quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Terrorismos

Assisto na SIC noticias, às informações/entrevistas sobre o acidente de aviação no aeroporto madrileno de Barajas, às tantas noto a insistência dos jornalistas a perguntar aos entrevistados, quase todos ex-comandantes de aviação, se a causa do acidente não poderá ter sido a pressão das empresas para que os voos se realizem, mesmo não estando asseguradas todas as condições de segurança. Os entrevistados torcem o nariz… que sim… talvez, não acreditam, não se sabe, às tantas é entrevistado um comandante, já reformado, demonstra muita confiança, de quem tem muita experiência de vida e que perante a pergunta, não se compromete, diz que não acredita, mas…que nunca viu, mas ao dizer isto, di-lo com um leve sorriso que todos, jornalistas incluídos, percebem que é uma prática comum em empresas ligadas à aviação civil.

Ora agora pergunto eu: Um tipo que provoca a queda de um avião causando a morte de centenas de pessoas é um terrorista, não é?

Então que nome dar aos responsáveis de empresas que agem desta forma, pondo em causa a vida de pessoas?

Porque é que as autoridades, agora tão preocupadas com o terrorismo, não tomam medidas para que situações destas nem possam ser equacionadas?
Será que o lucro justifica tudo, ou quase tudo?

17 comentários:

Anónimo disse...

Deste a resposta na tua pergunta final. O lucro justifica tudo, ou quase tudo!

jorge disse...

"Será que o lucro justifica tudo, ou quase tudo?" Claro que não. Responder deste modo é uma questão de humanidade, nem sequer tem uma dimensão política. No entanto, quando ainda não se sabe ao certo o que aconteceu já o Olaio encontrou os culpados, embora se sustente em hipóteses formuladas por um comandante reformado (!). Agora, comparar causas que não conhece a terrorismo e aos que fazem explodir aviões de passageiros é demagogia de mau gosto. Ou fanatismo doentio.

Olaio disse...

Jorge, se ao menos tirasses as palas dos olhos e lesses o que se escreve, não era melhor?

Olaio disse...

“Numa primeira tentativa, o piloto partiu [descolou] e depois voltou porque tinha detectado qualquer coisa, que deverá ser determinada pela comissão de inquérito”, disse Magdalena Alvarez à Rádio Nacional.

“Os responsáveis da manutenção da companhia autorizaram a descolagem, assumindo a sua responsabilidade, que consiste precisamente em examinar o avião quando o comandante assinala seja que tipo de incidente for a bordo”, acrescentou.

Questionada sobre uma eventual negligência da Spanair na manutenção dos seus aviões, a ministra afirmou: “Não ousaria dizer isso.” “Serão sobretudo as caixas negras que nos permitirão identificar as causas” do acidente.
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O que atrás é transcrito foi retirado do Público on line:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1339827&idCanal=62

Quem é que está a ficar doente Jorge?

jorge disse...

"Os entrevistados torcem o nariz… que sim… talvez, não acreditam, não se sabe, às tantas é entrevistado um comandante, já reformado, demonstra muita confiança, de quem tem muita experiência de vida e que perante a pergunta, não se compromete, diz que não acredita, mas…que nunca viu, mas ao dizer isto, di-lo com um leve sorriso que todos, jornalistas incluídos, percebem que é uma prática comum em empresas ligadas à aviação civil." Se isto não é maledicência baseada em interpretações subjectivas de olhares e sub-entendidos, então retiro o que disse.
No entanto o teor do post que comentei não tem nada a ver com este excerto do Público que agora resolveste incluir. No entanto , ainda assim "Questionada sobre uma eventual negligência da Spanair na manutenção dos seus aviões, a ministra afirmou: “Não ousaria dizer isso.” “Serão sobretudo as caixas negras que nos permitirão identificar as causas” do acidente." Já deves ter acesso às caixas negras para seres tão peremptório nas tuas afirmações.
Sem mais comentários, que não vale a pena. Tu e a tua "superioridade moral" tiram as pessoas do sério.

Olaio disse...

Jorge, não consegues entender que não fui eu que levantei as dúvidas?
Foram os jornalistas ao questionarem insistentemente, os vários entrevistados acerca desta possibilidade. Questão que pelos vistos os jornalistas espanhóis também colocam.
Não achas estranho?

Quanto a mim, só acho inadmissível que essa hipótese seja colocada sem que os jornalistas e entrevistados, expressem o mínimo de indignação que tal facto deve merecer, como acto de terrorismo que é.

Porque não és um pouco mais rigoroso nas leituras e interpretações que fazes dos posts e comentários?
Nunca afirmei que este caso se devia ao que quer que fosse, seria de louco e de quem se arriscava a ter um processo-crime, não caio nessa.

Limitei-me a CONSTATAR, do que estava a ver na SIC, que actos de negligência nas condições de segurança, por motivos económicos, “É UMA PRÁTICA COMUM EM EMPRESAS LIGADAS À AVIAÇÃO CIVIL”, nem que seja uma vez de ano-a-ano.

Percebes a diferença?

Anónimo disse...

