sábado, 7 de junho de 2008

Sinais perigosos

Mofaz, vice-primeiro ministro de Israel afirmou ao jornal Yediot Ahronot, que “se o irão continuar com o seu programa para desenvolver armas nucleares, vamos atacar", "As sanções são inúteis", "Atacar o Irão para paralisar seus planos nucleares será inevitável.”

Tendo em conta que aquilo que Mofaz define como “desenvolver armas nucleares” é o que
Ahmadinejhad (Chefe do Estado Iraniano), define como o direito que o Irão tem de desenvolver um programa de energia nuclear para fins pacíficos, - facto que até agora tem sido confirmado pela Agencia de Energia Atómica - podemos ser levados a pensar que os Israelitas estão a criar o ambiente e a arranjar argumentos para dar inicio a uma guerra com o Irão.

Entretanto os meios de comunicação vão, volta-não-volta, repetindo que Ahmadinejhad “quer destruir o estado de Israel”, ideia desenvolvida a partir da distorção de afirmações do chefe de estado iraniano. Dessa forma, justificam os receios israelitas e dão o seu acordo a um possível ataque de Israel ao Irão.

Seria curioso ver o resultado de um conflito entre o Irão e Israel nas vésperas das eleições americanas. Seria talvez aquilo que Mccain precisa para ganhar as eleições, ou então, condicionar desde já a actuação do futuro presidente americano.

5 comentários:

Silvares disse...

Será uma estratégia para eleger mais um bandido nos States? Isso faz sentido. Mas também te digo que, apesar de tudo, viver com um vizinho como Ahmadinejad (não sei se está bem escrito) deve ser, no mínimo, incómodo. Se o meu vizinho cagar nas escadas do prédio eu não morro, mas fico a pensar em que raio de merda estará o gajo a pensar. Na minha óptica, o problema é que, de um lado e do outro há demaisados filhos-da-puta interessados em fazer aquecer o clima naquela zona do planeta. Os militares israelitas são um perigo. Mas não vamos pensar que os fanáticos religiosos iranianos são uns santos, só porque se afirmam e assumem como tal, lá na terra deles.
Muito sinceramente, Olaio, acho que tens um problema na forma como abordas as questões políticas. Chama-se preconceito. Olhas as coisas como o Bush só que, do teu lugar de observação, o Eixo do Mal é outro, com os States á cabeça. Um dia destes ainda te convertes ao Islão e vais viver para uma provincia rural na China profunda!
:-)

jorge disse...

O Presidente do Irão tem repetido à saciedade que 'Israel tem que desaparecer do mapa'. Não esconde a sua opinião (ou melhor do regime teocrático iraniano), honra lhe seja feita. O ódio que tem aos vizinhos judeus é inversamente proporcional à sua fraca figura. Convém ainda lembrar que não há muito tempo o regime iraniano patrocinou uma conferencia internacional que pretendia desmascarar o 'mito do holocausto' e que serviu para juntar nazis e racistas de todo o mundo, alguns dos quais condenados previamnete nos seus paises por incitamento a crimes de ódio. Como achas que os israelitas se sentirão perante tais factos? Não terão eles o direito à auto-defesa? Ou também achas que o holocausto é um mito inventado pelos judeus para se auto-vitimizarem? É lamentavel que depois da II Guerra Mundial o anti-semitismo ainda se mantenha tão actuante e que sirva de traço de união entre uma direita violenta e criminosa e alguma 'esquerda' (?). Para finalizar, é triste o recurso ao estereotipo tão ocidental que diz que um judeu só pode ser mau e um árabe intrinsecamente bom... E o que dizer de um regime que, à maneira medieval, ainda não separou (nem pretende fazê-lo) a religião do estado? Pois, mas os outros são judeus, e ainda por cima apoiados pelos americanos...

Olaio disse...

Silvares, o único preconceito que tenho nesta história, é não aceitar que o vice-primeiro ministro Israelita afirme que “um ataque ao Irão é inevitável” e constatar que os dirigentes e meios de comunicação europeus, achem isso uma coisa banal e não esbocem o mais pequeno gesto de contestação a tal atitude…criminosa.

Para mim, a guerra só pode ter justificação: quando é em legitima defesa, ou quando é contra uma ocupação estrangeira ou um regime opressivo, ou seja, de libertação. Qualquer acto de agressão feito no pressuposto de que o outro “quer”, ou “possa vir a querer”, é um acto profundamente condenável e inaceitável!

Mas a razão deste meu post são as eleições americanas, e as possíveis estratégias utilizadas pelas forças mais reaccionárias dos Estados Unidos para continuarem a controlar o poder e é nesse contexto que se deve analisar o cenário de uma guerra entre Israel e o Irão, com as inevitáveis consequências na escolha do próximo presidente americano.

Quanto ao resto, acho profundamente condenável o conceito de “guerra preventiva”.

Olaio disse...

Quando falo em guerra contra um regime opressivo, falo em guerra civil, não que um qualquer país "libertador" ande a "libertar" os povos vitimas de um regime opressivo.

Anónimo disse...

olaio

as máquinas de repetição do pensamento único são uma maravilha. se te atreves a criticar Israel (ou os states) passas logo a ser apoiante do regime do Irão, fundamentalista islâmico, a defender a mutilação genital das mulheres e claro, devorador de criancinhas e assassino de velhinhos com injecções atrás das orelhas.

sobre o tema do Irão e o nuclear escrevi há uns tempos um artigo para o Jornal da ORL (arquivo de opinião) que talvez te interesse.

parabéns pelo blog.

um abraço,

manuel gouveia