sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A crise configurando o mundo

Com quase 2 triliões de dólares em reservas de moeda, a China é considerada por alguns como a potencial salvadora do sistema bancário ocidental.

Os governos ocidentais precisam de dinheiro e a China parece um bom lugar para consegui-lo, mas economistas chineses dizem que o país não passará cheques em branco. Qualquer ajuda oferecida pelo governo chinês para ajudar a solucionar a actual crise financeira deverá vir com contrapartidas.

"O governo chinês poderá oferecer um empréstimo até 500 bilhões de dólares ao governo americano para o ajudar a resgatar seu sector financeiro", disse o economista Arvind Subramanian do Instituto Peterson de Economia Internacional, num artigo publicado no diário financeiro britânico Financial Times.

O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, disse que o seu país fará a sua parte na resolução da crise, mas numa conversa telefónica com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, deixou claro onde residem as prioridades da China.

"A coisa mais importante para a China agora é lidar com suas próprias questões", há alguns dias a China prometeu dobrar nos próximos 12 anos, os salários dos habitantes da zona rural, onde ainda vive a maioria de sua população.

Apesar de tudo, parece que a China não poderá, sozinha, resolver os problemas financeiros do mundo, outros países emergentes como Índia, Rússia e Brasil também terão que ajudar... quem diria isto aqui há uns tempos atrás.

3 comentários:

Silvares disse...

As voltas que o mundo dá. Quem diria que a China estaria prestes a tornar-se o farol da vanguarda... capitalista!?

Olaio disse...

Parece não haver duvidas de que a China está prestes a tornar-se num farol de vanguarde da economia mundial.
Quanto ao facto de ser farol do capitalismo, ai é que eu coloco algumas duvidas, mais que não seja, porque um factor determinante e caracterizador de uma sociedade capitalista é o dominio do Poder económico sobre o Poder politico, ora parece-me que não há muitas duvidas em considerar que na China é o poder politico que controla o Poder económico.
E depois há a questão fundamental da propriedade privada.
Acho que as coisas não são tão simples como parecem

Silvares disse...

O paradigma capitalista está de pernas para o ar. Então agora o Estado salva empresas em risco e (re)nacionaliza parcialmente a banca? Também por estas bandas se começa a aceitar o regresso da política ao comando da barca, tipo novos homens-do-leme.
O que estará ainda para vir?