quarta-feira, 30 de abril de 2008

E se por acaso...? (2)

Titulo de noticia do Público de 29.04.08:"Não a subir" (na Irlanda)

“31% das intenções de voto apontam para um "não" no referendo marcado para 12 de Junho. Há dois meses, a oposição ao tratado era apenas de 24 por cento; a percentagem de indecisos aumentou um ponto. A oposição ao Tratado de Lisboa na Irlanda cresceu fortemente nas últimas semanas, provocando pela primeira vez um risco real de voto negativo no referendo de 12 de Junho para a sua ratificação.”

Não é por coisas e até pode ser que o “Sim” ganhe, mas fica-me esta satisfação de saber que tal como Barroso, há muito tecnocrata por esta Europa fora que vai estar um mês e meio a dormir muito mal.

3 comentários:

Anónimo disse...

Que solução tem para a Europa?
O isolamento ou o orgulhosamente sós?
E se por acaso estivesse enganado?
Era lixado. não?

Silvares disse...

Esta merda é complicada. A pergunta que não tem resposta fácil é: Quem suga a Europa? Quem a sugar suga uma significativa do planeta, é um mega-vampiro (uma chusma deles!) Mas quem são os cabrões, caraças? Como podemos ir-lhes às fuças? É tudo uma questão de escala. A escala desta fraude é difícil de perceber, olhada cá de baixo. Isto é muuuuito complicado. Andamos meio zombies.

Olaio disse...

Pois é Zé Neves, coloca uma questão importante; E se por acaso um tipo estiver enganado na decisão que toma?

Nesta questão acho que a coisa mais importante, quando uma pessoa, ou sociedade, se vê confrontado com a necessidade de alterar uma decisão anterior, é não ter alienado a sua capacidade de decidir. Precavendo sempre a possibilidade de que a realidade não corresponda àquilo que estava previsto.
É um princípio que se deve ter: nunca alienar a nossa liberdade, a nossa capacidade de decisão e pelo contrário, ter como principio ser cada vez mais livres.

Um dos problemas desta constituição transvestida de tratado de Lisboa, é que nos retira capacidade de decisão. Perdemos um poder importante, que é a possibilidade de vetar uma qualquer decisão, dando em troca mais poder às potências europeias. Ou seja estamos a alienar a nossa liberdade.

A história não deve ser uma coisa que só serve para chatear os putos com estórias que não têm utilidade. Deve servir para evitar voltar-mos a cometer os mesmos erros.
Segundo reza a história, em 1580 também alienamos a nossa liberdade enquanto nação, a troco de dinheiro. Também na altura devem ter surgido as vozes da inevitabilidade, prevendo o que ganharíamos naquela aliança, dominando o mundo, encandeados com o brilho das moedas com que compraram a nossa dignidade. Passados 60 anos, o resultado da humilhação deu em revolta, mas do antigo império já só restava uma pálida imagem.

Depois dos primeiros dinheiros da Europa, que serviram para destruir a nossa indústria e agricultura, tendo como contrapartida, auto-estradas que entre outras coisas servem para trazer os produtos que não produzindo, passamos a comprar. Passada essa fase, começamos a pagar a factura, e assim, é por causa da União Europeia que o défice tem que ser o que é, e há anos que os nossos salários perdem valor.

Pois é Zé Neves, e se por acaso amanhã estalar uma crise na Europa, acha que os alemães, os franceses, os ingleses e por ai a fora, colocados perante a necessidade de tomar medidas que beneficiem ou prejudiquem a vida dos seus concidadãos ou a dos portugueses, o que pensa que eles vão fazer?

Pois é… e se por acaso estivermos enganados?
Não há nada melhor que preservar a nossa liberdade, a nossa capacidade de decidir!

Há duvidas?