quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Sobre Timor

No auge da crise político-militar de meados de 2006, que opôs Xanana Gusmão e Ramos Horta à FRETILIM e a Mário Alkatiri, há um episódio em que Xanana sai do Palácio Presidencial e dirige-se à multidão exultante, concentrada na praça central de Díli: "Ganhámos porque fomos mais espertos!" Tinham ganho a demissão de Mari Alkatiri da chefia do Governo. A quem Xanana segurava e erguia o braço triunfante era ao tenente peticionário Gastão Salsinha, o mesmo que agora o tentou matar.

O outro fugitivo, Alfredo Reinado, andava há mais de um ano a ser protegido pelo actual Presidente da República, José Ramos-Horta, da execução de uma ordem de captura emitida pelo tribunal de Díli. Inúmeras foram as diligências de mediação para convencer Reinado e as duas dezenas de acompanhantes a entregaram-se à Justiça, tudo em vão. E é o próprio Reinado quem conduz o comando de ataque a Ramos-Horta.

Os operacionais do golpe-por-etapas-e-em-câmara-lenta, iniciado em Abril de 2006, viraram-se, agora, contra os líderes políticos, que lhes deram cobertura política. Porquê?

Porque demorou tanto a reacção das Forças de Estabilização Internacionais (ISF)?
Porque demorou tanto o socorro ao Presidente?

3 comentários:

Maria disse...

Ai às vezes apetecia-me tanto poder dizer coisas.....
... fico-me por um "irónico" Pois.....

Olaio disse...

"O ministro dos Negócios Estrangeiros australiano rejeitou as críticas do comandante das Forças Armadas timorenses sobre a actuação das forças estrangeiras presentes no país, adiantando que as suas tropas deixaram há meses de perseguir o major Alfredo Reinado por indicação dos líderes políticos timorenses."

(http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1319361&idCanal=11)

samuel disse...

Esta é das estórias mais mal contadas e das que pior cheira, dos últimos tempos.
Pobre povo de Timor, que está nas mãos de canalhas!