quarta-feira, 11 de junho de 2008

Governos da UE acordam novas excepções à semana de trabalho de 48 horas

"Mediante acordo, o horário poderá estender-se até 65 horas por semana.O acordo, concluído pelos ministros do Trabalho dos Vinte e Sete às primeiras horas de ontem, foi saudado pela Comissão Europeia, autora das propostas originais, como um progresso na construção da Europa social. (...)

É um grande passo em frente para os trabalhadores europeus, afirmou Vladimir Spidla, comissário europeu responsável pelo sector.(...)


Excertos de noticía d' O Público, 11 de Junho 06, pág. 38


O que será que eles entendem por progresso?E por progresso na construção da Europa social?Para onde vamos? Ou melhor para onde nos pretendem levar?

3 comentários:

Silvares disse...

É a "chinezissação" da Europa. O sonho muda, está a revelar-se um pesadelo.

Olaio disse...

O que se chama de “crise” hoje em dia, não passa do acentuar das formas de roubo do trabalho, ou melhor, de roubo de quem vive do seu trabalho, ao mesmo tempo que se desvaloriza o trabalho.

Não é preciso ter tirado nenhum curso de economia para perceber que esta lei serve para beneficiar os patrões e prejudicar os trabalhadores, acentuando a dita “crise”.

Até aqui, o trabalho para além das 48horas era pago como trabalho extraordinário, desta forma deixa de sê-lo, prejudicando o trabalhador e dando mais dinheiro ao patrão.

Por outro lado, o patrão podendo aumentar o horário de trabalho, evita a contratação de novos trabalhadores, poupando o dinheiro que gastaria na segurança social e reforma do novo funcionário. Desta forma, em vez de se contribuir para resolver um dos problemas da “crise”, o desemprego, está-se é a desenvolver politicas que o vão agravar.

Temos ainda a questão da segurança social, saúde e reformas, se mais trabalhadores houvesse, mais descontos haveria para a segurança social, com estas politicas, está-se a agravar o problema da segurança social em benefício dos patrões.

È claro que estas politicas vão ser vendidas na base de que elas só serão aplicadas se o trabalhador estiver de acordo e entretanto tenta-se acabar com os contratos colectivos, porque esta história dos sindicatos “obrigarem” os trabalhadores a quererem melhores condições é coisa do “passado”, o que é de futuro é cada um desenrascar-se por si, como se o trabalhador isolado estivesse em pé de igualdade com o patrão.

Estas politicas são na verdade um enorme retrocesso civilizacional, são retrógradas, bafientas…Há que juntar forças para dar a volta a isto! Recordando uma máxima que me parece ter todo o sentido: “Proletários (aquele que vive do seu trabalho) de todo o mundo, uni-vos!”

Silvares disse...

Tens razão em cada linha que escreves. Mas também me parece que a alternativa será o rebentamento. O Capitalismo está a dar as últimas. Resta saber o que segue.