opiniões ocidentais), numa operação militar que, provocou 12 mortos (9 dos quais mortos por «fogo amigo») entre as «forças da ordem» e 187 mortos e 437 feridos do lado dos resistentes no Parlamento (segundo o governo russo, outras fontes falam em 2 mil mortos).

Foi pois com este banho de sangue e com este assalto armado a um Parlamento legítimo que terminou o que ficou conhecido como «a crise constitucional russa de 1993».
A crise, vinda de trás, tinha-se agudizado quando, em 21 de Setembro, o bêbado que então ocupava a presidência da Federação Russa resolveu dissolver o Congresso dos Deputados do Povo e o seu Soviete Supremo. A decisão de Ieltsin violava escandalosamente a Constituição em vigor da Federação Russa que estabelecia, que «os poderes do Presidente da Federação Russa não podem ser usados para mudar a organização nacional e estatal da Federação Russa, para dissolver ou interferir no funcionamento dos órgãos eleitos do poder do Estado. Neste caso, os seus poderes cessam imediatamente».

Foi nesta base que o Parlamento desencadeou um processo de «impeachment» contra Ieltsin e designou Presidente o sucessor constitucionalmente legítimo, ou seja o vice-Presidente general Alexander Rutskoy.

Este autêntico golpe de Estado conduzido por Boris Ieltsin foi activamente apoiado pelo imaculado democrata William Clinton, Presidente dos EUA, pelos democráticos governos ocidentais e pelas democráticas organizações como a União Europeia, a Nato e o Conselho da Europa.

3 comentários:

Silvares disse...

Será tempo de tomares atenção aos argumentos apresentados por Henrique de Sousa para abandonar de vez o PCP. Um gajo com 39 anos de militância, que fez parte do comité central desde 1979 e da direcção desde 2000... outro traidor, decerto, um revisionista falacioso. Ou não?

Bom, estou preparado para os teus argumentos que irão provar que eu não leio os textos correctos nem tenho acesso à informação que me iria permitir uma visão cristalina da história. Pronto, venham de lá esses argumentos irrefutáveis.
:-)

Olaio disse...

Ultimas...
Acabo de ser informado, ao passar pelas primeiras páginas dos jornais (só os de "referência"...), que "Henrique Sousa - ex-dirigente sai do PCP em ruptura". Fiquei verdadeiramente pasmado. Como é que esta "notícia" vem para a primeira página de um jornal!

Alguém terá dado ordens à direcção e redacção para se descobrirem coisas sobre o PCP, dada a pertinência e receptividade das suas posições, porque se está em trabalho (colectivo, democrático) de vésperas de Congresso, e há quem ande, como li algures, na "pesca à linha". Mas só estão a ter "sapatos velhos" no anzol. Não importa, põem-se na primeira página.

Até coro. Não sei se de vergonha, se de vontade de rir...

Desde o XVI congresso em 2000 (repito 2000)que Henrique de Sousa se vem afastando do PC. Tens que ser mais atento no que lês (não lês os textos correctamente: “integrou o secretariado entre 1990 e 2000”)

Já foi a Zita Seabra, o Vital Moreira, o Jorge Magalhães, a Maria dos "verdes", o Mario Lino, o José ernesto, o Pina Moura, a antiga ministra da “cultura”, o actual ministro do trabalho, o Gorbachov a fazer anúncios à Louis Vuitton… Silvares para esse peditório já dei, diz-me o nome de um tipo destes que tenha abandonado o PC e mantenha uma carreira de coerência política?

Um, não é muito! Muitos deles como tu dizes são traidores, outros simplesmente deixaram de ser comunistas (tem esse direito) e os restantes foram tratar da sua vida (e nem levo a mal), que isto de se ser comunista numa sociedade capitalista só dá é problemas e não dá para sustentar uma vida com um nível de qualidade que o sistema estabeleceu como “de bem”.

É claro que é por estas razões, por ver a incapacidade do sistema em ter uma discussão séria e o rebuscar dos mesmos velhos estratagemas, que cada vez mais me orgulho de ser comunista!

Silvares disse...

Dizes bem, só se pescam sapatos velhos. Ilustrativo, de facto.