quarta-feira, 2 de abril de 2008

Jogar a vida na lotaria?

Nos Estados Unidos, 47 milhões de habitantes não têm direito à segurança social.
Para remediar em parte a situação, o estado do Oregon teve uma ideia original: sortear dez mil seguros de saúde através de uma lotaria.

A ideia pode não resolver o problema dos seus 600 mil habitantes (16% da população do estado), não suficientemente pobres para recorrer ao programa do governo federal Medicaid, mas que não têm dinheiro para pagar o seguro.

“É melhor que nada. Dá-nos uma pequena esperança” disse à KMTV Shirley Krueger, de 61 anos, que não ganha para pagar a insulina que tem de tomar devido à diabetes.

Louanne Moldovan, habitante de Portland mostrou à BBC as contas para pagar que acumula há anos devido à doença de Crohn. Ao todo Moldovan, desempregado, diz ter gasto 15 mil dólares que não sabe como pagar. “É patético e repugnante ao mesmo tempo. Mas é uma necessidade porque não tenho como pagar”.

Para Jonh Duke, director da clínica Outside In, em Portland, onde 90% dos pacientes não têm seguro de saúde, a lotaria “dá esperança aos poucos que são escolhidos, mas revela um problema mais profundo”. “É apenas um penso rápido”, garantiu à BBC, mas “diz muito sobre o sistema de saúde no Oregon e nos Estados Unidos em geral”.

Todos os anos dezenas de milhares de americanos morrem por falta de cuidados de saúde, uma vez que não têm seguro. Um estudo do Urban Institute revela que em 2006, morreram 22 mil adultos por essas razões.

Diário de Noticias 01.03.08

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu penso é que em vez de criticarmos essa sábia medida, deviamos sugeri-la aos nossos governantes, ainda que de forma mais abrangente.
Por exemplo, de vez em quando sorteavam um emprego de ex ministro. Depois, para variar, sorteavam uma reforma de ex ministro, ex deputado, ou ex gestor de topo.Depois ainda, um perdão de dívida fiscal ou o expirar de um processo por actuação fraudulenta, e mais coisas assim. Acredito que seriamos todos mais felizes, o mundo seria mais justo, e amariamos mais ainda os nossos governantes.