sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Com a corda na garganta

Divulga e assina esta petição pela redução das prestações pagas à banca pela compra de habitação.
http://www.petitiononline.com/cor2008/

Quase isolados no bloqueio a Cuba

Pela 17ª vez consecutiva, as Nações Unidas votaram uma resolução que condena o bloqueio a Cuba.

Dos 192 estados-membros da Assembleia-geral, 185 votaram a favor da resolução que exorta ao fim do bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos a Cuba. A resolução contou com apenas 3 votos contra – EUA, Israel e Palau – e com a abstenção da Micronésia e das Ilhas Marshall.

O voto ao lado dos EUA do seu fiel aliado (ou vice-versa), não admira a ninguém, os restantes são uns arquipélagos do Pacifico, facilmente pressionáveis e condicionáveis: Palau, com menos de 21 mil habitantes; a Federação da Micronésia, com menos de 107 mil habitantes e as ilhas Marshall, com menos de 62 mil habitantes. Ao todo estes três arquipélagos têm menos habitantes que o Baixo Alentejo.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Conviver mal com a liberdade

Luís e Catarina, dois jovens militantes da Juventude Comunista, ele de 26 anos e ela de 24, sentaram-se ontem no banco dos réus do Tribunal de Viseu. Os jovens pintaram um viaduto com um apelo ao congresso da JCP e foram identificados e detidos pela PSP. Estão acusados do crime de dano qualificado. A Câmara Municipal de Viseu constituiu-se assistente e reclama uma indemnização de 301 euros.

Os factos remontam a 13 de Abril de 2006 quando estavam a pintar um mural alusivo ao 8.º Congresso da JCP no viaduto que dá acesso ao hospital de Viseu. A PSP tentou impedir a conclusão da pintura e os dois jovens activistas acabaram identificados. O material da pintura acabou apreendido e foram acusados de um crime de dano qualificado de bem público. A acusação foi do Ministério Público (MP) e a câmara, que denunciou a pintura, constituiu-se assistente.

Este pessoal da direita convive mesmo mal com a liberdade, a coisa é mais ou menos assim: se tiveres dinheiro podes conspurcar à vontade o espaço público com publicidade ou lá a porcaria que seja; ocupar a Avenida da Liberdade durante um fim-de-semana, para mostrar uns carros; ocupar jardins e diabo-a-sete para lançamentos promocionais, impedindo os cidadãos de usufruir do espaço público, etc... Agora se quiseres exercer o elementar direito de expressar as tuas opiniões políticas, vais parar ao banco do tribunal.

E depois o Chavez é que é ditador e então o Fernando Ruas e o Rui Rio e …

Apaches, Navajos e Cheyennes apoiam Obama

Dezenas de delegados do Congresso Nacional dos Índios Americanos participaram num dos comícios do candidato no Arizona, onde os indígenas realizam o encontro anual de cinco dias.

O Conselho da Nação Navajo resolveu há uma semana apoiar o senador de Illinois na sua corrida presidencial.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Aldrabice precoce

"Eu sou, digamos assim, da geração Kennedy. Essa eleição representou já um momento histórico. Lembro-me do debate que houve na América quando, pela primeira vez, um católico se candidatou a presidente. O próprio Kennedy teve de vincar bem que nunca receberia ordens do Papa enquanto presidente dos EUA. Lembro-me bem do que isso significou."

Ou seja, o nosso excelso Sócrates que nasceu em 1957 em Vilar de Maçada, já em 1960 com apenas 3 anos de idade, ficava especado em frente ao televisor, horas e horas a fio conectado com a CNN a seguir as eleições americanas e a ver o debate entre Kennedy e Nixon.
Era o que se podia chamar uma criança precoce, ou então, já nessa altura era um grande aldrabão.

A estranha "democracia" americana





As eleições americanas são o exemplo da farsa que é a democracia americana, toda a atenção está virada unicamente para as candidaturas de Obama/Biden e McCain/Palin.

Mas estas não são as únicas candidaturas: ao todo existem 6 a nível nacional, entre as quais se destacam Nader/Gonzalez (independente) e McKinney/Clemente (Partido Verde).
Estas listas antimonopolistas, antiguerra e por mais justiça social e económica têm sido completamente excluídas dos debates e da comunicação social.
E a isto se chama democracia

Curiosidades das eleições americanas

Votar pode ser muito fácil nos EUA. Há estados e condados em que basta registar-se - por correio, preenchendo um papel na câmara, ou pela Internet - chegar às mesas de voto, dizer-se quem se é e receber um boletim. Sem nunca apresentar um documento de identificação

Numa eleição disputada, todos os votos contam, sobretudo nos estados -chave. Na América desta vez, os novos votantes favorecem Obama e por isso os republicanos começam a tentar dificultar as coisas. Já puseram vários processos contra as supostas fraudes eleitorais. E agora usam o caso de uma associação cívica, a Acorn, para atirar lama para prejudicar o adversário

Na Pensilvânia (tal como no Ohio, na Florida, no Nevada...) decorre uma dura batalha local contra a Acorn, uma associação cívica de ajuda aos pobres. Nas últimas semanas foram levantadas em todo o país dúvidas legais na sua acção de registo de 700 mil novos votantes: votantes falsos em ruas que não existem, duplos registos, nomes como Mickey Mouse, Mary Poppins, etc...

Só dos escritórios de Filadélfia saíram nos últimos seis meses centenas de voluntários que conquistaram mais de 80 mil novos votos, sobretudo em zonas urbanas, negras e universitárias - decisivas para a vitória de Obama.
"Fizemos um bom trabalho", diz Jeanette Marcano, uma das dirigentes locais da Acorn. Mas, segundo o oficial dos registos da Pensilvânia, Fred Voigt, à CNN, há suspeitas reais de pelo menos 1500 registos feitos pela Acorn, que estão a ser reconfirmados pelos empregados do estado. Nas salas da Acorn, em Filadélfia, os voluntários são quase todos negros e muitos têm T-shirts vermelhas a dizer "Acorn vota Obama." Segundo Ali Kronley, da Acorn, a associação paga oito dólares por uma hora de trabalho a registar novos votantes. Os seus voluntários são pessoas pobres. Entre eles haverá gente para quem oito dólares à hora valem bem uma mentira. "Dizemos-lhes que oito dólares não valem a cadeia, mas..." Na semana passada foi detido Jemar Barksdale, um ex-empregado da Acorn, por ter feito 18 registos com assinaturas falsificadas.


