quinta-feira, 31 de julho de 2008

Música nos Capuchos



Aos sábados, em Agosto
A ver, a música é boa e o cenário magníifico.


Ver programação completa aqui











quarta-feira, 30 de julho de 2008

Esmola Vital

Justiça retributiva

Vital Moreira

“Como se pode pedir contenção salarial aos trabalhadores com baixas remunerações médias se as mais elevadas não cessam de subir.”
“Mesmo que não seja de seguir a recente (e ousada) sugestão de Fernando Ulrich de criar um escalão suplementar no IRS, existem outras medidas, tanto no plano fiscal como no plano regulatório, de que o Estado, querendo, não deve abdicar.”

“Quando se trata de pedir morigeração salarial, convém não esquecer um módico (é aqui que ele dá a esmola) de equidade social.”

Como se pode ter uma lata deste tamanho?
Tenho a certeza que metade desta lata, dava para montar um ferro-velho.

Olha Rui, primeira prestação de direitos de autor, mais um que está a usufruir do Rendimento Máximo Social.

Margem Esquerda

"Disse o ex-deputado (João Cravinho): primeiro, que a grande corrupção se considera impune e age em conformidade; segundo, que a legislação anti-corrupção não tem cereja em cima do bolo, nem cereja, nem mesmo bolo. O líder parlamentar do PS não perdeu tempo. Respondeu que o seu partido não recebe lições nesta matéria e menos ainda de quem deixou a meio o combate à corrupção. Uma galegada! Porque o PS sabe muito bem que Cravinho não deixou o combate a meio. Foi o PS que o empurrou pela borda fora, para uma prateleira dourada da Europa muito apropriada para gente incómoda. Comentando a polémica, o fiscalista Saldanha Sanches disse que a maioria PS tem em relação à corrupção “uma inépcia altamente suspeita”. Ou será uma eficácia suspeitosamente alta."
Entretanto , as prioridades de Paulo Portas e Teresa Caeiro são de outra ordem, o que não deixa de ser natural.

Ontem, em Vila Viçosa, segundo o Correio da Manhã, o líder do CDS anunciou que o partido vai pedir uma investigação a fundo sobre o funcionamento do Rendimento Mínimo, quando se reiniciarem os trabalhos parlamentares.

“Há um Portugal que trabalha no duro e outro Portugal em idade de trabalhar que vive à conta do Estado. Há um Portugal que paga impostos e há outro Portugal que recebe o Rendimento Mínimo” argumentou Paulo Portas, para quem “há ainda um Portugal que luta duramente todos os meses para pagar a prestação de uma casa e há outro que tem uma casa quase de graça e que ainda acha que pode ou que não deve pagar”, realçou ainda que “não é possível continuarmos a ter um Portugal que trabalha a custear outro que não faz o esforço suficiente para poder trabalhar”.

Não deixo de achar bem que sejam investigadas e corrigidas as irregularidades que se adivinham por detrás do dito Rendimento, mas parece-me também, apenas a defesa do tacho e dos respectivos colegas de comezaina, tamanha preocupação com esse desperdício de dinheiro, quando não põe a mesma ênfase no ainda maior esbanjamento de dinheiro, que são os chorudos ordenados dos nossos governantes (já sei que ganham tão pouco, tadinhos…) e dos gestores de empresas públicas que se auto aumentam de maneira escandalosa, enquanto impõem tectos salariais, ou aumentos escandalosamente insuficientes face ao aumento do custo de vida aos que realmente, na maioria dos casos, trabalham numa situação bem mais dura que a desses maiorais, e em compensação recebem ordenados de miséria.

É, de facto, na distribuição da riqueza, que se encontra a maior escandaleira (para não lhe chamar roubo instituído). É ai, nos seus variados cambiantes que se encontra o busílis de toda a questão.

Claro, que gente como Paulo Portas e Teresa Caeiro, que hoje, no mesmo jornal na sua coluna “Margem Direita" dizia: “É esta disparidade, tão visível, que dá a ideia de termos dois países: um que se esforça, outro que vive à conta sem precisar; um dos quinhentos mil pensionistas com 236 euros mês, outro de ociosos. “
Não se incluem no grupo dos segundos, mas incluem-se, quanto a mim, num outro grupo que, esse sim, leva a fatia principal do bolo nacional deixando, não a cereja do cimo deste, mas as migalhas para serem repartidas pela grande maioria.

