“O investimento desceu ligeiramente, mas aumentou a possibilidade de as instituições de ensino superior atraírem investimentos privados”, afirmou no passado dia 3 de Abril o ministro da Ciência e do Ensino Superior, Mariano Gago.
A afirmação do ministro enquadra-se no espírito da Convergência Europeia para o Ensino Superior, apresentada como uma revolução para colocar a Universidade “ao serviço dos novos desafios sociais”.
Na verdade o seu objectivo é pôr a Universidade pública ao serviço das empresas. A receita é simples: o financiamento público subordina-se à prévia obtenção de “fontes exteriores de financiamento”, ou seja, privadas.
Na verdade o seu objectivo é pôr a Universidade pública ao serviço das empresas. A receita é simples: o financiamento público subordina-se à prévia obtenção de “fontes exteriores de financiamento”, ou seja, privadas.
Na prática isto significa que de futuro, toda a arquitectura do mundo académico (disciplinas, cátedras, departamentos, faculdades, planos de estudo, projectos de investigação, etc.) se vê forçada a moldar-se aos interesses empresariais e às suas prioridades de investigação. Colocando toda a estrutura Académica, dependente dos objectivos do imprevisível mundo empresarial, anárquico e cada vez mais dependente da economia de casino que são as bolsas.
Não pretendem privatizar a Universidade, é muito mais rentável colocá-la ao serviço de interesses privados. Ao aplicar o financiamento público em projectos que já gozam de “fontes externas” de financiamento, o que se está a fazer na verdade, é subvencionar com dinheiros públicos actividades empresariais privadas.
As empresas privadas já não se contentam em pagar cada vez menos impostos, querem também o dinheiro dos contribuintes e a isso chamam: “pôr a Universidade ao serviço da sociedade”.
1 comentário:
Estavas À espera de quê? Começa a ser altura de pôr a carroça à frente do boys... dos bois, queria eu dizer, dos bois...
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