Outra forma de influenciar as eleições é eliminar votantes, em zonas potencialmente indesejáveis, dos cadernos eleitorais. Está a decorrer uma batalha por quem aparece nos cadernos eleitorais. Recorde-se que foi, em parte, através da exclusão de eleitores dos cadernos, em particular africano-americanos (que votam sobretudo no Partido Democrata), e da redução do número de mesas de voto (aumentado assim o tempo de espera), que Bush conseguiu vitórias tangenciais em localidades-chave garantindo (fraudulentamente) a maioria no colégio.

No Ohio, um em seis eleitores foi apagado dos cadernos pela Secretária de Estado do Colorado (Republicana); mais de 2,7 milhões de eleitores foram apagados nacionalmente sob as novas regras aprovadas por Bush.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Um espectro percorre o mundo


Sobre a consistencia do dólar

O jornal do Partido Comunista Chinês defende que uma nova ordem financeira mundial, que não esteja dependente dos EUA nem do dólar é necessária.
Segundo o editorial da edição para o estrangeiro do “People`s Daily” de dia 17, escrito pelo professor Shi Jianxun, da Universidade de Tongji em Xangai, a politica financeira americana é responsável pela crise:
“ A crise nos Estados Unidos mostra que há grandes deficiências no acompanhamento e na fiscalização do mundo financeiro americano. Esta situação levou à falência do banco Lehman Brothers, e pode degenerar num verdadeiro tsunami financeiro. A falência da Lehman Brothers pode ter um efeito dominó. Terá igualmente, efeitos negativos na economia de outros países. O mundo precisa urgentemente de uma moeda diversificada e de uma ordem financeira que seja justa e independente dos EUA.”

A China possui cerca de 1 500 mil milhões de doláres de reservas em moeda estrangeira, e segundo o vice-presidente do Parlamento chinês Cheng Siwei: “A China deve equilibrar as suas reservas para que moedas fortes como o euro compensem as moedas mais fracas como o dólar.”


Entretanto um alto funcionário do Banco nacional Chinês afirmou que o dólar se encontrava “ocupado a perder o seu estatuto de principal moeda de reserva no mundo.”

Ou seja, parece que os chineses que até aqui pareciam ser os grandes garantes de alguma sustentabilidade do dólar estão um pouco cansados e prestes a abandonar a moeda americana à sua sorte.

sábado, 25 de outubro de 2008

Historias da Colômbia

Três militares colombianos foram demitidos do Exército por ligações com execuções extrajudiciais que estão sendo investigadas no país.
Os três coronéis pertencem à 15ª Brigada Móvel, que opera na província Norte de Santander, próximo à fronteira da Venezuela.


Há indícios que sugerem que jovens desempregados e pobres de favelas de Bogotá eram sequestrados e mortos, para serem apresentados como combatentes no conflito armado na Colômbia, o que teria rendido promoções aos oficiais.
A demissão dos coronéis pode ser o começo de um escândalo dentro das forças de segurança do governo do presidente Álvaro Uribe.

Estas demissões estão relacionadas com 11 casos sob investigação do Ministério Público. Mas há relatos de acções semelhantes que teriam acontecido em outras regiões do país.

Fontes do Ministério Público afirmam que centenas de militares estão sendo investigados por casos semelhantes, e que o assassinato de jovens para criação de estatísticas artificiais na luta contra as guerrilhas pode ser uma prática generalizada no Exército.

Remexendo na história

John McCain encontrou-se em 1985, em Santiago, com o então presidente chileno Augusto Pinochet.

Segundo telegramas do Departamento de Estado americano, o então congressista republicano descreveu o encontro que teve com o líder do regime fascista, acusado de ser responsável pela morte de pelo menos 3 mil pessoas como "amistoso" e até "caloroso".

A revelação do encontro foi publicada sexta-feira pelo site noticioso Huffington Post, num texto assinado pelo jornalista e professor da Universidade de Columbia, em Nova York, John Dinges, que soube da reunião por meio de documentos sigilosos mantidos pelo Departamento de Estado que agora se tornaram do domínio público.

Os telegramas do Departamento de Estado relatam que McCain destacou que a conversa com o ditador, tratou basicamente dos "perigos do comunismo".

Segundo McCain, o assunto era "um tema com o qual o presidente (Pinochet) parecia obcecado".

De acordo com o jornalista, os documentos da embaixada do Chile e do Departamento de Estado aos quais teve acesso mostram que McCain viajou ao país a convite das autoridades chilenas.

Curiosamente, durante a actual campanha presidencial, McCain tem criticado seu rival Barack Obama, por ter dito que aceitaria encontrar-se incondicionalmente com líderes como o Raúl Castro ou o presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Os bancos privatizam o estado

"A partir de agora, (…), o Governo disponibiliza aos bancos dinheiro dos nossos impostos. Significa isto que eu, como contribuinte, sou fiador do banco que é meu credor. Financio o banco que me financia a mim. Não sei se o leitor está a conseguir captar toda a profundidade deste raciocínio. Eu consegui, mas tive de pensar muito e fiquei com dor de cabeça. Ou muito me engano ou o que se passa é o seguinte: os contribuintes emprestam o seu dinheiro aos bancos sem cobrar nada, e depois os bancos emprestam o mesmo dinheiro aos contribuintes, mas cobrando simpáticas taxas de juro. A troco de apenas algum dinheiro, os bancos emprestam-nos o nosso próprio dinheiro para que possamos fazer com ele o que quisermos. A nobreza desta atitude dos bancos deve ser sublinhada.