Por isso, a tal polémica Cravinho, que Saldanha Sanchez comenta dizendo que: a maioria PS tem em relação à corrupção “uma inépcia altamente suspeita”. E João Paulo Guerra pergunta: “Ou será uma eficácia suspeitosamente alta?”

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Viva la Muerte

mais alguns dados sobre a realidade colombiana , desta vez tirados de um relatório da Amnistia Internacional (AI).
Vale a pena dar uma vista de olhos aqui.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Sinais dos tempos

No aviao de Madrid para Roma e como me aproximava de Italia, uma noticia me chamou a atençao no jornal "Publico" espanhol, "El Horror de la indiferencia". A historia é a seguinte, duas crianças ciganas morreram afogadas numa praia de Napoles, os corpos permaneçeram na praia durante mais de uma hora tapados por toalhas, os frequentadores da praia, turistas? apareçem na foto, indiferentes, a continuar a tomar o seu banho de Sol.
Como é possivel chegar-mos a este ponto de barbaridade?
Em Italia assiste-se a uma autentica perseguiçao de tudo o que seja cigano, imigrante romeno, ou qualquer outro. Criam-se bodes expiatorios para justificar a crise do sistema.
Os novos fascismos, como os velhos, alimentam-se destas situaçoes e principalmente, da indiferença, da desumanidade de quem permaneçe calmamente a apanhar um banho de Sol enquanto a seu lado jaz uma criança, é a mesma indiferença com que se assistiu a partida de carruagens apinhadas de judeus para o inferno.

(a falta de assentos e coisas do género deve-se a estes teclados italianos)

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Teatro Extremo - Almada

O Teatro Extremo, vai participar no próximo dia 25, em Évora no 1º Encontro ATINJ - Associação de Teatro para a Infância e Juventude.

O programa é o seguinte:


Não existiu

É costume dizer-se que o que não aparece na comunicação social não existiu.

Por isso aqui venho jurar que no último fim-de-semana ocorreu, em Braga, a Festa da Alegria: juro!Estive lá e vi - e comigo milhares de pessoas estiveram lá e viram.
A Festa da Alegria foi o maior acontecimento político-partidário do fim-de-semana.
E essa é uma realidade indesmentível - goste-se ou não do PCP e por mais que custe a quem não gosta.

O facto de os média dominantes terem ignorado esse acontecimento não o apaga do mapa das realizações do PCP - mas é bem elucidativo do conceito de informar que vigora nesses média.
Nas televisões foi uma vergonha: nenhum dos canais mostrou uma imagem dos milhares de pessoas que participaram na Festa e assistiram ao comício com o secretário-geral do PCP. Do discurso de Jerónimo de Sousa nada disseram - e no final, fizeram-lhe umas perguntas sobre questões que nada tinham a ver com a sua intervenção...

Nos jornais, foi ainda pior - se é que é possível...No Jornal de Notícias, no Público e no Correio da Manhã, nem uma linha.No Diário de Notícias... uma linha...

São estes os média que temos. É este o estado a que chegaram: um estado que atingiu um grau extremo de degradação, de podridão, de abjecção.

Texto via Cravo de Abril

sábado, 19 de julho de 2008

Apenas Silêncio.

De quantos silêncios se faz a cobardia!

Esse silêncio que grita na noite dos homens silenciados.
Que nos inquieta antes da emboscada e nos sufoca depois do massacre.
Estes silêncios que doem como feridas eternamente abertas.
Que destroem a alma dos que querem falar, que calam os sorrisos,
que tolhem os abraços, que petrificam a mão que se quer apertar.
Silêncios que estremecem os corpos inquietos, cansados de olhos cegos por não te ver aqui, a gritar.

Há silêncios que matam a esperança
de um dia melhor.

Já há tão poucas palavras que matem o silêncio.

Ás vezes, é preciso morrer p´ra gritar.
Quantas vezes mais?

Imelda

Uma forma diferente de ver a emigração


sexta-feira, 18 de julho de 2008

Guillermo Rivera Fúquene

O problema de Guillermo Rivera Fúquene é que é só mais um entre os muitos milhares de militantes de esquerda, sindicalistas e de organizações de defesa dos direitos humanos que são mortos na Colômbia, com a conivência ou directo patrocínio do governo de Uribe.

