quinta-feira, 17 de julho de 2008

A Morte de Guillermo Rivera Fúquene

O post aqui colocado no passado dia 10, pelo Olaio, via “o tempo das cerejas” denunciava a situação repressiva a que são sujeitos os opositores ao regime fascistóide de Uribe.
Subentendiam-se os interesses por que se rege a maioria da informação portuguesa, que foi tão exaustiva sobre o caso de Ingrid Betancourt e tão surda à imensidão de casos de que o de Guillermo Rivera é um exemplo

"Nestes dias de regozijo pela libertação de Ingrid Betancourt, há uma outra mulher colombiana também com esse mesmo apelido - só que escrito Betancur (por ser hispânico e não afrancesado) - de seu primeiro nome Sónia que, desde 22 de Abril, vive horas, dias, semanas e meses de angustia e de dor com a sua pequena filha Chiara Rivera.
É que, desde aquela data, não sabem do paradeiro, estado ou situação de Guillermo Rivera Fúquene, seu marido e pai, comunista e membro do Polo Democrático Alternativo que governa o município de Bogotá, e ainda e sobretudo Presidente do Sindicato dos funcionários da autarquia da capital do país. Foi visto pela última vez no já referido dia 22 de Abril, às 6.30 da manhã, numa rua do distrito «El Tunal» onde tinha ido levar a filha à escola, em Bogotá, onde reside. Uma testemunha e câmaras de vídeo instaladas no local atestam que foi abordado por um grupo de agentes policiais e a ser forçado a entrar num carro da Polícia Metropolitana..."

Como temiam os seus companheiros do PDA, o seu cadáver foi encontrado no dia 15 deste mês.

Porque não se lê nada sobre a sua morte na nossa imprensa? Não será mais uma evidência da subordinação da mesma aos interesses do costume?

1 comentário:

Anónimo disse...

Apenas Silêncio.

De quantos silêncios se faz a cobardia!

Esse silêncio que grita na noite dos homens silenciados.
Que nos inquieta antes da enboscada e nos sufoca depois do massacre.
Estes silêncios que doem como feridas eternamente abertas.
Que destroem a alma dos que querem falar, que calam os sorrisos,
que tolhem os abraços, que petrificam a mão que se quer apertar.
Silêncios que estremecem os corpos inquietos, cansados de olhos cegos por não te ver aqui, a gritar.

Há silêncios que matam a esperança
de um dia melhor.

Já há tão poucas palavras que matem o silêncio.

Ás vezes, é preciso morrer p´ra gritar.
Quantas vezes mais?