Tendo em conta que, depois de anos de lucros colossais, a banca precisa de ajuda, há quem receie que os bancos voltem a não saber gerir este dinheiro garantido pelo Estado. Mas eu sei que as instituições bancárias aprenderam a sua lição e vão aplicar ajuizadamente a ajuda do Governo. Tenho a certeza de que os bancos vão usar pelo menos parte desse dinheiro para devolver aos clientes aqueles arredondamentos que foram fazendo indevidamente no crédito à habitação, por exemplo, e que ascendem a vários milhares de euros no final de cada empréstimo. Essa será, sem dúvida nenhuma, uma prioridade. Vivemos tempos difíceis, e julgo que todos, sem excepção, temos de dar as mãos. Por mim, dou as mãos aos bancos. Assim que eles tirarem as mãos do meu bolso, dou mesmo."

Ricardo Araujo Pereira

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Coisa que se dizem por ai

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, advertiu hoje num discurso pronunciado perante os empresários de Annecy, sobre os riscos de “uma revolta popular mundial” se a cimeira convocada para o próximo dia 15 de Novembro fracassar. A cimeira financeira marcada para os estados Unidos, com a presença dos lideres do G20, propõe-se refundar os princípios do capitalismo.

Fascista!

O Bairro do Aleixo é um bairro social, onde como é regra os problemas sociais são o pão nosso de cada dia, de forma um tanto ou quanto condenatória ouço uma jornalista num dos jornais das TV`s (não interessa qual) dizer que a maioria esmagadora da população desse bairro vive do Rendimento de Inserção Social, como se os moradores fossem todos uma espécie de criminosos que querem viver à custa dos “bons portugueses”, é a mensagem do Paulo Portas a passar.

É claro que o desemprego é enorme, é claro que "não há" dinheiro para políticas de integração. Ultimamente os bairros sociais transformaram-se em espaços cénicos para o Governo através das forças policiais demonstrar que estão activos no combate ao crime; cerca-se bairros, invade-se sem qualquer critério os domicílios familiares; as crianças dos pobres sempre tiveram menos direitos que as outras…

Bem mas não foi por nada disso que decidi escrever este post, foi porque na sequência da frase da jornalista atrás citada, aparece Rui Rio, Presidente da Câmara do Porto a informar que o bairro vai ser demolido com a deslocação da população para outros casas espalhados pela cidade, diz o senhor arrogantemente:
- “Compete à Câmara decidir o futuro do Bairro do Aleixo…”
A questão está em que com as voltas que o mundo deu, o sitio onde se situa o bairro tornou-se muito apetecível, cobiçado por especuladores àvidos de lucro e perante isso o que é a vontade dos 2 300 habitantes? não é nada! não são gente, são escória.

Como é que pode ser admissível considerar que um individuo (ou uma escória de indivíduos) só por ser presidente de Câmara tem o direito a decidir assim sobre a vida das pessoas, recusando-se a ouvi-las, desprezando-as, para mim estes comportamentos só tem um qualificativo: fascistas!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Enquanto uns descem...outros sobem.












A economia capitalista apesar de todo o despejar de dinheiro que os governos andam a fazer para os cofres dos bancos, não dá sinais de se conseguir levantar. Hoje as bolsas asiáticas tiveram fortes quedas, depois da divulgação de novos dados que indicam que a economia americana se está a encaminhar para uma recessão. O índice Nikkei, do Japão, a bolsa de Hong Kong, teve baixa de 2,9% e a da Coreia do Sul caiu 5,1%, atingindo o seu menor nível em três anos.

"Em Portugal o PSI 20 caiu 4,5% com receio de possível recessão global"

"Bolsas europeias afundam com receios de recessão mundial"

"As principais praças da União Europeia fecharam a sessão de hoje em forte queda, numa tendência comum às bolsas de todo o mundo, devido ao agravamento da crise económica e consequente quebra dos lucros das empresas. A bolsa espanhola foi particularmente afectada, devido aos receios de que a Argentina possa entrar em incumprimento da sua dívida."

"Wall Street cai cerca de 4% com receios de que a recessão global afecte os resultados das empresas"

Entretanto a Índia lançou com sucesso, nesta quarta-feira, sua primeira missão não tripulada à Lua. A nave, construída na Índia, leva um satélite de uma tonelada e meia que irá orbitar à volta da Lua por dois anos para examinar a distribuição mineral e química do satélite natural da Terra e criar um atlas dimensional da superfície lunar.

Um dos que vai "resolver" a crise.

Em apenas 5 anos (2003-07) os directores dos 5 maiores bancos de Wall street (todos em apuros ou falidos) pagaram-se (a si próprios) mais de 3 milhões de dólares (Bloomberg 26.9.08). Só para se ter uma ideia do que é esse valor, lembremo-nos que o plano para salvar o sistema financeiro americano vale 700 mil milhões de dólares.

Uma das curiosidades desta história, aliás bastante elucidativa, é que um desses directores, o principal director (CEO) do banco Goldman Sachs entre 1999 e 2006, é o actual Ministro do tesouro dos EUA, Henry Paulson, e igualmente responsável pelo tal plano de salvamento.

De acordo com a legislação por ele apresentada ao congresso, fica responsável único por decidir como serão gastos os 700 mil milhões de dólares do pacote para salvar os bancos e não pode ser levado a tribunal, nem sujeito a qualquer procedimento administrativo, pelas decisões que tome.

Como se pode constatar, podemos estar descansados que o sistema está mesmo a tratar de resolver a crise

Jogar com o dinheiro dos outros

Para “equilibrar” a Segurança Social, os governos neo-liberais no qual se encontra o de José Sócrates em vez de taxarem os lucros que se obtinham na bolsa, decidiu aumentar o tempo de trabalho e diminuir o valor da reforma que cada um vai auferir. Entretanto pôs-se a jogar o nosso dinheiro na bolsa.

Agora vem a notícia de que perdeu mais de 200 milhões de euros no jogo, mas não vai haver problema pois para reequilibrar o sistema o governo já sabe com quem vai ter, com os mesmos do costume.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Nobel afirmação

José Saramago: São os trabalhadores de todo o mundo que pagarão a divida do sistema politico-mafioso financeiro.