Sobre o drama que atinge a família de Guillermo e de muitos outros milhares de cidadãos, os supostos defensores dos direitos humanos que na Assembleia da Republica portuguesa aprovaram uma moção elogiosa do narco-traficante Uribe, nem uma palavra têm de condenação deste facto, demonstrando toda a hipocrisia que percorre os seus discursos. O mais triste desta historia é ver organizações ditas de esquerda, pactuarem com tamanho cinismo e com criminosos.
São verdadeiramente tristes!

Mais informação aqui, aqui, e aqui.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

A Morte de Guillermo Rivera Fúquene

O post aqui colocado no passado dia 10, pelo Olaio, via “o tempo das cerejas” denunciava a situação repressiva a que são sujeitos os opositores ao regime fascistóide de Uribe.
Subentendiam-se os interesses por que se rege a maioria da informação portuguesa, que foi tão exaustiva sobre o caso de Ingrid Betancourt e tão surda à imensidão de casos de que o de Guillermo Rivera é um exemplo

"Nestes dias de regozijo pela libertação de Ingrid Betancourt, há uma outra mulher colombiana também com esse mesmo apelido - só que escrito Betancur (por ser hispânico e não afrancesado) - de seu primeiro nome Sónia que, desde 22 de Abril, vive horas, dias, semanas e meses de angustia e de dor com a sua pequena filha Chiara Rivera.
É que, desde aquela data, não sabem do paradeiro, estado ou situação de Guillermo Rivera Fúquene, seu marido e pai, comunista e membro do Polo Democrático Alternativo que governa o município de Bogotá, e ainda e sobretudo Presidente do Sindicato dos funcionários da autarquia da capital do país. Foi visto pela última vez no já referido dia 22 de Abril, às 6.30 da manhã, numa rua do distrito «El Tunal» onde tinha ido levar a filha à escola, em Bogotá, onde reside. Uma testemunha e câmaras de vídeo instaladas no local atestam que foi abordado por um grupo de agentes policiais e a ser forçado a entrar num carro da Polícia Metropolitana..."

Como temiam os seus companheiros do PDA, o seu cadáver foi encontrado no dia 15 deste mês.

Porque não se lê nada sobre a sua morte na nossa imprensa? Não será mais uma evidência da subordinação da mesma aos interesses do costume?

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Para onde vai a Europa?

Como Marx, considero a religião o ópio do povo, qualquer que ela seja.

Uma marroquina de 32 anos, casada com um francês, mãe de três crianças nascidas em França, viu ser-lhe negada a nacionalidade francesa pela prática radical da sua religião e nomeadamente o uso de burqa.
Como é possível que no país que ficou na história como exemplo da pátria da liberdade, aconteça que alguém que cumpre todos os critérios objectivos para adquirir a nacionalidade francesa, vê o seu pedido recusado por efeito de interpretações religiosas, violadoras da separação entre Estado e a religião?
A que propósito o estado francês se arroga no direito de recusar a nacionalidade a uma cidadã só pela forma como ela se veste, num acto assumido e livre?
Acaso uma cidadã nascida francesa está impedida de o fazer?

A decisão foi tomada na base de
«valores fundamentais da sociedade francesa». Acaso qualquer cidadão francês não se poderá opor, contestar, refutar, recusar e viver de forma oposta ou diferenciada desses mesmos ditos «valores»?

Quem atribui o direito ao Estado de impor ou, como neste caso, exigir a vivência e adesão a certos valores?
Não será isto uma forma de censura e de exclusão de cidadãos?

O estado da liberdade nesta Europa está a ficar preocupante!

Irão ameaça?

A primeira página do jornal Público de ontem é bem um exemplo da arte de manipular a informação e as mentes. Ao fundo da página aparece a afirmação: “Irão ameaça atacar bases americanas no Golfo”, o que se pretende é passar a imagem de uma atitude agressiva (e louca) do Irão, quando a verdade a que a noticia se refere, é a de que dirigentes iranianos afirmaram, que retaliariam contra bases americanas na região, caso os EUA atacassem o Irão, ou seja, estavam prontos a defender-se.

É com estas pequenas inverdades que se vai criando a ideia, junto dos cidadãos do “mundo ocidental e cristão”, da necessidade de atacar o país dos Ayatholahs, preparando-se assim mais uma acção criminosa do Império!

