sexta-feira, 4 de julho de 2008

Começou o 25º Festival de Almada

Começou o 25º Festival Internacional de Almada, que este ano se apresenta em mais de uma dezena de salas de espectáculo de Almada e Lisboa.
Sobre o Festival reproduzo aqui palavras de Luis Miguel Cintra no jornal "Mais TMA" (informaçõoes do Teatro Municipal de Almada de Julho de 2008):

" O segredo do festival de Almada é uma teimosia milagrosa de quem fez do teatro a sua vida, é ser organizado por quem faz teatro, é o joaquim Benite e a gente que ele consegue mobilizar com a sua teimosia, e é o entusiasmo de uma população que torna em festa para todos a festa de teatro que a sua cidade organiza. Uma força que é orgulho de viver tanto como é amor à Arte e que por quinze dias vence a lógica cinzenta dos nossos dias. E isto não é milagre?"

Num momento em que o pano já subiu para o primeiro espectáculo, desejos de "muita merda" nesta comemoração do primeiro quarto de século do Festival!

1 comentário:

Anónimo disse...

Sim, um verdadeiro MILAGRE: o da multiplicação dos espectadores de teatro contagiando-os com o seu entusiasmo e fazendo da sua a nossa festa.

Dia 4- "Dentro de mim outra ilha"- uma criação do Moçambicano Panaibra Gabriel, um artista de múltiplas facetas, que sabe transmitir e criar emoções.

Um espectáculo de dança com uma coreografia belissima entre a dança tradicional e a dança contemporânea, com gestos rítmicos completamente novos, ora leves ancestrais, sensuais, deslizantes, diáfanos ora violentos,guturais tensos, geométricos.. demonstrando uns Actores/ Bailarinos donos de uma preparação física e teatral notável.
Do ponto de vista do conteúdo, com poucos adereços, e usando apenas o seu corpo, conseguem fazer o contraponto entre a aridez das secas e as intempestivas inundações, entre a supérfula riqueza e a pobreza do que é seu em África, entre o poder autoritário dos brancos e o servilismo enraivecido dos negros e a procura do que está certo: a luta entre imitação do que existe e o nascimento de um Ser completamente novo.
A chuva no palco, o silêncio e o calor da noite de Almada, a saudade do que será a "minha"( por muito a amar) África e ... uma noite mágica.

Que esta chuva no palco seja o lavar das mágoas e o prelúdio de um Homem Novo em África.

Bons espectáculos.