Cenários de crise

Segundo o Global Europe Anticipation Bulletin (GEAB);
“Setembro de 2008 marca a grande explosão do "detonador financeiro" da crise sistémica global. Segundo LEAP/E2020, este segundo semestre de 2008 é com efeito o momento em que "o mundo mergulha no coração da fase de impacto da crise sistémica global". Isto quer dizer que no fim deste semestre, segundo os nossos investigadores, o mundo entre na fase dita de "decantação" da crise, ou seja, a fase em que se vêem as consequências do choque aparecerem. É de facto a fase mais longa da crise (entre três e dez anos, conforme o país) e aquela que vai afectar directamente o maior número de pessoas e de países. É a etapa igualmente em que se delinearão os componentes dos novos equilíbrios mundiais.”

“No Verão de 2009 o governo americano estará em cessação de pagamentos e não poderá portanto reembolsar seus credores (detentores de Títulos do Tesouro dos EUA, títulos da Fanny Mae e do Freddy Mac, etc). Esta situação de bancarrota evidentemente terá consequências muito negativas para o conjunto dos proprietários de activos denominados em dólares dos EUA.”

Ela só queria pagar uma divida

Palmira Couto é assistente administrativa, trabalha há oito anos na Junta de Freguesia de Santos-o-Velho em Lisboa, participou no concurso televisivo da SIC Momento da Verdade e um dia depois foi suspensa. O presidente Luís Filipe Monteiro não terá gostado da prestação televisiva da funcionária, que até admitiu durante o programa ser "mais competente que o seu chefe".
Palmira foi ao "Momento da Verdade", dia 14, porque precisava de dinheiro para pagar uma dívida antiga.

A administrativa está convencida da ilegalidade desta situação. E garante que o presidente "não tem nada a ver com o que eu faço fora do horário de trabalho", afirma. Diz que já tomou medidas, que não lhe convém adiantar agora. Esclarece que até se considera "amiga" do autarca: "Ele é que interpretou mal a minha participação."


No entanto, Palmira confessa ter outras ambições: "Gostava de me candidatar à presidência". Uma decisão que está a ponderar por não concordar com "certas coisas que acontecem na junta", nomeadamente os colaboradores que Luís Filipe Monteiro terá "levado consigo quando foi eleito". E era a estes funcionários que a administrativa se referia ao responder "sim "perante as câmaras de televisão quando lhe perguntaram: "Costuma pensar que a maioria dos colegas deveria ir para a rua?".

domingo, 19 de outubro de 2008

Conversa em familia

"Fátima Campos Ferreira, sempre pressurosa a procurar as explicações para as coisas, sempre pronta a encontrar os prós e os contras de todos os factos políticos, convidou esta semana Faria de Oliveira, Ricardo Salgado, Carlos Santos Ferreira e Fernando Ulrich, respectivamente presidentes da CGD, do BES, do BCP e do BPI.

O mote era a decisão do Governo de endossar um aval no valor de vinte mil milhões de euros (em algarismos escreve-se dois seguido de dez zeros) à banca portuguesa, para fazer face à crise.Na plateia, toda uma panóplia de altos quadros da banca nacional, entre os quais pontuam ex-ministros do PS e do PSD.

Só o facto em si já daria para gastar muita tinta (…). Concentremo-nos na grande ideia que saiu de tão plural conclave – a banca está bem e recomenda-se, e o tal aval dos 20.000.000.000€ (é mesmo isto!) até seria dispensável, não fosse a preocupação dos banqueiros nacionais com as empresas e as famílias.Sim, porque isto é tudo para facilitar o empréstimo de dinheiro às famílias que precisam, garantia um. Este aval é às empresas e ao desenvolvimento do País, afiançava outro.

Até porque, adiantava Faria de Oliveira, o sistema financeiro é o coração da economia. E como lá fora houve uns malandros que aplicaram mal os dinheiros, prejudicando a confiança no sistema bancário, é necessário vir este aval, para recuperar a liquidez do coração. Assim uma espécie de transfusão.


Ouvido isto, dei por mim a perguntar se eu sonhei ou se li mesmo em qualquer lado que, só nos últimos quatro anos, estes quatro maiores bancos portugueses arrecadaram qualquer coisa como mais de oito mil milhões de euros, em lucros líquidos, à razão de quase 8 milhões de euros por dia, sugados às famílias e às pequenas empresas em juros astronómicos e criativas comissões?
Se é ou não verdade que, só nos primeiros seis meses deste ano (em plena crise, portanto), esta rapaziada embolsou nada menos que setecentos e vinte e sete milhões de euros?

É evidente que, com tanto pró, Fátima Campos Ferreira esqueceu-se de perguntar onde é que eles meteram esses lucros que agora que faziam falta não aparecem?
Resta-nos o consolo de, perante dificuldades tão profundas das famílias portuguesas, termos oportunidade de assistir, naquela conversa em família, a quatro oradores que transpiravam tranquilidade e confiança, e que até aproveitaram para uns namoros de circunstância e uns piropos aqui e além. Enfim, uma amena cavaqueira."

sábado, 18 de outubro de 2008

Criminosos

Pelo menos 15 crianças e três mulheres morreram num bombardeamento das forças militares da NATO (guiadas pelos EUA) na província de Helmand, no sul do Afeganistão, informou hoje a BBC na sua página digital. Um jornalista da emissora britânica disse que contou os corpos num povoado perto de Lashgar Gah, capital da província. As crianças tinham entre seis meses e 15 anos, segundo a BBC existem mais nove corpos debaixo dos escombros dos edifícios destruídos.

O comando da ISAF, o contingente internacional da NATO, disse num comunicado que iniciou uma investigação sobre estes factos.

A NATO como se vê, continua a espalhar a sua estranha forma de “democracia” e de respeito pelos direitos humanos!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A crise configurando o mundo

Com quase 2 triliões de dólares em reservas de moeda, a China é considerada por alguns como a potencial salvadora do sistema bancário ocidental.

Os governos ocidentais precisam de dinheiro e a China parece um bom lugar para consegui-lo, mas economistas chineses dizem que o país não passará cheques em branco. Qualquer ajuda oferecida pelo governo chinês para ajudar a solucionar a actual crise financeira deverá vir com contrapartidas.

"O governo chinês poderá oferecer um empréstimo até 500 bilhões de dólares ao governo americano para o ajudar a resgatar seu sector financeiro", disse o economista Arvind Subramanian do Instituto Peterson de Economia Internacional, num artigo publicado no diário financeiro britânico Financial Times.