Não deixa de ser importante também reflectir sobre as razões que levam este jornal, dito de referencia, a alinhar numa campanha destas.

domingo, 13 de julho de 2008

Flexibilidade

O acordo entre o Governo e os parceiros sociais (com excepção da CGTP) prevê que as empresas (patrões) tenham maior “flexibilidade” (discricionariedade) no momento de decidir quando e durante quanto tempo pretendem fechar as portas, impondo assim paragens forçadas aos trabalhadores
O Governo propôs à Assembleia da República o alargamento do período durante o qual os trabalhadores podem ser forçados a tirarem férias. A proposta de lei que altera o Código do Trabalho permite que as empresas encerrem, total ou parcialmente, para férias dos trabalhadores "sempre que seja compatível com a natureza da actividade".


Ou seja, toda a conversa acercada da FLEXIBILIDADE, não significa mais do que o poder discricionário dos patrões de decidir acerca do tempo de quem trabalha, um retorno ao século XIX.

sábado, 12 de julho de 2008

Nuvens negras

Um dos maiores bancos especializados em hipotecas dos Estados Unidos, IndyMac, sofreu uma intervenção do governo, numa das maiores falências bancárias da história do país.

O órgão regulador de bancos, Agência de Supervisão de Instituições de Poupança (Office of Thrift Supervision, OTS), disse que os correctores retiraram mais de 1,3 biliões do IndyMac nos últimos 11 dias e as autoridades decidiram passá-lo para a administração da Sociedade Federal de Seguro de Depósito (FIDC, na sigla em inglês).
O banco, com sede no Estado da Califórnia, vai reabrir na segunda-feira sob controlo federal, com um custo às autoridades estimado em 4 a 8 biliões de dólares.
Este é o quinto banco a falir nos Estados Unidos neste ano, entrando para uma lista que inclui o Bear Stearns e a New Century Financial Corp.

A falência do banco IndyMac ocorreu num dia em que as acções das duas maiores empresas de hipotecas dos Estados Unidos, Freddie Mac e Fannie Mae, registraram a sua maior queda em 16 anos. As acções das duas instituições caíram quase 50% na abertura da bolsa de Nova York, sexta-feira.
George Bush, disse na sexta-feira que a crise que afectou Freddie Mac e Fannie Mae está fazendo com que autoridades do seu governo trabalhem ''muito duro''.

As medidas tomadas pelos governos neoliberais para solucionar a suposta “Crise Mundial”, longe de resolverem o problema ainda contribuem para o seu agravamento, pois o dinheiro que colocam nos bancos, retirando-o do erário público, vai direitinho para os bolsos dos especuladores.
A única forma de resolver, em Portugal e no resto do mundo, esta suposta crise, é aumentando os salários e pensões. Só desenvolvendo políticas que favoreçam o crescimento do dinheiro disponível nas mãos da grande maioria da população mundial, daqueles que trabalham e produzem a riqueza, para que possam adquirir e pagar os produtos que o sistema produz.

Porém, os neoliberais (Sócrates incluído), insistem em desenvolver politicas que só favorecem o crescimento da riqueza nas mãos de uma cada vez maior minoria, agravando os factores que estão a pôr em causa o próprio sistema capitalista.

Noticias da Colômbia

Dona Chila, mulher oriunda de Charco (Narinho), com 45 anos de idade foi, assassinada com 3 tiros na rua principal do Bairro de São Francisco, localidade de Buenaventura, frente à sede comunal e à paróquia dos irmãos franciscanos, pelas 19.45 do passado domingo 29 de Junho.
Dona Chila, tinha terminado de dirigir no clube de futebol do bairro, uma cerimónia de entrega de prémios a 102 crianças que participaram no “torneio intercalar dos jogos tradicionais”.
Martha Cecília Obando, chamada carinhosamente Dona Chila, era
(entre outras coisas) presidenta da Associação de Mulheres Deslocadas – ASODESFRAN -, líder do programa “Famílias em Acção e Mulheres Aforradoras”, integrava a rede local “Mães pela Vida”, espaço comunitário de apoio às vitimas da violência gerada pelo conflito armado, que procura promover a organização e mobilização das vitimas, na busca e esclarecimento da verdade dos acontecimentos, bem como da reconciliação entre agressores e vitimas.


