"Um jornalista da Economist esteve no Tibete durante os incidentes deste mês. Conta aqui o que se passou. É uma versão dos acontecimentos que não bate certo com a propaganda dos activistas tibetanos.
A intervenção das autoridades chinesas ocorreu depois dos ataques de caracter xenófobo dos tibetanos à propriedade e à vida dos cidadãos de etnia chinesa. Note-se que os ataques foram feitos contra cidadãos chineses comuns e não contra uma qualquer força ocupante. Esta táctica é pouco consentânea com o espiritualismo e o pacifismo do Dalai Lama e dos seus apoiantes no ocidente."
Via Blasfémias
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
8 comentários:
É interessante o recurso, como fonte fidedigna, a uma revista comprovadamente conotada com o capitalismo e com a direita e que tem como lema "a defesa do livre-comércio, do internacionalismo e da mínima interferência do governo, especialmente nos negócios de mercado"...Qualquer Cheney ou Wolfowitz se reveria nesta desassombrada posição. Estes são princípios básicos do neoliberalismo selvagem que, como um monstro, vai tomando conta das nossas vidas. Compreende-se que a direita apoie a China, pois com 1,3 bilião de habitantes e a crescer desenfreadamente, começa a tornar-se um mercado apetecível. O que não se compreende é que certa esquerda o faça, quando palavras como auto-determinação e autonomia ainda há pouco integravam o seu léxico político. Há lealdades que comprometem.
Não gosto do Dalai Lama!
(E não vala a pena mandar-me comer só as batatas...)
Não gosto do Dalai Lama, nem do ar de "santarrões dos monges cuja "máquina teocrática" até há bem poco tempo (durante uma curta e triste experiência de independência) mantinha a quase totalidade dos tibetanos na condição de escravos.
Pois é, Samuel. Já reparei que além de gostares de batatas e detestares o Dalai Lama (é a segunda vez que leio essa expressão em 2 posts teus sobre o Tibete, além da reafirmação de repulsa pelo caixa de óculos ...)também deves apreciar a política chinesa de direitos humanos, que (fica descansado que não te mando comer os ditos tubérculos)os tibetanos agora têm o 'prazer' de conhecer de perto. Assim, os rapazes saltam ' da frigideira para o fogo' sem ninguém lhes dar cavaco. A máquina teocrática, como tu lhe chamas foi esmagada pela máquina comunista. Para acabar, sabias que há um conjunto de variedades de batata chamadas 'de casca amarela'? Tenho um palpite que poderão ser as tuas preferidas. Se já leste isto, que já vai longo, podes comê-las agora se te apetecer...
Oi, Jorge.
De facto, as coisas são tão evidentes, que nem a direita mais neo-conservadora ousa afirmar que ali não anda mãozinha americana.
E a China só se tornará um mercado apetecível, se lá entrarem com a superioridade que até agora têm evidenciado. Daí que, uma destabilização venha sempre a calhar.
Apesar de tudo, não vejo da parte de “certa esquerda” uma tão acérrima defesa dos chineses quanto afirmas.
Vejo mais o anti-americanismo, ou anti-Bushismo do que outra coisa.
Mas, de facto, não percebo onde possa estar a moral dos EUA, para este alarde de defesa da autonomia ou auto-determinação dos tibetanos. Só se é porque ainda há bem pouco tempo "deram a auto-determinação" aos indígenas lás das terras deles, assim como "aliviaram" os espanhóis de umas quantas possessões. E não se esticaram mais, talvez pensando que há outras maneiras de ser dono das coisas e das pessoas, senão, julgo que até o Brasil ficaria ameaçado…
Começo a ter alguma simpatia pelos tibetanos. Deve ter sido por desejo de mais qualidade, que atacaram as lojas dos chineses.
Jorge, quanto ao teu comentário tenho várias coisas a observar:
1º - Em relação ao post não percebo se achas que é mentira a reportagem e que aquilo não aconteceu. É que deves ter reparado que até o 14º Dalai lama teve que vir a demarcar-se.
2º - Não percebo. Se um tipo se socorre de um artigo de um brasileiro com contributos de outros brasileiros, americanos e essencialmente chineses, afirmas que é uma visão unilateralista. Se um tipo procura uma visão nada comprometida com os chineses… pimpa, estão a fazer o jogo deles. Assim não sei quem é que hei-de ir buscar.
3º - Não confundas a posição de um jornalista e o artigo que ele escreve com a opinião do jornal. É que se leres o Economist, vais ver que a posição do jornal é a mesma da direita e daquela esquerda que acha que o 14º Dalai Lama é um tipo muito engraçado e usa umas roupas muita giras.
4º - Com que então a direita nesta questão está com a China? Então como é que explicas que o 14º Dalai Lama seja recebido efusivamente pelo Bush, de braço dado entrem no Congresso para que este brinde o 14º com a mais alta condecoração dos States, a Merkel ostensivamente recebe-o, o Blair, os papas… toda a direita. Todos sabemos que a diplomacia é em grande parte feita de sinais e cada imagem é um forte sinal enviado ao mundo.
Olha ainda o caso do Sarkozy, quando os putos dos arredores de Paris se puseram a atacar a polícia e a queimar carros, chamou-lhes escumalha e mandou a policia de choque carregar contra eles, agora exige que o Governo Chinês fale com o 14º.