O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, disse que o seu país fará a sua parte na resolução da crise, mas numa conversa telefónica com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, deixou claro onde residem as prioridades da China.

"A coisa mais importante para a China agora é lidar com suas próprias questões", há alguns dias a China prometeu dobrar nos próximos 12 anos, os salários dos habitantes da zona rural, onde ainda vive a maioria de sua população.

Apesar de tudo, parece que a China não poderá, sozinha, resolver os problemas financeiros do mundo, outros países emergentes como Índia, Rússia e Brasil também terão que ajudar... quem diria isto aqui há uns tempos atrás.

Foto assassina

Se duvidas houvesse sobre quem vai ganhar as presidenciais nos EUA, depois desta foto só há uma forma de Obama as perder, o ter a infelicidade de encontrar uma “bala” em qualquer esquina, isto partindo do principio que ainda há uma ponta de lucidez a conduzir os destinos do povo americano.

A culpa da crise

Estava eu muito bem a iniciar o meu jantar, ouvindo o “Jornal da Noite” na SIC, quando de repente no final há uma espécie de mesa redonda/debate semanal com José Gameiro, Rogério Alves e Moita Flores (tudo gente ilustre), a moderar Rodrigo Guedes de Carvalho. O debate parece que era sobre os “portugueses e a crise” e para iniciar, o bom do Rodrigo sai-se com esta pérola: “…andámos todos a viver muito acima das nossas posses!” Só me apeteceu mandá-lo pró c…! Mas que porra é esta, então agora somos todos culpados, todos quem? O comum dos cidadãos que só querem é ver como conseguem chegar ao fim do mês com alguma coisa para ter uma vida digna?

Não sei se esta ideia foi do Rodrigo, ou se estava a ler um texto, o que sei é que ela não é inocente e o que pretende é fazer crer que a culpa da situação em que o mundo está é de uma hipotética loucura geral de quem só quer ser feliz e não de uns tipos que têm um nome: capitalistas!

Recessão

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Um prédio com muita saída

Embora possa não parecer, esta história é verídica.
A Administração dos CTT - em tempo da gerência de
Carlos Horta e Costa - vendeu um prédio, em Coimbra, por 14,8 milhões de euros.Quem o comprou foi uma empresa chamada Demagre (do holding MGPlus SGPS).

A Demagre, no mesmo dia em que comprou o prédio, vendeu-o: por 20 milhões de euros.
E quem o comprou foi uma empresa chamada ISAF
(do BES).
Já repararam, certamente, que estamos perante homens de negócios, gente que sabe negociar, gente pragmática: em duas simples operações - toma lá 14,8 milhões e dá cá o prédio; dá cá 20 milhões e toma lá o prédio - a
Demagre arrecadou mais de cinco milhões de euros.
É obra!
Mas a história não termina aqui.

Com efeito, ou porque não precisasse do prédio, ou por quaisquer outras desconhecidas razões, a
ISAF resolveu alugar o dito.
E quem é que o tomou de aluguer, quem foi?
Exactamente: a Demagre!
Vejam bem as voltas que um prédio dá!
Ora, ao contrário do que se possa pensar, a caminhada deste prédio - recapitulando:
CTT/ Demagre/ISAF/Demagre - não termina aqui.

Não termina, não: é que a Demagre - que, pelos vistos não precisava do prédio - mal acabou de o tomar de aluguer... sub-alugou-o.
A quem? a vários interessados - entre os quais se encontram... os CTT!
A confirmar que o bom filho a casa torna.

E, garanto-vos, que esta história - obviamente filha da política de direita - não acaba aqui.
Este prédio tem pés para andar...


Via Cravo de abril

Coisas do olho do rego

“Em primeiro lugar queria que as palavras que eu vou dizer ficassem registadas ipsis verbis, na minha declaração de voto, sem omitir rigorosamente nada. Não digo isto por haver uma prática de omitir aquilo que as pessoas dizem, mas porque faço questão de o dizer em relação a este assunto.

O casamento é um sacramento instituido por Deus Nosso Senhor Jesus Cristo para ser celebrado entre um homem e uma mulher. E não é as ideias esquisitas que algumas pessoas, que entendo que têm uma formação deficiente, querem fazer impor à sociedade que vai alterar esta circunstância.
Deus colocou no Paraíso um Homem e uma Mulher, não colocou dois paneleiros ou duas lésbicas.”

Declaração de voto numa moção sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo do deputado da Assembleia Municipal de Odivelas, eleito pelo PSD, o sr. João Rego de Carvalho. Aqui em PDF.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Topete

Há momentos realmente fantásticos de descaramento. Há pouco no programa “Notas soltas”, que é uma espécie de momento de propaganda do PS, proporcionado pelo ilustre António Vitorino, para compensar o momento PSD de domingo à noite do não menos ilustre Prof. Marcelo, ouço o referido primeiro ilustre fazer a seguinte afirmação: “a fixação administrativa pelo estado da taxa Euribor (na CGD), não era possível porque é contrária às regras do mercado”, sem mais: contrário às regras do mercado.

Como é possível que numa altura em que os mais ferrenhos ex-neo-liberais, mandam às urtigas todas as regras do ditop mercado para ir pedir a ajuda da mão nada invisível do estado, apareça este energúmeno a dizer que uma coisa não é possível porque vai contra as regras do mercado?

Se calhar as regras do mercado só servem para se aplicar ao comum dos cidadãos e não a qualquer ilustre capitalista, esses têm regras próprias, pelos vistos.

Lamentável

Há dias fui visitar o antigo Teatro Municipal de Almada, é incrível o estado de degradação em que este se encontra, resultado do abandono a que foi votado após de lá ter saído a Companhia de Teatro de Almada à cerca de dois anos. A consequência imediata do abandono foi a sua vandalização, Janelas e portas partidas, as cadeiras da bancada, rede de águas danificada, fios e instalação eléctrica roubados, infiltrações, a cobertura danificada com entrada da água das chuvas, o chão enfolado, etc.