Sobre estes crimes dos paramilitares com a cumplicidade do governo de Uribe, a imprensa ocidental (e mui "católica") faz o mais profundo silencio.

Ver mais informação aqui, aqui e aqui.

Crimes de guerra

«Um bombardeamento levado a cabo pelas forças norte-americanas na província de Nangarhar, no Afeganistão, causou a morte de 47 civis que participavam numa festa de casamento, concluiu ontem o inquérito promovido pelo Governo afegão. Na altura do ataque, no domingo, os EUA noticiaram a morte de um grupo de taliban, mas adiantaram que não tinham sido atingidos civis.O Presidente afegão, Hamid Karzai, promoveu uma comissão liderada pelo vice-presidente do Senado, Burhanullah Shinwary, para avaliar o que acontecera naquela região. "A nossa investigação concluiu que 47 civis foram mortos pelo bombardeamento norte-americano e outros nove ficaram feridos", disse Shinwary à BBC on-line. Entre as vítimas encontram-se 39 mulheres e crianças. »
Noticia do "Público", 12 de Julho 2008
No Iraque e no Afeganistão, multiplicam-se os crimes de guerra com centenas de milhares de civis mortos. Perante esta realidade constata-se o mais profundo silencio, no dito mundo ocidental, de muitos ditos defensores dos direitos humanos e da implementação da "democracia" à força.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

A propósito de Betancur (não, não é para estragar nenhuma justa alegria)

"Nestes dias de regozijo pela libertação de Ingrid Betancourt, há uma outra mulher colombiana também com esse mesmo apelido - só que escrito Betancur (por ser hispânico e não afrancesado) - de seu primeiro nome Sónia que, desde 22 de Abril, vive horas, dias, semanas e meses de angustia e de dor com a sua pequena filha Chiara Rivera.
É que, desde aquela data, não sabem do paradeiro, estado ou situação de Guillermo Rivera Fúquene, seu marido e pai, comunista e membro do Polo Democrático Alternativo que governa o munícipio de Bogotá, e ainda e sobretudo Presidente do Sindicato dos funcionários da autarquia da capital do país. Foi visto pela última vez no já referido dia 22 de Abril, às 6.30 da manhã, numa rua do distrito
«El Tunal» onde tinha ido levar a filha à escola, em Bogotá, onde reside. Uma testemunha e câmaras de video instaladas no local atestam que foi abordado por um grupo de agentes policiais e a ser forçado a entrar num carro da Polícia Metropolitana.
Apesar de todas as iniciativas da família e dos seus companheiros e dos apelos de organizações sindicais internacionais
(ver
aqui comunicado e carta a Uribe da ITUC, International Trade Union Confederation), quatro meses depois do seu desaparecimento as autoridades dependentes do Presidente Álvaro Uribe não prestam nenhum esclarecimento cabal sobre este drama (que se deseja não se transforme em mais um crime.) "

Texto retirado do "tempo das cerejas"

terça-feira, 8 de julho de 2008

Sinto vergonha de mim

A poesia de Rui Barbosa (poeta brasileiro que faleceu em 1923), transcrita a seguir, poderia ter sido escrita hoje, sem mudar uma palavra...

SINTO VERGONHA DE MIM

Sinto vergonha de mim
por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-Mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o 'eu' feliz a qualquer custo,
buscando a tal 'felicidade'
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos 'floreios' para justificar
actos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre 'contestar',
voltar atrás
e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...
Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar o meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo deste mundo!

'De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
A rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto
Rui Barbosa

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Sinais da crise e de sacrificios

Noticia na primeira página da última edição do semanário Sol

sábado, 5 de julho de 2008

A propósito da "lei do Retorno"

Recebi este texto por mail, por achar que ele é bastante actual numa altura em que na União Europeia se aprovou uma vergonhosa “lei do Retorno” que criminaliza a imigração, aqui fica postado.

Discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro Cuatemoc, de descendência indígena, advogando o pagamento da dívida externa do seu país, o México, deixou embasbacados os principais chefes de Estado da Comunidade Europeia. A conferência dos chefes de Estado da União Europeia, Mercosul e Caribe, em Maio de 2002 em Madrid, viveu um momento revelador e surpreendente: os chefes de Estado europeus ouviram perplexos e calados um discurso irónico, cáustico e de exactidão histórica que lhes fez Guaicaípuro Cuatemoc.

“Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a descobriram só há 500 anos. O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento - ao meu país -, com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse. Outro irmão europeu me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento. Eu também posso reclamar pagamento e juros.

Consta no Arquivo da Cia. das Índias Ocidentais que, somente entre os anos 1503 e 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.

Teria sido isso um saque? Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento!

Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão.

Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a actual civilização europeia se devem à inundação de metais preciosos tirados das Américas.

Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indemnização por perdas e danos.

Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva. Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano 'MARSHALL MONTEZUMA', para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, e de outras conquistas da civilização.

Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo menos produtivo desses fundos?

Não. No aspecto estratégico, dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias formas de extermínio mútuo. No aspecto financeiro, foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros quanto independerem das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.

Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos em cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo.

Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de um módico juro de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos, com 200 anos de graça. Sobre esta base e aplicando a fórmula europeia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas à potência de 300. Isso quer dizer um número para cuja expressão total será necessário expandir o planeta Terra.

Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se calculados em sangue?

Admitir que a Europa, em meio milénio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para esses módicos juros, seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e a demência e irracionalidade dos conceitos capitalistas.

Tais questões metafísicas, desde já, não inquietam a nós, índios da América. Porém, exigimos assinatura de uma carta de intenções que enquadre os povos devedores do Velho Continente e que os obriguem a cumpri-la, sob pena de uma privatização ou conversão da Europa, de forma que lhes permitam entregar suas terras, como primeira prestação de dívida histórica...”

Quando terminou seu discurso diante dos chefes de Estado da comunidade Europeia, o Cacique Guaicaípuro Guatemoc não sabia que estava expondo uma tese de Direito Internacional para determinar a verdadeira dívida externa.

Lições de politica

Com uma situação económica e financeira débil (resultados operacionais negativos de 75,5 milhões de euros entre 2004 e 2006), a gestão do grupo Águas de Portugal, deu-se ao luxo de gastar 4,8 milhões de euros com viaturas de serviço e prémios de incentivo, ou seja em proveito próprio.

2,3 Milhões de euros foram atribuídos como prémios de incentivo, num sistema nada claro e transparente, que não está associado à concretização de quaisquer objectivos.

2,5 Milhões de euros foram gastos na atribuição de viaturas de serviço, com plafond de combustível, a administradores e a alguns funcionários, tendo sido gastos 478 mil euros só em combustível.

Esta é mais uma história que por ser já tão banal, acabamos por quase nem lhe dar valor. No entanto ela é só por si um tratado político, resumindo a essência do capitalismo.
O problema do capitalismo, é o de fomentar e permitir àqueles que dirigem o estado e as empresas públicas e privadas, que se transformem em autênticos vampiros, que sugam o resultado do trabalho de todos, unicamente em proveito próprio.


E depois ainda têm o descaramento de dizer que defender politicas de crescimento do salário dos trabalhadores, são de quem não tem consciência da realidade. É preciso ter topete!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Começou o 25º Festival de Almada

Começou o 25º Festival Internacional de Almada, que este ano se apresenta em mais de uma dezena de salas de espectáculo de Almada e Lisboa.
Sobre o Festival reproduzo aqui palavras de Luis Miguel Cintra no jornal "Mais TMA" (informaçõoes do Teatro Municipal de Almada de Julho de 2008):

" O segredo do festival de Almada é uma teimosia milagrosa de quem fez do teatro a sua vida, é ser organizado por quem faz teatro, é o joaquim Benite e a gente que ele consegue mobilizar com a sua teimosia, e é o entusiasmo de uma população que torna em festa para todos a festa de teatro que a sua cidade organiza. Uma força que é orgulho de viver tanto como é amor à Arte e que por quinze dias vence a lógica cinzenta dos nossos dias. E isto não é milagre?"

Num momento em que o pano já subiu para o primeiro espectáculo, desejos de "muita merda" nesta comemoração do primeiro quarto de século do Festival!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Nuvens negras (à atenção de Sócrates)

O Real Banco da Escócia (RBE) aconselhou os clientes a prepararem-se para um crash em grande nos mercados globais das bolsas de valores e do crédito nos próximos três meses devido à paralisação dos principais bancos centrais

"Vamos ser apanhados por um período horrível - preparem-se", disse Bob Janjuah, o estratega de crédito do banco.

