quarta-feira, 16 de abril de 2008

Vampiros

A Caixa Geral de Depósitos (CGD), está a enviar aos seus clientes mais modestos uma circular que começa, como mandam as boas regras, por reafirmar o empenho do banco em oferecer aos seus clientes as melhores condições de preço/qualidade em toda a gama de prestação de serviços.

Após novo parágrafo sobre racionalização e eficiência da gestão de contas, o estimado(a) cliente é confrontado com a informação de que para continuar a usufruir da isenção da comissão de despesas de manutenção, terá de ter em cada trimestre um saldo médio superior a 1000€, ter crédito de vencimento ou ter aplicações financeiras associadas à respectiva conta.

Ora sucede que muitas contas da CGD, designadamente de pensionistas e reformados, são abertas por imposição legal. É o caso de um reformado por invalidez, septuagenário, que sobreviva com uma pensão de 243,45€ e que para ter direito ao piedoso subsídio diário de 7,57€, foi forçado a abrir conta na CGD por determinação expressa da segurança Social.

Casos como este são muitos, de portugueses que vivem abaixo ou no limiar da pobreza, não podendo de todo, preencher os requisitos impostos pela CGD e tão pouco dar-se ao luxo de pagar despesas de manutenção de uma conta que foram constrangidos a abrir.

O mais escandaloso é que seja justamente uma instituição bancária que ano após ano apresenta lucros fabulosos e que aposenta os seus administradores, mesmo quando efémeros, com «obscenas» pensões.

8 comentários:

Anónimo disse...

Dantes, pousavam nos campos, pousavam nas calçadas, como cantava o Zeca.
Agora pousam nos bancos, fazem empreitadas... e continuam a ser mandadores sem lei.

Anónimo disse...

Sempre a fazer desinformação.
A CGD não pode fazer senão o que as outras instituições bancárias fazem, são as leis do mercado.
Não concordo com o principio, mas poderia esta instituição fazer de outro modo?
Porque?
Para depois me pagar pior a mim.
Acordem, é 25 de Abril, mas é de 2008.

Anónimo disse...

Dá para ver que o Zé Neves move-se bem nas leis do mercado. Parece ser da equipa dos "venha a mim"...mas concordo com essa do "acordem". Pode ser que quando os ensonados acordaremm de facto, consigamos acertar as datas.Está difícil, mas nunca se sabe...

Olaio disse...

Fala o Zé Neves de desinformação referindo-se ao post, e porquê? Porque afinal não é só a CGD a utilizar a prática referida, mas sim todas as instituições bancárias, ou seja a situação ainda é mais grave do que a relatada. Não se trata de desinformação, mas sim de falta de informação, no entanto há uma diferença, é que a Segurança Social não obriga os reformados a abrir conta nos outros bancos, só na CGD.

E prontos…tudo isto é resultado do sacrossanto mercado (ámen), como se o mercado fosse uma coisa natural, divina, cujas regras ultrapassam o entendimento das gentias gentes.
Não meu caro Zé Neves, como a actual crise do subprime demonstra, são os governos que ditam as regras do mercado e assim, nos EUA, Meca do mercado, as “regras” são alteradas para evitar que o 5º maior banco vá à falência, na liberal Inglaterra um banco é privatizado para que sejam os contribuintes a pagar os problemas provocados pelos banqueiros (depois voltará novamente às suas mãos, em Portugal a CGD “empresta” dinheiro (e dá o gestor mais o Vara) para que o BCP não vá a pique.

Resumindo, o mercado não é neutro, é regulado pelo estado, só que em Portugal o estado está ao serviço, entre outros, dos bancos!
Não é o mercado que determina que a Segurança Social pague as reformas pela banca, é o estado, porque os bancos assim o querem, enquanto o dinheiro sai e não sai da conta, é utilizado pelos bancos nos seus frutuosos negócios.

Mas o Zé Neves não podia rematar melhor o seu comentário, sintetizando numa frase toda a ideologia burguesa neo-liberal e mui católica:
“Porque?
Para depois me pagar pior a mim.”

Ou seja, para eu ganhar mais tudo é lícito, inclusive andar a sacar dinheiro a reformados que vivem com reformas de miséria.
É a imagem clara da desumanidade, do cinismo, do salve-se quem puder que caracteriza a ideologia neo-liberal.

Anónimo disse...

Voçês não existem:

Estão parados no tempo e querem fazer os outros acreditar que o muro de berlin não caíu, a URSS existe, a china é comunista, a paz e amor são possíveis e o mundo é vermelho
Temos pena..

Anónimo disse...

Eh, eh,eh,o outro é que era o "cassetes", e o Zé Neves não consegue dizer mais do que isto...

Olaio disse...

" A vida faz-se na tensão entre a realidade e as aspirações, entre a realidade e a utopia. Prescindir da utopia é matar, por um lado, a politica, e matar, por outro lado, a própria capacidade de sonho do homem."
António Cluny, Diário de Noticias, 13.04.08

Anónimo disse...

Caro Zé Neves, dedico-lhe este comentário que tinha colocado noutro post:
Quem aspira a trepar acima dos outros é que pode continuar a achar que o supremo valor proclamado como "o sonho americano" é um valor supremo de liberdade.

Pelo caminho onde nos levou o "liberalismo económico" bem se vê que essa suposta "liberdade" não passa da Lei-da-Selva, onde somos livres de triunfar, mas acabamos livres para ser pobres, manipulados, desinstruidos, doentes, miseráveis.

É certo que qualquer um pode triunfar: o mais forte, o mais desprovido de valores, o mais voraz, o mais Sortudo? É neste ultimo capitulo que muitos de nós temos esperança de triunfar, veja-se o numero de apostas nos jogos.

Mas andamos a esquecer-nos dos valores tão arduamente construídos, que tornaram a Europa exemplo de Evolução Civilizacional: a Igualdade, a Fraternidade e a Liberdade.

Agora o "Grande Deus do Capitalismo" quer fazer-nos acreditar que esses valores são tretas "comunistas", fazer-nos esquecer que não podemos ser livres na ignorância, na pobreza, na doença. Tenta fazer-nos esquecer que somos Humanos e que a fraternidade nos é inerente.