Como é que é possível que os responsáveis municipais deixem ao abandono um equipamento destes, que para voltar a funcionar vai ser necessário gastar-se milhares de euros. No mínimo o que se pode dizer é que foram negligentes e demonstraram um profundo desprezo pela coisa pública.

É simplesmente lamentável e condenável!

O governador

O governador do Banco de Portugal, Victor Constâncio, declarou que Portugal não estava «em riscos de recessão», ao contrário de outras economias europeias, que «já estão em recessão técnica». E até apontou o nome de algumas dessas pobres economias já em recessão: Inglaterra, Espanha, Alemanha e França.

Ora acontece que – por infeliz acaso – estas economias pertencem exactamente aos principais países importadores dos produtos portugueses, o que coloca um problema bicudo, se os principais importadores dos produtos lusitanos (tão principais que absorvem 70% de toda a exportação nacional) já entraram em recessão técnica, se as exportações são o factor essencial da nossa economia, como poderá Portugal estar ao abrigo da mesma recessão… ou pior?

Se calhar, estas garantias de Victor Constâncio merecem tanto crédito como a sua «vigilância» às manigâncias financeiras do BCP, tão credíveis que durante anos o Banco de Portugal não descortinou uma única das volumosas ilegalidades praticadas pelos administradores desse banco.

sábado, 11 de outubro de 2008

Aspectos da crise

Um dos aspectos mais cínicos desta crise tem a ver com aqueles que durante décadas, sempre renegaram o papel do estado, defendendo a teoria do menos Estado, que o consideravam mesmo como um empecilho ao normal e são desenvolvimento da economia, permitindo dessa forma que um restrito grupo de indivíduos se apropriasse da maior parte da riqueza produzida, são agora os mais abnegados defensores da intervenção do Estado, dentro da boa e caridosa ideia de que uma vez que há dificuldades e prejuízos, o melhor é sermos solidários e distribui-los por todos.

Quando chegarem os lucros, eles estoicamente carregarão, novamente, com o fardo de os guardarem para si.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Acto de subserviência

Portugal reconheceu anteontem o Kosovo. Para quem se tinha questionado sobre o que tinha vindo fazer a Portugal a senhora Condoleezza Rice no mês passado, aqui está a resposta.
Mais uma vez Portugal, de forma subserviente, vai a reboque da (louca) política americana.

Já se está a ver onde vai ser gasto o dinheiro do plano Paulson

Vários executivos da seguradora AIG, salva pelo governo dos EUA com dinheiro público para evitar uma quebra total do sistema financeiro, desfrutaram de uma semana de férias num luxuoso hotel da Califórnia, onde gastaram 440 000 dólares. Cada quarto custou 1 000 dólares por noite, não se tendo os directores privado de nada.

Este facto foi denunciado pelo presidente do Comité de Supervisão e da Reforma do Governo na Câmara de Representantes, o democrata Henry Waxman, no segundo dia de audiências sobre a crise financeira internacional. O congressista mostrou uma fotografia de um hotel de Monarch Beach (Califórnia) onde os dignissimos CEO da AIG ficaram instalados.

Já não há relógio que chegue

O Relógio da Dívida Nacional americana, exposto numa das esquinas mais movimentadas de Manhattan, não tem dígitos suficientes para exibir o montante do deficit do país.
O contador digital parou no mês passado, quando a dívida chegou ao patamar dos 10 triliões de dólares.
Os proprietários do relógio afirmaram que mais dois zeros serão acrescentados para que o painel possa contabilizar um deficit de até 1 quadrilião.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Histórias da imprensa livre

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) admitiu ontem que a "reconstituição provisória" divulgada no site da ERC e publicada em Setembro pelo jornal Expresso, relativa a uma audição realizada em Abril de 2007 ao director do PÚBLICO, José Manuel Fernandes (JMF), sobre alegadas pressões do Governo, não é afinal a versão definitiva dessas declarações. Trata-se, na verdade, de uma primeira versão construída a partir de notas recolhidas pelos membros do conselho regulador durante a audição e que foi divulgada devido ao "erro de um funcionário".

Em causa está o facto de as declarações prestadas por JMF não terem sido gravadas pelo sistema de som da ERC, ao contrário do que sucedeu com os restantes responsáveis ouvidos na mesma altura, no âmbito de um inquérito da entidade sobre alegadas pressões para abafar a investigação jornalística relativa à licenciatura do primeiro-ministro.

"Não nos lembrámos de ligar o gravador ou o sistema avariou", justificou ontem ao PÚBLICO o presidente da entidade, Azeredo Lopes, indicando que só se deram conta disso após a audição. "De imediato, entrámos em contacto a pedir imensas desculpas" pelo facto de as declarações não terem ficado gravadas, disse. "Combinei que enviaria, com base em notas muito dispersas da audição, aquilo que parecia a reconstituição provisória e JMF devolveu o documento uns dias mais tarde com correcções", acrescentou Azeredo Lopes. "Tenho de dizer que a versão definitiva da audição é a versão corrigida pelo director do PÚBLICO", assumiu também: "A culpa desse erro é da própria ERC". Em causa está a divulgação da audição de JMF à ERC e das declarações deste sobre uma conversa telefónica mantida com o primeiro-ministro.

"(O primeiro-ministro) fez uma referência subtil ao facto de ter estabelecido uma boa relação com o Eng. Paulo de Azevedo [presidente da Sonaecom, proprietária do PÚBLICO] durante a OPA [à Portugal Telecom], o que queria dizer: fiquei com uma boa relação com o seu accionista e vamos ver se isso não se altera", cita o documento originalmente divulgado pela ERC. "É uma interpretação subliminar dizer que sempre existiu uma boa relação com o accionista (e admitir que ela poderia ser posta em causa?) ", lê-se ainda na versão provisória do documento.

Já a versão definitiva, só ontem divulgada no site, é diferente: "O PM fez então uma referência ao facto de ter estabelecido uma boa relação com o Eng. Paulo de Azevedo durante o período que durou a OPA, o que me levou a reflectir sobre o sentido daquela referência e se nela havia alguma mensagem, pois não me pareceu vir a propósito".