Um relatório da equipa de investigação do banco avisa que o índice S&P 500 de acções da Wall Street é provável que caia mais de 300 pontos para cerca de 1.050 por volta de Setembro, quando se
"pagar a factura" dos excessos do boom global que contagiará e alastrará à Europa e aos mercados emergentes.

Tal derrocada nas bolsas mundiais representaria uma das piores baixas de mercado dos últimos cem anos.

Janjuah, ficou conhecido depois dos seus avisos do ano passado sobre a crise do crédito se terem mostrado completamente certos.

Os desconhecimentos do Sr. Sócrates

Como é habitual o Engenheiro Sócrates começou a entrevista que deu ao Canal 1 da RTP com algumas mentiras, ou então dando provas da sua ignorância.
Para se justificar, do facto de só à coisa de três ou quatro meses ter admitido que há uma crise à escala global e que ela vai afectar Portugal, o engenheiro desculpava-se dizendo coisas do género:
“quem podia adivinhar a crise do subprime?”; “Se no final do ano passado o petróleo estava a 100 dólares, quem poderia adivinhar que ele agora estava a 140?”, quando nessa altura já toda a gente sabia que o petróleo estava numa escalada imparável.
Mas se ele fosse um politico que se desse ao trabalho de ler o que os outros partidos afirmam, poderia ter reparado já em 2004 que esta situação podia acontecer, bastava-lhe ter dado uma vista de olhos pela “Resolução Politica” do XVII Congresso do PCP, de que destaco as seguintes frases.

"A «nova economia», ao contrário das expectativas dos seus apologistas, não foi um ponto de viragem para um novo ciclo de crescimento, (…). Confirma-se o abrandamento das taxas de crescimento do produto mundial, ainda mais visíveis ao nível do produto por habitante, principalmente nos países capitalistas mais desenvolvidos, verificando-se em 2001 a redução para metade do crescimento da economia mundial e, pela primeira vez, um decréscimo do comércio mundial."

"Os elevados volumes de fluxos financeiros, nomeadamente de curto prazo, assumem um papel crucial na crescente volatilidade e instabilidade dos mercados financeiros internacionais. Enquanto a concorrência entre o capital se agudiza a favor das grandes potências, os elevados graus de «financeirização» da economia e de interdependência mundial da chamada «globalização» potenciam a instabilidade do sistema e o surgimento de crises financeiras que, de 1975 a 1997 implicaram uma perda acumulada de cerca de 15% do produto mundial."

"As previsões económicas indicam que pode estar em curso uma retoma, encetada no segundo semestre de 2003, liderada pelos EUA e nos países emergentes asiáticos. Mas estas previsões continuam a ser prudentes e a apresentar diversos factores de instabilidade decorrentes sobretudo dos fortes desequilíbrios estruturais da economia norte-americana, devido aos seus elevados défices público e da balança de transacções correntes, que já ultrapassa os 5% do seu PIB. A desvalorização do dólar, e consequente valorização do Euro, que tem vindo a bater recordes históricos, cria fortes condicionalismos à retoma económica de vários países da Zona Euro."

"Num contexto de oscilações, o forte aumento do preço de petróleo, devido às actividades especulativas, à invasão e ocupação do Iraque e ao aumento da procura mundial, contribuiu para esbater as pressões deflacionistas, mas condiciona a retoma económica e é um factor de risco adicional. Este aumento tem uma natureza estrutural, que decorre do aumento da procura mundial, mas deve-se também ao facto de estar a aproximar-se (ou ter-se já verificado) o pico da produção mundial deste recurso finito."

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Os remédios para a crise

"O dimensão da crise (actual) é tão evidente, que Keynes e sua «Teoria Geral», voltam a «ressuscitar» por mãos sociais-democratas para «salvar» o capitalismo dos seus excessos, enquanto se volta a recompor uma social-democracia emergente, cujas dinâmicas parecem estar activas e em formação, nomeadamente na Europa, cumprindo uma vez mais o seu papel histórico (de reduto «salvador» do sistema capitalista).
A tomada de consciência por parte dos trabalhadores e dos povos das causas sistémicas das desigualdades sociais é essencial para a Humanidade. Do que decorre a necessidade de não se iludirem e rejeitarem as soluções reformistas que se apresentam, numa «recauchutagem» da história. As velhas respostas (por si) não serão suficientes para garantir um novo ciclo de acumulação do capital."

Via O Diário.info