Não meu caro amigo a direita apoia o 14º Dalai Lama, não apoia a China, e claro a esquerda social-democrata ou festiva também.
5º - A esquerda continua a defender a auto-determinação e a independência de povos, veja-se o caso do País Basco. Só que a grande diferença é que ai não há um jogo de potências externas a servirem-se deles para atacar os interesses de Espanha. No caso Basco há uma genuína manifestação interna, não está conspurcada por interesses externos, aliás deve ser porque os americanos não apoiam os bascos que certa esquerda também não os apoia. Não deve tar na moda.
6º Numa coisa tens razão, quando remetes a questão para o campo das ideologias. É claro que a questão é ideológica, a direita não pode com aquela ideia de eles continuarem a dizer que querem construir o socialismo e ainda por cima estão a ameaçar a liderança mundial dos EUA.
7º - É claro que o facto de não papar estas jogadas do 14º, não significa um acordo com tudo o que se passa na China. O mundo em que vivemos não é a preto e branco, há outras cores.
Ok, Olaio, vou responder-te também por pontos. É mais fácil e permite organizar melhor o pensamento. Aqui vai:
1. É evidente que não acho que a reportagem seja mentira, mas conheço as armadilhas da semântica, e ambos sabemos que há "ângulos" diferentes para contar a mesma história. Se o Dalai Lama se demarcou, não achas que condena essa mesma violência?
2. Só pretendi demonstrar aquilo que tu também afirmas: o jogo das potências externas eos interesse do grande capital. E internas, no caso da China.
3. Então uma revista (não um jornal) da direita desenfreada contrata um jornalista de esquerda epermite que ele publique as suas opiniões? Será que o capital está a amolecer? Não creio. Já agora, acho ridículas as roupas do Dalai Lama como provavelmente ele acharia as minhas se me visse.
4. O facto do Dalai Lama aparecer com o Bush e essas múmias que referes não quer dizer grande coisa. Permite-me a transcrição do primeiro sítio que apanhei ao acaso na net "THE PRESIDENT: I'm pleased to welcome President Hu back to the United States. I've been looking forward to this meeting. We've got a lot to discuss. We will, of course, discuss areas of interest, like economic matters." Este "president" não é outro se não o "new born christian" que ainda lá está, a passar a mão pelo lombo do camarada Jintao. A parte final da afirmação corrobora a minha afirmação sobre os interesses americanos nas relações com a RPChina.
5. "A esquerda continua a defender a auto-determinação e a independência de povos, veja-se o caso do País Basco." Quando falas na esquerda, decerto não abranges toda a esquerda. além disso só consideras os direitos à auto-determinação e à independência se os povos tiverem um elevado grau de pureza decerto definido por ti ou por alguém que respeites?
6. Claro que tem que ver com ideologia, mas a direita é má e não estúpida e quando olha para a China não vê socialismo nenhum. Vê um gigantesco mercado a 'abrir-lhe as pernas' , desculpa a rudeza da expressão. A questão do socialismo é de somenos, ainda por cima quando não passa de um socialismo oportunista. "Um país, dois sistemas". Decerto conheces o slogan.
7. Concordo absolutamente com a primeira frase invertendo os nomes dos países. A segunda é, finalmente,inatacável.
Um abraço
Quero que os tibetanos se fodam, de preferência que o façam com chineses merdosos. Os direitos humanos preocupam-me mais aqui ao fundo da rua que na China ou na puta que os pariu. Claro que me incomoda ver os pobres monges a levarem uns calduços e a irem direitinhos sabe-se lá para onde levar umas murraças mais valentes ainda. Incomoda-me muito saber que os trabalhadores chineses são, na sua esmagadora maioria (o que dá infindáveis milhões), mais explorados que a rata de uma ninfomaníaca casada com um tarado sexual. Que o comunismo chinês é uma máquina de exploração do trabalho alheio que obedece a desígnios pouco menos que absolutamente execráveis. Tudo isto me incomoda bué. Até me cai mal o úisque e o tabaquito me mata mais depressa. É claro que o estado lastimoso do futebol do Sporting me incomoda muito mais, mas isso não é para dizer alto. O que me aborrece de morte é que consigamos passar horas a discutir estas merdas sem desatarmos a rir. Perdidamente.
Oi Rui.
Partilho contigo a preocupação com os direitos humanos ao fundo da tua rua, e já agora da minha, que começa ou acaba algures na tua.
Mas tenho ouvido falar dessa coisa da globalização, e parece-me que cada vez mais os problemas dos outros me tocam também.
Não gosto muito do “comunismo da China” que para mim é chinês, mas continuo a pensar que para se construir alguma coisa no sentido da tal “ Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, não é com o pensamento dos EUA, e muito menos com as suas práticas, que se chega lá.
Quanto a passarmos horas a discutir estas merdas, se estavas a referir-te ao futebol do SCP, concordo contigo, agora se era da cena de milhões a serem gamados por uma dúzia de outros, e ainda por cima a lutarem entre eles para ver quem gama mais, e quererem que os gamados se manifestem por eles, ou se calem e deixem-nos gamar à vontade, aí já não posso concordar.
Acho até que se fala muito pouco disso, e nos perdemos demasiado em tomadas de posição vazias de conteúdo, face às práticas dessa gente. Quanto à acção, essa só mesmo quando os calos apertarem.
Um abraço.
Enviar um comentário