Não deixa de ser curioso nesta história a oportunidade da avaria ou esquecimento em ligar o gravador, assim como o hipotético recuo nas declarações de JMF, é que parecendo que não o Eng. Paulo Azevedo continua a ser presidente da Sonaecom, proprietária do PÚBLICO.

Não deixa de ser curioso também que a culpa deste imbróglio acabe por ser de um funcionário.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Séculos de civilização para isto?

Entre as muitas restrições a que estão sujeitas as mulheres na Arábia Saudita poderá juntar-se mais uma: quando saírem à rua, se não usarem um lenço que lhes oculte todo o rosto, só poderão mostrar um olho. É o que determina uma “fatwa” (édito religioso) proposta pelo xeque ultraconservador Muhammad al-Habadan, defensor de “um reforço das regras da modéstia”.

Para o xeque, “a revelação dos dois olhos encoraja as mulheres a usar maquilhagem [que é proibida] e atrai demasiada atenção, o que é um comportamento corrupto, em conflito com os princípios islâmicos.”Como fazer então a vida diária apenas com visão parcial? Explica o xeque, muito popular entre os crentes masculinos: “Quando forem às compras, as mulheres poderão retirar totalmente o pedaço de tecido que tapa um dos olhos para poderem usar os dois... num limitado período de tempo.”

As novas directrizes, aparentemente, ainda não em vigor no reino onde nasceu Osama bin Laden e onde impera a rígida doutrina islâmica do wahabismo, confirmam as conclusões do último relatório das Nações Unidas: a Arábia Saudita é o país onde as mulheres têm menos direitos

Zelotas judeus pela castidade...

Esta “fatwa” foi noticiada pelo diário hebraico “Yedioth Ahronoth”, no mesmo dia em que também denunciava o fanatismo de judeus ultra-ortodoxos, “que para salvaguardar a castidade, colocam a lei de Deus acima do estado de direito”.

Nas últimas semanas, “patrulhas da modéstia” – semelhantes à “polícia de prevenção do vício e promoção da virtude” em países islâmicos – foram acusadas de assaltar casas para agredir mulheres por “usarem blusas vermelhas” ou “conviver com homens”.

Também atearam fogo a armazéns que vendem aparelhos de acesso à Internet e leitores de MP4, “para evitar que os devotos façam ‘download’ de filmes pornográficos”.

Um dia da economia actual

Wall Street afunda mais de 6% com indícios de pânico entre os investidores
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PSI 20 regista maior queda de sempre com receios sobre a crise de crédito

Teixeira dos Santos garante segurança das poupanças dos portugueses (a afirmação foi feita com o ministro a fazer figas)

«
Há três anos atrás Portugal tinha uma gravíssima situação financeira, mas agora já não temos esse problema…» José Sócrates [in Diário Económico, 06.10.2008] (Sócrates inspirou-se naquele politico brasileiro que no século passado afirmou:”o Brasil estava à beira do abismo, mas agora deu um grande passo em frente!”)
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Receios de abrandamento económico levam petróleo a recuar abaixo dos 90 dólares
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O Citigroup avançou hoje com um processo contra o Wells Fargo e o seu alvo de aquisição Wachovia, pedindo uma indemnização de 60 mil milhões de dólares (44,39 mil milhões de euros), por considerar que o acordo de fusão entre estas duas instituições viola o seu direito de adquirir os activos bancários do Wachovia, que tinha adquirido num acordo previamente efectuado

FMI reduz estimativa de crescimento da economia mundial

Euro cai para mínimos de 13 meses face ao dólar (ora aqui está uma coisa bastante estranha)

Bush avisa que plano de salvamento "vai demorar" até estabilizar a situação

Amy Goodman e Juan González (Democracy Now) - O que é que pensa da aprovação do plano por parte do Senado?

Joseph Stiglitz* - penso que continua a ser uma lei muito má. É uma decepção, mas não me surpreende, que a Administração venha agora com uma lei que continua a basear-se na teoria económica da derramar ou do pingar riqueza em cima. A ideia é que se se deitar suficiente dinheiro em Wall Street, uma parte dele escorregue e acabe por chegar à economia. É como submeter um doente com uma hemorragia interna a uma transfusão massiva de sangue, não serve de nada, e não ataca de modo nenhum a causa da hemorragia, que é o problema de base.

* Joseph Stiglitz, Prémio Nobel da Economia em 2001, é professor na Universidade de Columbia

Segundo LEAP/E2020, até final de 2008, vamos assistir a um formidável falencia do conjunto de fundos de pensão existentes no planeta, pondo em perigo todo o sistema de reformas por capitalização. Este cataclismo financeiro terá uma dimensão humana dramática, pois corresponde à chegada à reforma da primeira onda dos “baby-boomers” dos Estados Unidos, Europa e Japão.

Entretanto a mesma Comissão Europeia que abriu dois processos contra a permanência de uma golden share do Estado português na EDP e na PT, recusando-se a reconhecer o interesse público dos dois sectores, aceita agora com simpática bonomia a nacionalização de bancos e seguradoras no espaço europeu.

Uma guerra perdida

O mais alto graduado das tropas do Reino Unido no Afeganistão afirmou em entrevista ontem publicada pelo Sunday Times que a guerra contra os taliban não vai ser ganha - ninguém deve esperar uma "vitória militar decisiva", antes de estar preparado para uma possível negociação com os rebeldes "estudantes de Teologia", avisou.

Se os taliban se mostrarem receptivos a negociar, tal será "exactamente o tipo de progresso" necessário para pôr termo à rebelião, ou pelo menos "reduzi-la a um ponto em que não constitua mais uma ameaça estratégica e possa ser gerida pelas forças afegãs", defendeu o brigadeiro Mark Carleton-Smith - que está agora a terminar a sua segunda missão no Afeganistão.