Não é preciso ser muito perspicaz, para reparar que a afirmação “o lucro explica tudo, ou quase tudo”, não passa de um exagero, para enfatizar a ganância pelo lucro que é sinal evidente da sociedade em que vivemos.
Claro que, como dizes Jorge, é uma questão de humanidade, e por isso esta anda pelas ruas da amargura. E contráriamente ao que afirmas, é de facto, também uma questão política, basta vermos as precárias condições de trabalho de milhares de pessoas, que se sujeitam a ganhar ordenados miseráveis, a trabalhar por vezes em condições de segurança deploráveis, (quantos mortos em acidentes de trabalho?), em pról do lucro de alguns. Para além da insegurança dos próprios empregos, em pról do lucro dos mesmos. Recordo-te o novo código laboral, cuja regulação do horário de trabalho, e não só, nos remete (podes chamar-lhe figuar de estilo) ao início da Revolução Indústrial.
Nunca ouviste falar das condições em que alguns camionista trabalham? A dever horas ao sono, com camiões, cujas revisões são feitas à revelia da segurança? Quantos acidentes já se deram por causas destas e outras que tais?
Ainda que as causas do acidente em questão, posssam não ter sido essas, as caixas negras o dirão, se disserem, porque achas que os entrevistados acima referidos torcem o nariz?
Não será por também não se admirarem, que em nome do lucro, muitos empresários não se importem de arriscar vidas, que não as deles?
Repugna-te muito chamar a isto terrorismo económico?

jorge disse...

Não, Albino, não me repugna chamar a isso terrorismo económico. Assino por baixo. Estou também de acordo contigo quando referes que o novo Código do Trabalho significa uma grave regressão no que respeita aos direitos do trabalhador, parido por um capitalismo desumano e sem escrúpulos. O que me repugna, para utilizar as tuas palavras, são as insinuações disfarçadas (desculpa o pleonasmo) e a tentativa implícita de comparar algo cuja causa ainda desconheces com indivíduos que voluntariamente se fazem (e aos outros...) ir pelos ares. Que raio de interrogação é esta : "Ora agora pergunto eu: Um tipo que provoca a queda de um avião causando a morte de centenas de pessoas é um terrorista, não é?" São coisas diferentes.

Silvares disse...

Conclusão: como podem chamar terroristas ao gajos das FARC e não levar os gajos da Spanair direitinhos para Guantanamo?

Eheheheh, provocação declarada, camarada Olaio. Eu sei que não escreveste nada disto, estou só a fazer um exercíciozinho de leitura nas entrelinhas, como se estivesse a ler um sorrisinho maroto de um aviador na reforma... tungas!

Silvares disse...

Já agora, que avião é aquele que usas para ilustrar o teu post? Andas a aprender umas coisas com os media capitalistas do Ocidente.
Retungas!!!

Anónimo disse...

Jorge, o que está em causa, como atrás ficou subentendido, julgo eu, não é a causa exacta deste acidente. O que está em causa, é a frequência e a leveza com que se joga com a vida das pessoas, quer arriscando a sua integridade física, quer sugando os frutos do seu trabalho, tudo em função do lucro a qualquer preço. Pode não ter sido este o caso, mas lá que faz pensar nisso, faz.

Anónimo disse...

Olaio, os manos metralha estão de novo a atacar...

Silvares disse...

É uma metralhada do caraças! Mas olha que convidar o pessoal para umas férias forçadas num resort secreto nas florestas colombianas não me parece a melhor forma de mostrar respeito pela vida dos "convidados". Ou será que o respeito pela vida é relativo?

Olaio disse...

Faço minhas as palavras do Albino das 22.39.

Realmente como é que se pode comparar “indivíduos que voluntariamente se fazem (e aos outros...) ir pelos ares”, com indivíduos que conscientemente põem um avião no ar tendo conhecimento que não estão garantidas as condições de segurança, só para ganhar mais uns cobres?
A diferença deve estar nas gravatas.

Jorge pareces o Valentim Loureiro a responder aos jornalistas, quando lhe falam de corrupção no futebol, é claro que não existe, nem nas autarquias, nem nos ministérios,ou finanças, nem os camionistas trabalham horas em excesso… e por ai a fora. Aliás alguma vez passria isso pela cabeça de um capitalista ao querer 60h de trabalho semanal? Nã é tudo boa gente, humanos dizes tu.

Isso é, é tudo obra de comunistas e outros que tais que querem desestabilizar a ocidental cristã sociedade.

Anónimo disse...

Oh Rui, a discussão já está difícil, e tu agora vens com as FARC à baila? Fora de contexto, nã0?

Olaio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Olaio disse...

Noticia hoje de manhã da TSF:

« Os trabalhadores do aeroporto de Madrid denunciaram, esta quinta-feira, várias situações de falta de segurança e pressões nos aeroportos, frisando que há dias em que não sabem como é que os aviões partem. «Tudo se arranja com fita-cola e silicone», disse um deles.

Os trabalhadores (…), denunciaram várias situações de falta de segurança e pressões para colocar aviões no ar mesmo em condições deficientes.

Perante a falta de respostas oficiais sobre o acidente de quarta-feira com um avião da Spanair, vários trabalhadores do sector, citados pelo jornal espanhol El Mundo, apontam como possíveis causas falhas no serviço de manutenção, provocadas pela necessidade de poupar custos.
«O que devemos perguntar não é o porquê deste acidente, mas antes como é que é possível que não aconteçam mais», disse um trabalhador e ex-delegado sindical da espanhola Ibéria, alertando que «a manutenção dos aviões» foi reduzida nos últimos anos de uma «forma preocupante».
«O avião tem de sair, aconteça o que acontecer», já que «a única coisa que conta é a pontualidade e encher aviões, acrescentou, frisando que não raras vezes as aeronaves saem com «avarias menores» como portas de emergência que não abrem. «Tudo se arranja com fita-cola e silicone», ironizou.

Também o Sindicato Espanhol de Pilotos de Linhas Aéreas considerou «inviável o caos» da organização em que vive a companhia Spanair, num comunicado divulgado na Internet, que foi retirado logo após o acidente de quarta-feira.

No entanto, o diário espanhol cita ainda alguns trabalhadores que manifestam uma opinião diferente. «A magia existe não só na Disney, mas em todos os aeroportos do mundo», disse Montse, ex-funcionária da Spanair.»

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Para quem quiser ver a noticia completa :
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Internacional/Interior.aspx?content_id=982904