Entretanto as tropas da NATO no Afeganistão vão continuar a aumentar o seu cortejo de vitimas civis… para quê?
Uma coisa a intervenção no Afeganistão conseguiu: O aumento da produção de droga.
O diário americano New York Times revela que Ahmed Wali Karzai, irmão do chefe do Estado, é suspeito de estar implicado no tráfico de droga. O NYT avança que, já em 2006, a questão foi discutida entre o embaixador dos EUA no Afeganistão, o chefe da da CIA e os seus homólogos britânicos e o Presidente Karzai. Este continua a recusar a expulsão do irmão do país, onde chefia o Conselho da cidade de Kandahar.

sábado, 4 de outubro de 2008

Bombardeamento do parlamento Russo

Uma das ideias que alguns inocentemente e outros nem tanto gostam de propagar, é a de o fim da União Soviética foi um processo rápido, pacifico e acarinhado entusiasticamente pela população, ideia que não corresponde ao que na verdade se passou na década de 80/90 do século passado.
Faz hoje 15 anos que forças do Exército russo, às ordens de Boris Ieltsin, depois do bombardeamento por artilharia do edifício, assaltaram o Parlamento russo, eleito democraticamente (segundo as opiniões ocidentais), numa operação militar que, provocou 12 mortos (9 dos quais mortos por «fogo amigo») entre as «forças da ordem» e 187 mortos e 437 feridos do lado dos resistentes no Parlamento (segundo o governo russo, outras fontes falam em 2 mil mortos).

Foi pois com este banho de sangue e com este assalto armado a um Parlamento legítimo que terminou o que ficou conhecido como «a crise constitucional russa de 1993».
A crise, vinda de trás, tinha-se agudizado quando, em 21 de Setembro, o bêbado que então ocupava a presidência da Federação Russa resolveu dissolver o Congresso dos Deputados do Povo e o seu Soviete Supremo. A decisão de Ieltsin violava escandalosamente a Constituição em vigor da Federação Russa que estabelecia, que «os poderes do Presidente da Federação Russa não podem ser usados para mudar a organização nacional e estatal da Federação Russa, para dissolver ou interferir no funcionamento dos órgãos eleitos do poder do Estado. Neste caso, os seus poderes cessam imediatamente».

Foi nesta base que o Parlamento desencadeou um processo de «impeachment» contra Ieltsin e designou Presidente o sucessor constitucionalmente legítimo, ou seja o vice-Presidente general Alexander Rutskoy.

Este autêntico golpe de Estado conduzido por Boris Ieltsin foi activamente apoiado pelo imaculado democrata William Clinton, Presidente dos EUA, pelos democráticos governos ocidentais e pelas democráticas organizações como a União Europeia, a Nato e o Conselho da Europa.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

palavras

na minha horta,
ás portas do Outono,

nascem palavras da terra vermelha.
primeiro aparece uma só,
tímida, com a semente agarrada,
depois são duas,
as primordiais,
em forma de coração,
uma de cada lado,
unidas ao chão por uma linha delicada
para que não voem.
duas palavras:
eu amo-te.

Helena

As razões de muitos conflitos

Os grandes objectivos geo-estratégicos das principais potências imperialistas visam expandir o seu domínio a todo o globo: dando cobertura política e militar à expansão e instalação das multinacionais; assegurar o controlo directo das fontes e dos fluxos energéticos, das reservas de minérios, água e terras aráveis, das comunicações e principais vias de transporte de mercadorias a nível mundial; aprofundar o cerco geo-estratégico e militar às «potências emergentes» com especial destaque para a Rússia e a China, de forma a que o seu poder não possa ser posto em causa.
Por outro lado, procura conter processos de afirmação de relações económicas, políticas e estratégicas que fujam ao firme controlo do imperialismo, como sejam os processos que se verificam na América Latina, com a criação do Mercosul ou a ALBA, dai toda a campanha que os principais meios de comunicação do mundo capitalista, logicamente ao serviço dos seus patrões, leva a cabo, procurando denegrir os processos profundamente democráticos que se registam nesses países.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Roubos legais

Taxas Euribor voltam a atingir valores recorde
“Segundo os especialistas, a subida das taxas Euribor indica que os bancos continuam sem emprestar dinheiro entre si, apesar do Senado dos EUA ter aprovado um plano de salvamento das instituições financeiras no valor de 700 mil milhões de dólares, que ainda necessita de ser aprovado pela Casa dos Representantes.”

Ou seja já se está a ver aonde é que os bancos centrais vão sacar o dinheiro que andam a despejar nos cofres dos bancos falidos, é ao bolso dos suspeitos do costume, aqueles que acreditando que o crédito resolvia tudo, pediram empréstimos para comprar casa, aliás o aluguer desapareceu do mercado e a única solução era mesmo a hipoteca.

O negócio era seguro, com o pessoal a empenhar-se quando fosse necessário a eles bastava-lhes subir os juros, é o que se pode definir como roubo perfeitamente legal e perfeito. Os cofres voltavam a encher-se para sustentar o sistema.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Hoje foi dia de greve

Hoje foi dia de Greve na Função Pública, o governo como é sua prática nestas alturas enterra a cabeça na areia, recusa-se a ver o que se passa no país e como sabe o poder que tem nos meios de comunicação, tenta através deles fazer passar a ideia de que a greve foi um fiasco, atirando valores sobre a participação na greve claramente ridículos.

Não posso dizer com certeza absoluta a adesão à greve noutros sítios, mas em relação ao local onde trabalho posso afirma-lo, porque lá estive, porque o pude constatar pessoalmente e assim dos 1500 trabalhadores, só 90 foram trabalhar, ou seja a greve teve uma adesão de 94%.

Para que conste!

O paradigma do Mercado Livre...

"Este espectáculo levanta, necessariamente, a questão: Se o Estado pode intervir para salvar corporações que assumiram riscos imprudentes nos mercados imobiliários, porque não pode intervir para impedir milhões de americanos da execução iminente de uma hipoteca? Pelos mesmos critérios, se 85.000 milhões de dólares podem ser imediatamente disponibilizados para comprar o gigante dos seguros AIG, porque é que os cuidados médicos suportados por um serviço nacional de saúde - o que protegeria os Americanos das práticas predatórias das companhias de seguros de saúde - parece ser um sonho tão inatingível? E se cada vez mais corporações necessitam dos fundos dos contribuintes para sobreviver, porque não podem os contribuintes fazer, em compensação, exigências como limitar os montantes dos ordenados dos executivos e uma garantia de que não haja mais despedimentos?"